ATA DA NONAGÉSIMA TERCEIRA SESSÃO ORDINÁRIA DA TERCEIRA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA QUARTA LEGISLATURA, EM 24-10-2007.

 


Aos vinte e quatro dias do mês de outubro do ano de dois mil e sete, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às quatorze horas, foi realizada a chamada, respondida pelos Vereadores Aldacir Oliboni, Carlos Comassetto, Claudio Sebenelo, Dr. Raul, Elias Vidal, Guilherme Barbosa, Haroldo de Souza, João Antonio Dib, João Carlos Nedel, José Ismael Heinen, Margarete Moraes, Maristela Meneghetti e Professor Garcia. Constatada a existência de quórum, a Senhora Presidenta declarou abertos os trabalhos. Ainda, durante a Sessão, compareceram os Vereadores Alceu Brasinha, Almerindo Filho, Bernardino Vendruscolo, Carlos Todeschini, Clênia Maranhão, Dr. Goulart, Elói Guimarães, Ervino Besson, Luiz Braz, Marcelo Danéris, Márcio Bins Ely, Maria Luiza, Mario Fraga, Maristela Maffei, Mauro Pinheiro, Nereu D'Avila, Neuza Canabarro, Newton Braga Rosa, Nilo Santos, Sebastião Melo, Valdir Caetano e Zé Valdir. À MESA, foram encaminhados: pelo Vereador Adeli Sell, a Indicação nº 147/07 (Processo nº 8219/07), o Pedido de Informação nº 184/07 (Processo nº 8221/07) e os Pedidos de Providência nos 4641 a 4651/07; pelo Vereador Alceu Brasinha, o Pedido de Providência nº 4652/07; pelo Vereador Aldacir Oliboni, os Pedidos de Providência nos 4663 a 4666/07; pelo Vereador Carlos Comassetto, o Projeto de Resolução nº 006/07 (Processo nº 0006/07); pelo Vereador Claudio Sebenelo, os Pedidos de Providência nos 4658 a 4661/07; pelo Vereador João Antonio Dib, o Pedido de Providência nº 4602/07; pelo Vereador João Carlos Nedel, o Projeto de Lei do Legislativo nº 236/07 (Processo nº 7451/07) e o Pedido de Providência no 4662/07; pelo Vereador Márcio Bins Ely, os Pedidos de Providência nos 4600, 4601 e 4640/07; pela Vereadora Maria Celeste, as Indicações nos 145 e 146/07 (Processos nos 8215 e 8216/07, respectivamente) e os Pedidos de Providência nos 4653 a 4657/07; pela Vereadora Maria Luiza, os Pedidos de Providência nos 4603 a 4639/07; pela Vereadora Neuza Canabarro, os Projetos de Lei do Legislativo nos 221 e 222/07 (Processos nos 7115 e 7117/07, respectivamente); pela Vereadora Sofia Cavedon, o Pedido de Providência nº 4599/07. Também, foi apregoado o Ofício nº 1336/07, do Senhor Prefeito Municipal de Porto Alegre, encaminhando o Projeto de Lei do Executivo nº 023/07 (Processo nº 8247/07). Na ocasião, foram apregoados os Memorandos nos 396 e 397/07, firmados pela Vereadora Maria Celeste, Presidenta da Câmara Municipal de Porto Alegre, por meio dos quais Sua Excelência informa as Representações Externas, respectivamente: do Vereador Carlos Comassetto, ontem, na solenidade de assinatura do Decreto Municipal nº 15.699/07, que estabelece normas para aquisição de produtos e subprodutos florestais de origem nativa ou não, para sua utilização no Município de Porto Alegre, às dezesseis horas e trinta minutos, no Salão Nobre do Paço dos Açorianos, em Porto Alegre; da Vereadora Sofia Cavedon, hoje, em reunião da 9ª Promotoria de Justiça da Infância e da Juventude, às quatorze horas, em Porto Alegre. Do EXPEDIENTE, constaram os Ofícios nos 814, 950, 2042, 5816 e 9022/07, do Fundo Nacional de Saúde do Ministério da Saúde. Durante a Sessão, constatada a existência de quórum deliberativo, foram aprovadas as Atas da Septuagésima Sétima, Septuagésima Oitava e Septuagésima Nona Sessões Ordinárias. Após, o Senhor Presidente concedeu a palavra, em TRIBUNA POPULAR, à Senhora Fabíola Polachin Corrilo, representando o Instituto do Câncer Infantil do Rio Grande do Sul – ICI –, que convidou todos para a 14ª Corrida pela Vida, a ocorrer no dia vinte e oito deste mês, no Parque Moinhos de Vento, em Porto Alegre. Sobre o assunto, informou locais para aquisição de camisetas e inscrição pelos interessados em participar das atividades programadas para a ocasião, destacando que os recursos arrecadados serão destinados à construção do Centro Integrado do Instituto do Câncer Infantil, cujas obras estão com início previsto para o primeiro semestre do próximo ano. Na oportunidade, foi iniciada a apresentação de audiovisual referente ao tema abordado pela Senhora Fabíola Polachin Corrilo, a qual foi interrompida por problemas técnicos. Também, nos termos do artigo 206 do Regimento, os Vereadores Claudio Sebenelo, Carlos Todeschini, Márcio Bins Ely, José Ismael Heinen, Dr. Raul e João Antonio Dib manifestaram-se acerca do assunto tratado durante a Tribuna Popular. Ainda, a Senhora Presidenta concedeu a palavra à Senhora Fabíola Polachin Corrilo, para considerações finais em relação às manifestações dos Senhores Vereadores sobre o tema abordado por Sua Senhoria em Tribuna Popular. Às quatorze horas e trinta e um minutos, os trabalhos foram regimentalmente suspensos, sendo retomados às quatorze horas e trinta e três minutos, constatada a existência de quórum. Em PAUTA ESPECIAL, Discussão Preliminar, 2ª Sessão, esteve o Projeto de Lei do Executivo nº 021/07, discutido pelos Vereadores Carlos Comassetto, Professor Garcia, Guilherme Barbosa, João Antonio Dib, João Carlos Nedel e Márcio Bins Ely. Na ocasião, foram apregoados Requerimentos, solicitando Licença para Tratamento de Saúde: de autoria da Vereadora Maria Celeste, do dia de hoje ao dia vinte e seis de outubro do corrente, e do Vereador Adeli Sell, no dia de hoje, tendo a Senhora Presidenta declarado empossados na vereança os Suplentes Mauro Pinheiro, em substituição à Vereadora Maria Celeste, e Zé Valdir, em substituição ao Vereador Adeli Sell, informando que Suas Excelências integrarão a Comissão de Economia, Finanças, Orçamento e do MERCOSUL. Na oportunidade, foram apregoadas Declarações firmadas pelo Vereador Adeli Sell, Líder da Bancada do PT, informando o impedimento do Suplente Gerson Almeida em assumir a vereança do dia de hoje ao dia vinte e seis de outubro do corrente, em substituição à Vereadora Maria Celeste e ao Vereador Adeli Sell. Após, foram apregoados os Memorandos nos 398 e 402/07, firmados pela Vereadora Maristela Meneghetti, 1ª Vice-Presidenta da Câmara Municipal de Porto Alegre, no exercício da Presidência, por meio dos quais Sua Excelência informa as Representações Externas, respectivamente: do Vereador Newton Braga Rosa, hoje, na cerimônia de entrega dos Prêmios Santander Banespa aos finalistas de Empreendedorismo e de Ciência e Inovação, às dezenove horas e trinta minutos, no Santander Cultural, em Porto Alegre; da Vereadora Margarete Moraes, hoje, no “vernissage" do Salão SESI de Artes Visuais do Trabalhador, às dezenove horas, na Assembléia Legislativa do Estado do Rio Grande do Sul, em Porto Alegre. Em PAUTA, Discussão Preliminar, estiveram: em 1ª Sessão, os Projetos de Lei do Legislativo nos 213, 235, 194/07, este discutido pela Vereadora Margarete Moraes e pelos Vereadores João Antonio Dib e Guilherme Barbosa, e 229/07, discutido pela Vereadora Margarete Moraes e pelo Vereador João Antonio Dib, o Projeto de Lei do Executivo nº 020/07; em 2ª Sessão, os Projetos de Lei do Legislativo nos 145, 212, 207/07, este discutido pelos Vereadores João Antonio Dib, Guilherme Barbosa e Márcio Bins Ely, 224 e 232/07, estes discutidos pelo Vereador João Antonio Dib; em 3ª Sessão, os Projetos de Lei do Legislativo nos 208, 181/07, este discutido pela Vereadora Margarete Moraes e pelo Vereador Márcio Bins Ely, 198/07, este discutido pelos Vereadores José Ismael Heinen e Márcio Bins Ely, 231/07, discutido pela Vereadora Margarete Moraes e pelo Vereador João Antonio Dib; 228, 230 e 233/07, estes três discutidos pelo Vereador João Antonio Dib. Na ocasião, nos termos do artigo 94, § 1º, alínea “g”, do Regimento, a Senhora Presidenta concedeu a palavra à Vereadora Sofia Cavedon, que relatou sua participação, em Representação Externa deste Legislativo, no dia de hoje, em reunião da 9ª Promotoria de Justiça da Infância e da Juventude, tendo como tema o “Plano Municipal de Educação”, realizada no Ministério Público Estadual, em Porto Alegre. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador José Ismael Heinen avaliou tarifas bancárias vigentes no País, destacando que, nos últimos cinco anos, os aumentos dessas taxas ultrapassaram noventa por cento. Ainda, teceu críticas ao Presidente Luiz Inácio Lula da Silva, propugnando por maior valorização, de parte do Governo Federal, das Forças Armadas e pelo pagamento de reajustes salariais que, segundo Sua Excelência, são devidos aos militares brasileiros. Após, por solicitação do Vereador Dr. Goulart, foi realizado um minuto de silêncio em homenagem póstuma ao Senhor Nicolas de Souza Furtado, falecido ontem, filho da Senhora Angelita de Souza, Líder Comunitária da Zona Norte do Município. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, a Vereadora Clênia Maranhão discorreu sobre o livro “Observando o Orçamento Participativo de Porto Alegre - análise histórica de dados: perfil social e associativo, avaliação e expectativas”, de autoria do Sociólogo Luciano Fedozzi. Ainda, convidou todos para o Seminário sobre Indicadores de Pobreza Multidimensional e Pobreza Urbana, da Secretaria de Coordenação Política e Governança Local, programado para o dia vinte e seis de outubro do corrente. O Vereador Dr. Goulart reportou-se aos problemas enfrentados pela área de saúde no Brasil, elogiando o Executivo Municipal de Porto Alegre, que, segundo Sua Excelência, já destina quinze por cento do orçamento para essa área. Por outro lado, lembrou Projetos de Lei aprovados neste Legislativo, que não foram sancionados pelos últimos Governos Municipais, causando prejuízos à população carente de atendimento médico na Cidade. A seguir, foram apregoadas as Emendas nos 01 e 02, de autoria do Vereador Elói Guimarães, ao Projeto de Lei do Executivo nº 021/07 (Processo nº 8022/07). Também, foi apregoado o Memorando nº 404/07, firmado pela Vereadora Maristela Meneghetti, 1ª Vice-Presidenta da Câmara Municipal de Porto Alegre, no exercício da Presidência, por meio do qual Sua Excelência informa a Representação Externa do Vereador João Carlos Nedel, amanhã, na abertura da Feira Construsul Acabamentos e Iluminação, às quatorze horas, em Porto Alegre. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Guilherme Barbosa questionou a gestão do Prefeito José Fogaça, sustentando haver uma fragilidade no gerenciamento da Cidade e relatando problemas existentes no Município, especialmente na coleta de lixo e na iluminação das vias públicas, bem como atraso na publicação do Relatório de Atividades relativas ao ano passado em Porto Alegre. O Vereador Luiz Braz discorreu acerca dos assuntos em relação aos quais o Legislativo Municipal tem liberdade para legislar, mostrando-se contrário a Pareceres exarados pela Comissão de Constituição e Justiça, de existência de óbice de natureza jurídica, por vício de iniciativa, em proposições de autoria dos Senhores Vereadores. Nesse sentido, propôs a revisão da interpretação atualmente efetuada por essa Comissão, em relação ao artigo 94 da Lei Orgânica do Município de Porto Alegre. Na ocasião, a Senhora Presidenta registrou a presença, neste Plenário, do Senhor Urbano Knost, ex-Prefeito de São Jerônimo. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Sebastião Melo, reafirmando que a situação financeira da Prefeitura de Porto Alegre teve que ser recuperada durante o atual Governo, elogiou o desempenho do Senhor José Fogaça no comando do Executivo Municipal. Sobre o tema, referiu-se a problemas existentes na contratação de serviços no Governo anterior, propugnou pela destinação de mais recursos da União aos Municípios e apontou pontos que Sua Excelência considera positivos na gestão pública municipal. O Vereador João Antonio Dib analisou a Lei Orgânica, no tocante aos assuntos de competência do Município sobre os quais cabe à Câmara Municipal dispor, posicionando-se pelo entendimento de que, em relação a alguns temas, a iniciativa de propor legislação é prerrogativa exclusiva do Executivo Municipal. Também, defendeu que, na ausência do Prefeito e no impedimento do Vice-Prefeito e do Presidente desta Casa, os Vice-Presidentes e Secretários do Legislativo respondam pela Prefeitura. O Vereador Márcio Bins Ely convidou todos para assistirem ao lançamento do Documentário “Brizola – Tempos de Luta”, que ocorrerá hoje na Assembléia Legislativa do Estado do Rio Grande do Sul. Ainda, reportou-se ao Congresso que será realizado no corrente mês para a eleição da nova Diretoria da Juventude Nacional do PDT. Finalizando, elogiou os serviços de urgência médica prestados pela SAMU, destacou a importância do Instituto do Câncer Infantil – ICI – e da Sociedade Porto-Alegrense de Auxílio aos Necessitados – SPAAN. A seguir, constatada a existência de quórum, foi iniciada a ORDEM DO DIA e aprovado Requerimento verbal, formulado pela Vereadora Maristela Meneghetti, solicitando alteração na ordem de apreciação da matéria constante na Ordem do Dia, nos termos estabelecidos em reunião da Mesa Diretora com o Colégio de Líderes. Em Discussão Geral e Votação Nominal, foi rejeitado o Projeto de Lei do Legislativo nº 212/05, considerando-se mantido o Veto Total aposto, por onze votos SIM e dezenove votos NÃO, após ser discutido pela Vereadora Margarete Moraes e pelos Vereadores Carlos Todeschini, Aldacir Oliboni, Zé Valdir, Sofia Cavedon, Luiz Braz, Sebastião Melo, Elói Guimarães, Professor Garcia, Carlos Comassetto e Guilherme Barbosa e encaminhado à votação pelas Vereadoras Clênia Maranhão e Margarete Moraes, tendo votado Sim os Vereadores Aldacir Oliboni, Carlos Comassetto, Carlos Todeschini, Dr. Raul, Guilherme Barbosa, Marcelo Danéris, Margarete Moraes, Maria Luiza, Mauro Pinheiro, Sofia Cavedon e Zé Valdir e Não os Vereadores Alceu Brasinha, Almerindo Filho, Claudio Sebenelo, Clênia Maranhão, Dr. Goulart, Elias Vidal, Elói Guimarães, Ervino Besson, Haroldo de Souza, João Antonio Dib, João Carlos Nedel, Luiz Braz, Márcio Bins Ely, Mario Fraga, Nereu D'Avila, Newton Braga Rosa, Professor Garcia, Sebastião Melo e Valdir Caetano. Durante a apreciação do Projeto de Lei do Legislativo nº 212/05, os Vereadores Valdir Caetano e Dr. Goulart cederam seus tempos de discussão, respectivamente, aos Vereadores Sebastião Melo e Zé Valdir. Na oportunidade, foi aprovada a prorrogação dos trabalhos da presente Sessão, nos termos regimentais. Em Discussão Geral e Votação, foi aprovado o Projeto de Lei do Executivo nº 019/07, por vinte e oito votos SIM, após ser discutido pelos Vereadores Carlos Todeschini, Guilherme Barbosa e Carlos Comassetto e pela Vereadora Sofia Cavedon, em votação nominal solicitada pela Vereadora Maristela Meneghetti, tendo votado os Vereadores Alceu Brasinha, Aldacir Oliboni, Almerindo Filho, Carlos Comassetto, Carlos Todeschini, Claudio Sebenelo, Clênia Maranhão, Dr. Goulart, Dr. Raul, Elias Vidal, Elói Guimarães, Ervino Besson, Guilherme Barbosa, João Antonio Dib, João Carlos Nedel, José Ismael Heinen, Luiz Braz, Márcio Bins Ely, Margarete Moraes, Maria Luiza, Mario Fraga, Mauro Pinheiro, Nereu D'Avila, Newton Braga Rosa, Professor Garcia, Sebastião Melo, Sofia Cavedon e Valdir Caetano. Durante a apreciação do Projeto de Lei do Executivo nº 019/07, a Vereadora Margarete Moraes cedeu seu tempo de discussão ao Vereador Carlos Todeschini. Na ocasião, em face de Questão de Ordem formulada pelo Vereador Luiz Braz, o Senhor Presidente prestou esclarecimentos acerca da continuação da discussão do Projeto de Lei do Executivo nº 019/07. Ainda, durante seu pronunciamento de discussão do Projeto de Lei do Executivo nº 019/07, o Vereador Carlos Comassetto formulou Requerimento verbal, solicitando que o Departamento Municipal de Água e Esgotos seja oficiado a enviar a este Legislativo documentação relativa ao referido Projeto de Lei, tendo o Senhor Presidente determinado que esse Requerimento fosse encaminhado por escrito. Às dezenove horas e vinte e dois minutos, a Senhora Presidenta declarou encerrados os trabalhos, convocando os Senhores Vereadores para a Sessão Ordinária de amanhã, à hora regimental. Os trabalhos foram presididos pelas Vereadoras Maristela Meneghetti e Neuza Canabarro e pelo Vereador João Carlos Nedel e secretariados pelos Vereadores Alceu Brasinha e João Carlos Nedel. Do que eu, Alceu Brasinha, 1º Secretário, determinei fosse lavrada a presente Ata, que, após distribuída e aprovada, será assinada por mim e pela Senhora Presidenta.

 

 


A SRA. PRESIDENTA (Maristela Meneghetti): Passamos à

 

TRIBUNA POPULAR

 

A Srª Fabíola Polachin Corrilo, representando o Instituto do Câncer Infantil do Rio Grande do Sul, está com a palavra, pelo tempo regimental de 10 minutos, para tratar de assunto relativo à Corrida pela Vida. A Srª Fabíola vai nos apresentar um vídeo a respeito do tema.

 

A SRA. FABÍOLA POLACHIN CORRILO: Sr. Presidenta, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, boa-tarde a todos. Na visita passada, em que a Marion veio conversar com vocês a respeito do McDia Feliz, ficou faltando a apresentação de vídeo institucional, e ela pediu que eu trouxesse, para que vocês conheçam um pouco mais da nossa Instituição. Logo depois, eu apresento a Corrida pela Vida e trago o convite que o Dr. Brunetto e o Lauro Quadros pediram para eu transmitir. Obrigada.

(Não revisado pela oradora.)

 

(Procede-se à apresentação do vídeo.)

 

 A SRA. FABÍOLA POLACHIN CORRILO: Tendo em vista o problema ocorrido, apresentaremos o vídeo na próxima oportunidade. O áudio do Lauro Quadros, que apresenta a Instituição, não entrou, mas tentaremos, então, o da Corrida, motivo pelo qual vimos aqui hoje.

 

(Procede-se à apresentação do vídeo.)

 

A SRA. FABÍOLA POLACHIN CORRILO: O áudio deste vídeo também não funcionou. Para quem ainda não assistiu ao vídeo na TV, ele está passando em quase todos os canais, inclusive na Casa, a gente conseguiu as inserções. E o convite que eu vim fazer, em nome do Dr. Brunetto e do Lauro Quadros, é para que vocês participem dessa Corrida e, como diz o jingle da campanha, “Convide todo mundo, pai, amigo, vizinho; quem tem coragem de leão nunca corre sozinho”. Convidem as suas redes para que participem da Corrida domingo, de manhã. Às 10 horas, será a largada, mas, antes disso, nós já teremos inúmeras atividades não só para a criançada como para adultos e adolescentes. Então, o convite está aí, para que vocês participem. O Bins Ely já está com a camiseta dele; nós temos uma voluntária que trouxe algumas. Se os senhores desejarem, podem adquirir, aqui, conosco ou por meio dos vários postos na Cidade, no Shopping Iguatemi, até sábado, ou podem comprar lá no Parcão, quando estiver participando do evento. Muito obrigada a todos vocês pela atenção; muito obrigada, Presidenta, pela oportunidade. (Palmas.)

(Não revisado pela oradora.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Maristela Meneghetti): Por favor, Fabíola, eu a convido para integrar a Mesa.

O Ver. Claudio Sebenelo está com a palavra, nos termos art. 206 do Regimento.

 

O SR. CLAUDIO SEBENELO: Srª Presidenta; Srª Fabíola, em primeiro lugar, eu queria dizer ao Dr. Algemir Brunetto e ao “Professor de Medicina” Lauro Quadros que eles não precisam vir aqui, pois o recado foi muito bem dado. Em segundo lugar, eu gostaria de dizer que nós estamos encantados com essa idéia, com esse trabalho maravilhoso, porque o Instituto do Câncer Infantil saiu do nada, saiu em razão de um trabalho da sociedade, saiu em razão de um trabalho monumental e de um trabalho formiguinha, muitas vezes. De casa em casa, de porta em porta, de evento em evento, nós chegamos hoje a essa realidade maravilhosa que aparece, e muito bem, ali. Pela primeira vez na vida, o Rio Grande do Sul vai ver o Borghettinho sem chapéu. Meus parabéns.

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Maristela Meneghetti): O Ver. Carlos Todeschini está com a palavra, nos termos art. 206 do Regimento.

 

O SR. CARLOS TODESCHINI: Nossa saudação, Presidenta, Ver. Maristela Meneghetti; em nome da nossa Bancada, da Verª Margarete, do Ver. Comassetto, do Ver. Oliboni, do Ver. Guilherme, da Verª Sofia, os nossos cumprimentos. Eu tenho participado, todos os anos, da Corrida pela Vida, que sempre têm um incentivo da Escola Ernesto Dornelles, que é parceira, que faz a participação intensiva com todo o corpo docente. Eu quero que tu leves o nosso abraço ao Dr. Brunetto, ao nosso amigo Lauro Quadros e para além do movimento de conscientização. Eu participo como cidadão e como diabético, também, da Corrida, porque essa é uma luta importante a partir, também, da conscientização e da mobilização. É evidente que o esforço está dirigido para atender as crianças, principalmente as portadoras de câncer infantil. Mas essa é uma situação importante que envolve o esforço de toda a comunidade porto-alegrense. Nossos cumprimentos.

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Maristela Meneghetti): O Ver. Márcio Bins Ely está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.

 

O SR. MÁRCIO BINS ELY: Exma Srª Presidenta, Verª Maristela Meneghetti, saudando V. Exª, quero saudar os demais Vereadores e Vereadoras desta Casa; a representante do Instituto do Câncer Infantil, Fabíola Corrilo, que muito nos abrilhanta aqui com sua apresentação nesta Tribuna Popular da tarde de hoje. Eu queria fazer uma saudação muito especial a todos, em nome da minha Bancada, do PDT, composta, nesta Casa, pelo Ver. Nereu D'Avila, Verª Neuza Canabarro, Ver. Ervino Besson, Ver. Mario Fraga e este Vereador, e dizer que, realmente, esse trabalho desenvolvido por esses abnegados construtores, trabalhadores do cotidiano do Instituto do Câncer Infantil, tem representado um resultado significativo para as crianças do nosso querido Rio Grande, pois há a média de 70% de recuperação das crianças com câncer tratadas e vinculadas ao Instituto. A gente vê que, realmente, as crianças reagem muito bem ao tratamento, muito melhor que os adultos, e que este, realmente, é um trabalho que deve ter o nosso apoio, deve ter o apoio desta Casa e de todos os segmentos da sociedade civil organizada, do Governo, para que nós possamos dar continuidade e para que o Instituto do Câncer Infantil possa ter vida longa com essa empreitada.

Nós também já estivemos trabalhando no sentido de utilizar essa ferramenta da Casa para divulgar o McDia Feliz e também aproveitamos a oportunidade para trazer ao conhecimento de todos a Corrida pela Vida, que ocorre dia 28.

Nós já demos a nossa contribuição, comprando a nossa camiseta. Esperamos que os nossos Pares, demais funcionários e amigos da Casa, possam também estar presentes nesse dia tão importante e tão significativo para a construção desse trabalho e para o que representa esse aporte financeiro através das compras das camisetas para o Instituto do Câncer Infantil. Estendo o nosso reconhecimento, o nosso abraço ao Dr. Brunetto, ao Lauro, ao Dr. Gilberto Schwartzman e a tantos outros que têm colaborado para essa caminhada tão maravilhosa, que é a caminhada do Instituto do Câncer Infantil, que enfrenta essa terrível doença, que é o câncer. Nós gostaríamos, também, nesta oportunidade, de cumprimentar todos pelo trabalho.

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Maristela Meneghetti): O Ver. José Ismael Heinen está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.

 

O SR. JOSÉ ISMAEL HEINEN: Exma Srª Presidenta, quero cumprimentar a Exma Srª Marion de Souza, gerente executiva do Instituto, e quero que leve as nossas congratulações, os nossos cumprimentos ao nosso grande amigo Lauro Quadros. O Democratas está solidário nessa Corrida pela Vida, maravilhosa, magnífica, que nós temos pressa para vencermos. Estamos no caminho certo; temos que, solidários, abraçar e comparecer. Quem não puder comparecer que adquira esta camiseta, pois é uma maneira prática de estarmos inseridos nesse programa para vencermos esta corrida pela vida. Parabéns e contem conosco. Obrigado.

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Maristela Meneghetti): O Ver. Dr. Raul está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.

 

O SR. DR. RAUL: Exma Srª Presidenta, Ver. Maristela Meneghetti; Srª Fabíola, representando o Instituto do Câncer Infantil, é com muita satisfação que vejo vocês, novamente, aqui, através de uma causa tão boa, tão legal, vamos dizer assim. Eu, como médico há tantos anos atuando, tenho a honra de ser amigo e colega do Gilberto Schwartzman, do Balduino Tschiedel, pela parte do diabetes, pessoas que realmente dedicam a sua vida à cura, à pesquisa, para a melhoria do ser humano. Todos nós que temos essa vinculação sabemos o quanto é necessário e o quanto de bem esse tipo de evento traz para a sociedade. Esta já é a 14ª Corrida pela Vida; já tive a oportunidade de participar de algumas. Agora estou meio fora de forma e não tenho ido muito, mas a gente procura sempre participar, dando a nossa parcela de colaboração. Eu gostaria, em nome da bancada do PMDB, dos Vereadores Professor Garcia, Bernardino, Haroldo de Souza, Sebastião Melo e este Vereador, de dizer que nós estamos juntos para o que for necessário, e queremos estender o nosso abraço a todas essas pessoas, também ao Lauro Quadros, ao Dr. Brunetto. O sucesso já é uma conseqüência, e vamos em frente.

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Maristela Meneghetti): O Ver. João Antonio Dib está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Srª Presidente, Maristela Meneghetti; Srª Fabíola, representando o Instituto do Câncer Infantil do Rio Grande do Sul, como é importante sonhar, desde que se acompanhe esse sonho com garra, com decisão e que se encontre solidariedade. Aí, nós chegamos ao Instituto do Câncer Infantil. Sei que não há toda a solidariedade necessária, mas, se buscarmos essa solidariedade, também isso vai acontecer. Portanto, em nome do meu Partido - o Partido Progressista -, dos Vereadores João Carlos Nedel, Newton Braga Rosa, quero desejar sucesso na caminhada do Instituto e daquelas pessoas que se doam ao Instituto para cuidar das nossas crianças, já que a Saúde do Brasil não vai bem, apesar de ser responsabilidade do Estado - não é o Estado do Rio Grande do Sul; são a União, os Estados, os Municípios; todos são Estados. Mas a comunidade sempre ajuda, e isso é importante. Nós desejamos sucesso, e, se alguma coisa depender da nossa Bancada, tenha a certeza de que nós estaremos ao seu lado. Saúde e PAZ!

 

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Maristela Meneghetti): Obrigada, Ver. João Antonio Dib.

A Srª Fabíola está com a palavra para as suas considerações finais.

 

A SRA. FABÍOLA POLACHIN CORRILO: Mais uma vez, muito obrigada pela atenção de todos, pelas manifestações. Quem não puder correr, pode ir lá só participar, levar a família; pode também fazer o percurso caminhando; não precisa ter toda a disposição para uma corrida. Dentro dos próximos dias, nós vamos encaminhar a vocês um e-mail, convidando para a corrida, para que vocês o repassem aos seus amigos, aos seus familiares, para que eles participem desse evento junto com vocês. Obrigada.

 

A SRA. PRESIDENTA (Maristela Meneghetti): Nós é que agradecemos. Em nome desta Casa, parabéns por essa brilhante iniciativa, que é a Corrida pela Vida. Com certeza, no domingo, estaremos lá prestigiando esse evento. Nós nos colocamos sempre à disposição. Muito obrigada. Estão suspensos os trabalhos para as despedidas.

 

(Suspendem-se os trabalhos às 14h31min.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Maristela Meneghetti – às 14h33min): Estão reabertos os trabalhos.

Passamos à

 

PAUTA ESPECIAL - DISCUSSÃO PRELIMINAR

 

(até 06 oradores/10 minutos/com aparte)

 

2ª SESSÃO

 

PROC. Nº 8022/07 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 021/07, que estima a receita e fixa a despesa do Município de Porto Alegre para o exercício econômico-financeiro de 2008.

 

A SRA. PRESIDENTA (Maristela Meneghetti): O Ver. Carlos Comassetto está com a palavra para discutir a Pauta Especial.

 

O SR. CARLOS COMASSETTO: Srª Presidenta, Verª Maristela Meneghetti; colegas Vereadores, Vereadoras; senhores e senhoras, discutir a Peça Orçamentária é poder tratar, aqui, a respeito de todo o desempenho dos orçamentos que aprovamos, também, nos anos anteriores, porque esse trabalho, que é uma proposta para 2008, da Peça Orçamentária, que não é pouco tema para discutirmos, analisar e aprovar, tem que se tornar efetivo, e deve ser, realmente, aplicado e realizado.

Portanto, Ver. Professor Garcia, fazer aqui uma análise do que aprovamos, no ano passado, para este ano e o quanto foi aplicado é importantíssimo para que a Cidade possa entender sobre os recursos e saber onde eles estão aplicados. E começo fazendo uma análise, Ver. João Antonio Dib: 40% do Orçamento em vigência, ou seja, o que aprovamos em 2006 para 2007, até este momento, terminando o décimo mês do ano, ainda não foi realizado.

Portanto, se nós estamos aqui fazendo um exercício e fazendo toda uma discussão e uma elaboração, Verª Neuza, é para que esse Projeto se torne realidade, e não simplesmente uma peça fictícia do ponto de vista do Orçamento. Nós sabemos muito bem que o Executivo tem a prerrogativa de fazer a sua aplicação, de fazer a gestão dessa Peça Orçamentária; agora, não aplicar aquilo que nós aqui discutimos, elaboramos, concordando ou discordando, é um problema para a Cidade. E quero fazer algumas perguntas que, inclusive, foram divulgadas na Prestação de Contas deste ano, nos fóruns do Orçamento Participativo, porque o Prefeito anunciava, com o seu Secretariado, que alguns itens já tinham inclusive sido construídos. Por exemplo, eu quero saber quando vai iniciar a Escola para Cegos de Porto Alegre; já foi anunciado que estava realizada; nós aprovamos no Orçamento passado. Queremos saber quando vai ter início a Escola da Hípica, que já estava programada para o ano de 2006, repassou para 2007 e ainda não teve início. Queremos saber quando vão se efetivar as obras da Escola do Rincão, para que possam ser cumpridas as Peças Orçamentárias ainda de 2005 e 2006. Queremos saber sobre o Programa Reluz, que nós aprovamos, para que a Cidade possa ter iluminação, pois, hoje, 40% da Cidade está na escuridão. E, aqui, todos os senhores, as senhoras, os ouvintes, também, passam na Praça Garibaldi. Observem a Praça Garibaldi à noite. Ver. Luiz Braz, não existe nenhuma luminária acesa na Praça Garibaldi. Nós aprovamos um Projeto, e tem o Reluz para ser investido na Cidade. Por que a Cidade está às escuras? Se numa praça central como essa a iluminação não se efetiva, vamos trabalhar as regiões distantes das cidades, as vilas.

E eu trago o terceiro questionamento: do Projeto que está apresentado este ano, dos seus diversos projetos e atividade, nós temos um conjunto muito grande de projetos e atividades que estão sendo construídos somente como janelas orçamentárias. Eu gostaria que a câmera mostrasse. (Mostra a Peça Orçamentária.)

Tudo o que está listado em amarelo são programas que estão colocados aqui como 1.000 reais no Orçamento. Eu vou citar alguns deles, para que a Peça não seja fictícia, mas que possa, sim, se tornar realidade. Por exemplo, na Secretaria Municipal da Saúde, há a implementação do Plano Municipal de Atenção às Urgências Emergenciais cujo valor destinado no Orçamento é de 1.000 reais. Temos o Programa de Ampliação na Prevenção do Câncer de Colo de Útero - e eu consulto o Ver. Dr. Raul, que é médico -, um Programa que tem 1.000 reais na prevenção do câncer de colo de útero... Bom, com isso, talvez, dê para atender umas três pessoas, mas não um Programa do Município. Temos o Programa de Ampliação na Prevenção do Câncer de Mama: 1.000 reais. As Farmácias Distritais: 2.000 reais. Ampliação na Prevenção do Câncer de Mama em Mulheres Negras e Mulheres Indígenas: 1.000 reais. Controle e Prevenção da Anemia Falciforme, que é anemia que dá na raça negra: 500 reais. Laboratório Análises Clínicas: 2.000 reais. Dr. Sebenelo e Dr. Raul, dois Vereadores da nossa Casa, V. Exas. acreditam que 1.000 reais destinados a esses programas que estão aqui, como combate ao câncer de mama, vão fazer com que o programa surta efeito? Eu não acredito nisso.

Portanto, esses programas que estão colocados - e que não são poucos -, tendo o registro de 1.000 reais para cada um, constituem um orçamento “para inglês ver”, porque não vão funcionar. Aprovando, simplesmente, esses orçamentos de 1.000 reais para programas tão sérios como esses é nós fazermos, aqui, um engodo orçamentário.

Chega mais um Vereador médico: Dr. Goulart. Eu gostaria que V. Exª analisasse esses programas que estão apontados aqui como, por exemplo, para a prevenção do câncer de mama, com 1.000 reais, no Orçamento, para serem aplicado em 2008.

 

O Sr. Aldacir Oliboni: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Meu nobre colega Ver. Comassetto, quero parabenizar V. Exª pelo pronunciamento. Realmente, a Peça Orçamentária deixa muito a desejar, e vou apenas elencar dois programas para os quais vêm, diariamente, recursos do Governo Federal para o Município: por exemplo, para o pagamento de ações estruturais de vigilância sanitária, vieram 14 mil reais hoje; para pagamento de medicamentos do grupo de hipertensão e diabetes, vieram 135 mil reais. Onde está a contrapartida do Governo Municipal? Depois dizem que os recursos não vêm. Onde estão os recursos do Município para esses programas? Parabéns pelo pronunciamento.

 

O Sr. Dr. Goulart: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Debrucei-me sobre o problema e não acreditei; vamos conversar a respeito desse Orçamento da Saúde.

 

O SR. CARLOS COMASSETTO: E não é só na Saúde, Dr. Goulart, Dr. Raul e Dr. Sebenelo, os três médicos da nossa Câmara. Nós queremos discutir um Orçamento sério para Saúde. Nós estamos fazendo este debate hoje, desde o nível nacional, pela aprovação da CPMF, para que o seu destino seja, realmente, à Saúde. Nós estamos cobrando, incessantemente, que o Governo do Estado pague a dívida de 30 milhões de reais que tem com Porto Alegre na área da Saúde. Discutir, aqui, Ver. João Antonio Dib, que esses Programas venham somente como janelas, e não como previsão orçamentária, para que nós possamos trabalhar, para que a Cidade possa ser atendida nas suas necessidades básicas da Saúde, da Assistência Social, do transporte, da iluminação pública e outros é trabalho pouco valorizado nesta Câmara.

 

O Sr. João Antonio Dib: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Nobre Ver. Comassetto, é bom ressaltar que os 30 milhões que o Estado deve são dívidas do Dr. Olívio e do Dr. Rigotto, que já estão declaradas na Justiça; não são da Dra. Yeda.

 

O SR. CARLOS COMASSETTO: Se V. Exª, como um republicano - e eu estou aqui tratando da esfera do Estado - quiser “tapar o sol com a peneira”, acobertar aquele ou aquela governadora, bom, é outra história; quem deve é o Estado, nós temos que cobrar do Estado. O Governo Federal repassa; já repassou, neste ano, 330 milhões. Nós temos que fazer cumprir as definições e as resoluções constitucionais - é isso que nós estamos discutindo. E estamos defendendo o melhor serviço não só na Saúde, mas em todas as áreas. E como esta é a Peça Orçamentária, temos, sim, que cobrar do Governo do Estado; temos, sim, que cobrar do Governo Federal, mas também temos que trabalhar para que esse Orçamento se torne realidade.

E, finalizando, quero dizer que, infelizmente, do Orçamento de 2007, só tem 40% dele aplicado do que nós aprovamos no ano passado de 2006, até o décimo mês deste ano. Muito obrigado, Srª Presidenta.

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Maristela Meneghetti): Obrigada, Ver. Carlos Comassetto.

O Ver. Professor Garcia está com a palavra para discutir a Pauta Especial.

 

O SR. PROFESSOR GARCIA: Srª Presidenta, Verª Maristela Meneghetti; Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, primeiro, quero falar com o Ver. Comassetto a respeito do que ele mencionou sobre a Praça Garibaldi, o que, realmente, é um problema, mas eu quero dizer o que está ocorrendo. A Praça Garibaldi, hoje, é uma das praças onde moram - moram, esse é o termo - inúmeros moradores de rua, e eles, de forma sistemática, a estão depredando. O Município vai lá, coloca as lâmpadas, e, no outro dia, de novo, não há lâmpadas. Então, é uma luta intensa que tem que ser feita.

Sabemos também que, hoje, o Poder Público não tem o poder de retirar as pessoas da rua, simplesmente; ele tem que, na realidade, fazer o convencimento e tentar oferecer situações melhores.

Quero ressaltar algumas coisas importantes que esta Casa, a partir de hoje, já está discutindo para o Orçamento. Está previsto para o Orçamento do próximo ano um investimento de 310 milhões de reais. Quero também dizer que esse valor corresponde a 11% do total calculado em gasto do Município para o próximo ano; do orçamento, que é de dois bilhões, 820 milhões. Quero também ressaltar que o percentual de 11% é superior à média dos últimos anos, que tem girado em torno de 9,4%. Pelo terceiro ano consecutivo, esses recursos são distribuídos entre os 21 programas estratégicos do Governo; isso também tem sido uma forma diferenciada, porque, quando o Governo resolve trabalhar para o Programa, ele parte daquele sistema tradicional, como sempre foi feito, na verticalidade e o isolamento, secretaria por secretaria, e começa a fazer uma transversalidade, ou seja, vendo todas as secretarias que perpassam naqueles programas.

Quero também colocar que esta Casa já votou um investimento de 75 milhões no Programa Integrado Socioambiental. Esse programa, sem sombra de dúvida, é o maior projeto da cidade de Porto Alegre dos últimos anos. Hoje, Porto Alegre tem uma capacidade de tratamento de esgoto de 27%. Com a implantação do Programa Socioambiental, Porto Alegre terá 77% do seu esgoto tratado. Sem sombra de dúvida, Porto Alegre passará a ser a Capital do Brasil com maior índice de tratamento de esgoto. É importante também ressaltar que esse Projeto começou no ano 2000, mas foi retomado, graças à recuperação financeira das contas municipais, após os déficits consecutivos de 2002, 2003 e 2004. Como o Município teve superávit primário nos anos de 2005, 2006 e certamente vai ter no ano de 2007, já assegurou, junto ao Banco Central e ao Banco Interamericano de Desenvolvimento, receitas orçamentárias que esta Casa já votou para poder fazer esses investimentos.

Quero, de forma bem singela, explicar o que está previsto nesse Projeto Socioambiental: vai começar uma canalização desde a Usina do Gasômetro - aqui próximo à Câmara Municipal -, indo até a Ponta Grossa. Os dejetos que, hoje, muitas vezes, são lançados in natura no lago Guaíba, vão passar a ser colocados nesses dutos, e, lá, mais adiante, na Ponta Grossa, ele receberá um tratamento; após, será devolvido ao Guaíba. Estima-se que, dentro de cinco anos, nós possamos ter a balneabilidade até a parte da Pedra Redonda. Imaginem os senhores nós podermos tomar banho da Pedra Redonda até o Lami, ou seja, serão mais de 30 quilômetros de extensão para banho. É algo com que a população tem sonhado de novo. Aqueles mais antigos sabem como era gostoso poder tomar banho no Guaíba. Na época, não se chamava de lago, mas se chamava de rio Guaíba. E o Ver. Dib, como um dos mais antigos, o nosso decano, disse que, inúmeras vezes, tomou banho e nadou no Guaíba.

Quero também ressaltar os Programas A Receita é Saúde e Lugar de Criança é na Família e na Escola. Esses Projetos receberão um bilhão e 80 milhões do Orçamento de 2008 - 38,5% dos recursos destinados a serviço ao cidadão.

Ao aplicar 18% da receita dos impostos em Saúde, Porto Alegre supera novamente a determinação constitucional de aplicação mínima de 15%. E, para a Educação, o percentual sobe para 25%. Ora, sabemos que a Saúde é uma das situações mais cruciais da Cidade, mas o Prefeito está fazendo questão de colocar verba acima daquilo que é estipulado pela Constituição, porque entende que a questão da Saúde é algo prioritário. Agora, nós também vamos ser sinceros e práticos: isso não vai resolver a totalidade do problema da Saúde, mas vai minimizar, e muito. Mas sabemos que, sobre a questão da Saúde, ainda há uma longa discussão a ser feita, e os repasses têm que ser em maior volume dentro da cidade de Porto Alegre.

Está prevista, também, para 2008, a construção de duas escolas de Ensino Fundamental, com 2.400 vagas, em continuidade ao projeto de ampliação do número de creches municipais. O Governo deve investir em 19 creches. Quero que os Srs. Vereadores, as Sras. Vereadoras e aqueles que nos assistem prestem a atenção: para até o final de 2008, estão previstas mais 19 creches em Porto Alegre. Isso vai possibilitar que mais de mil crianças tenham acesso à creche.

 

O Sr. Claudio Sebenelo: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Historicamente, Ver. Garcia, Porto Alegre sempre tratou muito mal as suas crianças. A Prefeitura tem tentado algumas coisas. No entanto, agora, com a inauguração de seis novas creches, e mais 19 para o ano que vem, eu tenho certeza de que vai melhorar bastante, mas não é o suficiente; talvez nós precisemos dobrar o número de creches, porque há uma demanda muito grande. Vereador, V. Exª toca num tema absolutamente nevrálgico, dificílimo, toca no nervo da ferida: a rejeição de crianças por parte da rede por superlotação. Então, esse alívio, que é apenas um lenitivo pequeno, pode ser o início da redenção da escola infantil na cidade de Porto Alegre. Meus parabéns!

 

O SR. PROFESSOR GARCIA: Obrigado, Ver. Sebenelo. Até porque, hoje, a questão da geração de emprego e renda está também associado a esse déficit de não oportunizar creches às crianças, porque a mãe, e principalmente a mãe mais carente, faz a escolha entre ter que trabalhar ou cuidar do seu filho. A primeira opção - e este Vereador entende que é a forma correta - é cuidar do seu filho. Agora, se o Poder Público oferece um lugar com qualidade para elas colocarem seus filhos, isso vai possibilitar, então, que essas mães busquem o seu sustento, já que sabemos que o último dado da Fundação de Economia e Estatística diz que a Região Metropolitana de Porto Alegre tem um déficit de 13% em termos de emprego.

Então, como hoje é o primeiro período de Pauta, e nós vamos ter a oportunidade de falar, eu trouxe algumas situações no que se refere, concretamente, ao Projeto Socioambiental, à questão do investimento. Estão previstos 308 milhões para investimentos, com receitas próprias das contribuições do povo de Porto Alegre; duas escolas fundamentais serão criadas e mais 19 creches. Ou seja, realmente, para o ano de 2008, teremos grandes novidades, grandes acontecimentos na cidade de Porto Alegre que fazem com que a inclusão social possa se transformar em algo concreto, oportunizando mais vagas nas creches, o que vai liberar as mães para buscarem os seus empregos. E o que nós temos que, cada vez mais, trabalhar é no fomento da geração de emprego e trabalho no Município de Porto Alegre. Muito obrigado.

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Maristela Meneghetti): Obrigada, Ver. Professor Garcia.

A Verª Maria Celeste solicita Licença para Tratamento de Saúde no período de 24 a 26 de outubro. A Mesa declara empossado o Suplente, Ver. Mauro Pinheiro, que integrará a Comissão de Economia, Finanças e Orçamento do Mercosul, em função da impossibilidade de o Suplente Gerson Almeida assumir a Vereança. Seja bem-vindo, Ver. Mauro Pinheiro.

O Ver. Adeli Sell solicita Licença para Tratamento de Saúde no dia de hoje. A Mesa declara empossado o Suplente, Ver. Zé Valdir, que integrará a Comissão de Economia, Finanças e Orçamento do Mercosul, em função da impossibilidade de o Suplente Gerson Almeida assumir a Vereança.

O Ver. Guilherme Barbosa está com a palavra para discutir a Pauta Especial.

 

O SR. GUILHERME BARBOSA: Boa-tarde, Srª Presidenta, Verª Maristela Meneghetti; colegas Vereadores e Vereadoras, demais pessoas que nos acompanham. Estamos nesta importante discussão sobre a proposta do Município para o Orçamento de 2008 da nossa Porto Alegre.

Pegando a trilha do Ver. Professor Garcia, que comentou sobre os recursos para investimento em 2008, de 310 milhões de reais, eu quero dizer que, em 2007, nós temos exatamente o mesmo volume de recursos para investimento. E a avaliação que nós fizemos até o dia 30 de setembro – portanto, três quartos do ano, já percorridos - é que a Administração Municipal gastou 101 milhões, ou seja, um pouco menos de um terço daquilo que tinha de possibilidade de gastar; então, isso não é suficiente, como disse o Ver. Professor Garcia, no Orçamento - que é uma Lei que autoriza o gasto, não é uma Lei que obrigue o gasto, mas uma Lei que permite o gasto, que deixa aberta a possibilidade de gastar aquele total -, porque, neste ano, temos 75% do ano já percorrido, e nem um terço do valor que estava previsto para gastar foi usado. Então, não significa que se vai gastar isso, infelizmente, porque, de fato, a Cidade precisa deste gasto e até muito mais do que isso.

Venho percorrendo as páginas, da maneira como foi aqui colocada a proposta pelo Executivo Municipal, e analisando cada Secretaria, cada órgão do Município e suas possibilidades, em cima do levantamento que temos para este ano.

Na segunda-feira, estivemos aqui nesta tribuna, também, e, no segundo dia de debate, eu quero iniciar com a SMOV, Secretaria que tive a honra e o prazer de dirigir. Nós vemos, por exemplo, Ver. Dib - que também foi Secretário de Obras -, que tem aqui a Atividade 2077, na Tabela 12, que coloca para a conservação da rede de iluminação pública o espetacular valor de mil reais. Mil reais, Ver. João Dib, para uma atividade tão importante da Secretaria de Obras! Não é à toa que a gente vem falando que, paulatinamente, vimos perdendo qualidade na iluminação pública da Cidade; historicamente, se vinha mantendo de 2% a 3% de lâmpadas apagadas na Cidade, e, agora, com certeza, passamos dos 15%.

Na segunda-feira, citei o caso que eu tenho vivido; eu tenho feito esta experiência, e, já na segunda vez, num trecho da 3ª Perimetral, que é uma avenida nova, historicamente falando, na Cidade, e, a cada vez que conto, no mesmo percurso, tem um pouco mais de lâmpadas apagadas, e já está em 18%. Repito: é uma avenida nova, uma obra nova, um sistema de iluminação pública novo.

Então, aqui está a prova. A expectativa é de que o Reluz seja implementado, mas não o será de uma única vez, pois os Projetos ainda estão sendo executados, e, para os quais, coloca-se um valor é absolutamente irrisório.A necessidade para essa tarefa de manutenção da nossa iluminação pública da Cidade é de vários milhões de reais, foi colocado apenas um mil reais!

Para a SMT, onde há algumas ações importantes, também ficamos decepcionados com o valor destinado. Há a Ação para Pedestres, o que imagino muito importante para a educação para o trânsito de pedestres, e segurança dos pedestres também, para a qual foram destinados apenas 10 mil reais. Para outra atividade, que é a qualificação de infra-estrutura de corredores, estações e terminais de transporte coletivo, isto é, trabalhar com as paradas de ônibus, foi destinado apenas mil e um reais! É como se não existisse. As paradas de ônibus precisam também - como outros serviços da nossa Capital - de manutenção permanente, até porque nós temos um nível de vandalismo grande, lamentável. E se colocam apenas mil e um reais para isso?!

Neste momento, se percorrerem a 3ª Perimetral, verão que muitas das nossas paradas de ônibus estão sem lâmpadas ou com lâmpadas apagadas, e muito sujas - nem a limpeza é feita. Inclusive, há morador de rua utilizando a parada de ônibus da 3ª Perimetral, na esquina com a Av. Bento Gonçalves. Então, está explicado aqui por que se vem perdendo qualidade nos nossos serviços, nos nossos equipamentos.

Depois, há a ampliação do sistema priorizado do transporte público, BRT, que é o transporte por ônibus, para o qual há no Orçamento apenas cinco mil reais! Eu fico espantado. Eu não estou entendendo, sinceramente; não estou inventando nada, os números estão aqui colocados. Vereador Nedel, por favor, eu sou daqueles que gostam do debate!

 

O Sr. João Carlos Nedel: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ilustre Ver. Guilherme Barbosa, eu falei agora com o Gabinete Orçamentário, que é o setor que faz o Orçamento, que me explicou o seguinte: essas verbas que estão no Orçamento significam que a Prefeitura quer fazer esse investimento, essa despesa, mas que não dispõe de todo o recurso. Então, ela fará mais investimentos dentro dessa rubrica se conseguir mais recursos. Essa é a explicação; acho que dá para entender.

 

O SR. GUILHERME BARBOSA: Obrigado pelo debate, mas espero que V. Exª pegue as tabelas e veja se essa resposta está de acordo, Ver. Nedel. Na tabela 12, então, a SMOV está com esses mil reais da iluminação pública. Na mesma página, a Secretaria Municipal da Indústria e Comércio está com mil reais para desempenhar quatro atividades! Então, numa Secretaria, há uma atividade; na outra, há quatro. Na página seguinte, duas atividades na EPTC; seis na Secretaria Municipal da Saúde. Mas que Orçamento é este apresentado em duas páginas? Eu contei aqui, somando tudo, que há mais de dez atividades que a Prefeitura quer fazer e não tem dinheiro. Então: tira daqui! O Orçamento possui muitas páginas, o telespectador pode ver. Mas que Orçamento é este, Ver. Nedel? Poderia ocorrer para um ou outro caso, e seria o que se chama de janela - para ir buscar dinheiro e depois colocar. Mas há janelas no Orçamento; esta Casa está toda vazia, não tem dinheiro! Só citei duas páginas, mas há mais de uma dezena de janelas sem recursos.

Na página seguinte, no que se refere à Secretaria Municipal de Governança Local - olhem que surpresa! Infelizmente, não tem ninguém que represente o Governo aqui neste momento, nem a Verª Clênia nem o Ver. Mario Fraga, mas fica o pedido aos outros Vereadores, Ver. Haroldo de Souza, Ver. João Antonio Dib, Verª Neuza Canabarro, para que me informem, por exemplo, por que há, para a Secretaria de Governança Local, um milhão e 35 mil reais para ações de políticas sociais. Mas não é a FASC que tem que fazer isso? Não estou levantando nenhuma suspeita a mais da estranheza do que a Secretaria de Governança Local faz em termos de políticas sociais. E, ainda mais - Ver. Luiz Braz, que, agora, me ouve com atenção -, nessa mesma Secretaria de Governança, há para um tal de Auxílio Financeiro a Entidades no valor de 668 mil e 726 reais. Não está estranho? A Secretaria de Governança Local tem mais de um milhão de reais para políticas sociais e tem ainda ajuda a entidades? Não sei que entidades são, que tipo de ajuda é, e assim por diante.

E, por último, a Secretaria Municipal da Juventude tem um valor de 30 mil reais para investimento. Para a Secretaria de Acessibilidade, há um total de 22 mil e 700 reais. Para que existem essas Secretarias? Na Secretaria da Juventude - e acho que, hoje, todos os Srs. Vereadores receberam um e-mail, além daquilo que o Ver. Adeli Sell tem comentado - se vêem coisas problemáticas. Eu quero dizer que essa Secretaria recebeu, só do Governo Federal, 11 milhões de reais para o Programa ProJovem. Mas a Secretaria que recebe do Orçamento do Município 30 mil reais para o ano todo existe por quê? Ela deveria estar na Secretaria de Educação ou em outra qualquer, mas não existir como Secretaria.

Eu acho que devemos ter muita atenção nesses casos. Assim também ocorre com a Secretaria de Acessibilidade, com 22 mil e 700 reais, apenas. Muito obrigado.

(Não revisado pelo orador.)

 

(A Verª Neuza Canabarro assume a presidência dos trabalhos.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Neuza Canabarro): O Ver. João Antonio Dib está com a palavra para discutir a Pauta Especial.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Srª Presidenta, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, primeiro, eu vou fazer um apelo. Apelo aos Srs. Vereadores que ajam com muita parcimônia nas Emendas, porque eu acho que não é função do Vereador emendar, emendar e emendar.

Mas eu tenho em mãos, aqui, o livro O Poder do Vereador, do qual ainda tenho uns três ou quatro exemplares; se alguém não recebeu e quiser, está à disposição.

E, no livro diz que, para fazer Emenda no Projeto de Lei do Orçamento anual ou aos projetos que o modifiquem, somente podem ser aprovados caso sejam compatíveis com o Plano Plurianual e com a Lei de Diretrizes Orçamentárias - é a primeira coisa; que indiquem os recursos necessários, admitidos apenas os provenientes de anulação de despesas excluídas, as que incidem sobre dotações para pessoal e seus encargos, serviços da dívida ou que sejam relacionados com a correção de erros ou omissões, ou com dispositivos do texto do Projeto de Lei. Aqui eu acho que os Vereadores deveriam exercitar a suas habilidades e as suas competências: correção de erros, omissões ou com dispositivos do texto do Projeto de Lei. Esse mesmo livro traz o poder e o dever de fiscalizar que tem um Vereador; esta é a maior função que tem um Vereador: fiscalizar o cumprimento, especialmente da execução orçamentária.

Bem, assisto com muita satisfação o debate, bastante intenso, da parte de vários Vereadores, dizendo das suas preocupações com as rubricas que, às vezes, são muito baixas. Disse aqui, por exemplo, o Ver. Barbosa, que, no item qualificação da infra-estrutura de corredores, estações e terminais de transporte público, o valor é de mil e um reais. Mas, no item seguinte, onde diz Obras corretivas, o valor é de seis milhões, 649 mil e 22 reais.

Deixando de lado os valores citados, é bom que lembremos, já que aprovamos, que o Orçamento da Prefeitura se faz, como também se fez a LDO, como também se fez o Plurianual, em cima de 21 Programas, e todos eles são integrados; várias Secretarias operam nos mesmos setores. Agora, às vezes, se coloca - o que o Ver. Guilherme Barbosa chamou de janela - uma rubrica com determinado valor baixo - poderia ser de um real -, para que se possa fazer suplementação! Nós autorizamos, na LDO, a suplementação de 4,5% do Orçamento. Então, se o Prefeito tem essa arma nas suas mãos, ele pode suplementar, sem nenhum problema, apenas por Decreto.

Agora, eu vejo que realmente ocorreram dificuldades na Prefeitura três anos antes de assumir o Prefeito Fogaça, e eu devo dizer que sempre acompanhei a execução orçamentária, e não aparecia o déficit primário. Agora, com dados oficiais, e se viu o que aconteceu, em três anos consecutivos, tivemos déficit primário: em 2002, 64 milhões de reais, em números redondos; em 2003, 35 milhões de reais, também em números redondos; e, em 2004, 80 milhões de reais. Agora, em 2005 e 2006, houve o superávit primário, o que permitiu que a Prefeitura voltasse ao mercado internacional para buscar recursos. Então, em 2005, deu superávit primário de 87 milhões de reais - em números redondos sempre - e, em 2006, deu superávit de 93 milhões de reais. E isso permite que a Prefeitura faça operações de crédito no valor de 110 milhões de dólares, com contrapartida de 75 milhões e uns quebrados. Isso é muito importante. E nós devemos fiscalizar a aplicação desses recursos, a execução orçamentária da Prefeitura.

Por outro lado, para pessoal e encargos sociais, a Prefeitura, no seu Orçamento de dois bilhões e 800 milhões de reais, tem 961 milhões de reais, o que dá condições de reposição salarial da inflação, sem dúvida nenhuma, e, possivelmente, um debate entre servidores e a Prefeitura, para conseguir algo mais como conseguiu neste ano de 2007.

Portanto, nós temos uma proposta orçamentária que vem equilibrada e que vai fazer com que a Cidade possa receber recursos, assim como quando se falou aqui que, para a recuperação da iluminação pública, uma rubrica de mil reais, logo em seguida, tem o Fundo de Iluminação com 300 mil reais.

Então, eu acho que, aplicando os 21 Programas que esta Casa aprovou, apresentados pelo Prefeito, a Cidade vai crescer com tranqüilidade - eu faço votos que isso ocorra. Nós todos desejamos uma Porto Alegre melhor, eu não tenho dúvidas disso. Mas, de qualquer forma, vamos aguardar que os meus Pares não apresentem tantas emendas, algumas sem pé nem cabeça. Por isso mostrei o livro O Poder do Vereador, e, se alguém não ganhou, eu tenho ainda uns três ou quatro à disposição. Saúde e PAZ!

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Neuza Canabarro): Obrigada, Ver. João Antonio Dib.

O Ver. Haroldo de Souza está com a palavra para discutir a Pauta Especial. (Pausa.) Ausente. O Ver. João Carlos Nedel está com a palavra para discutir a Pauta Especial.

 

O SR. JOÃO CARLOS NEDEL: Ilustre Verª Neuza Canabarro, na presidência dos trabalhos; Vereadores, Vereadoras; público que nos assiste pelo Canal 16, efetivamente, continuamos, em Pauta Especial, debatendo o Orçamento da nossa Capital, que, apesar de ser uma das leis mais importantes da nossa Cidade, ainda não existe obrigatoriedade de cumprimento das verbas orçamentárias, das verbas orçadas. Vai ser difícil chegar a hora que obrigue o Administrador a cumprir as verbas orçamentárias, porque existem muitos fatores alheios à vontade, à previsão, ao planejamento, que desviam, muitas vezes, esses valores. E é o caso de Porto Alegre. Por isso, Ver. Dib, também há a reserva de contingência, que permite uma flexibilidade.

Conforme me lembrou o Gabinete de Planejamento Financeiro, as verbas que aqui estão significam que esse Programa está aberto e que esse Programa tende a ser realizado, efetivado. Mas, às vezes, não existe recurso para isso, Ver. Ervino Besson. Vou dar um exemplo: nós todos discutimos, aqui, no Plano Plurianual, na Lei de Diretrizes Orçamentárias, a importância da construção do Acesso Norte do Porto Seco, que está mais ou menos há 20 anos aguardando essa construção, já que o Porto Seco data de mais de 30 anos. Mas há aproximadamente 20 anos, Ervino Besson, o Porto Seco está lá estrangulado, praticamente não tem saída para a freeway, ali para o lado FIERGS; há um labirinto a percorrer, e, hoje, com o tamanho dos veículos, das carretas articuladas, fica muito difícil o trânsito naquela região. Então, é fundamental para o desenvolvimento do Porto Seco, do setor de transporte e do setor de logística, especialmente, a construção do Acesso Norte. E, para a construção do Acesso Norte, está prevista uma pequena verba junto ao Programa Cidade Acessível, mas não tem a verba necessária.

Então, o meu Gabinete, por exemplo, em contato com o Ministério das Cidades, em contato com o Secretário Nacional de Transportes, está se articulando, junto à SMOV, junto à Secretaria de Captação, junto ao Gabinete de Planejamento Financeiro, no sentido de que se apanhe esse Projeto - porque já existe o projeto de engenharia, pronto há muito tempo - e se envie ao Ministério das Cidades, a fim de que se obtenha recursos, até a fundo perdido, para a execução desse importante projeto para a nossa Cidade. Esperamos, Ver. Ervino Besson, ser bem-sucedidos nesse intento.

 

O Sr. Ervino Besson: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Meu caro colega Ver. João Carlos Nedel, quero reforçar o pronunciamento de V. Exª e dizer que, além das suas colocações, nós temos, ali na Ceasa - Centrais de Abastecimento S/A -, Vereador, pelo menos três dias por semana, o fluxo de pessoas e veículos que vão se abastecer supera mais da metade dos 497 Municípios que nós temos hoje no Estado. Veja V. Exª a importância da abertura dessa via para a gente poder ter uma forma mais ampla de escoar o trânsito. O Porto Seco tem as centrais de abastecimento e é uma região que está crescendo muito, tem muitas indústrias. Portanto, são muito importantes as suas colocações; eu acho que temos, juntos, que abraçar essa causa, para conseguirmos trazer algo melhor para aquela região, o que será um grande ganho, sem dúvida nenhuma, para a cidade de Porto Alegre.

 

O SR. JOÃO CARLOS NEDEL: Também me é muito grato ver que está destinada para a Secretaria Municipal de Turismo, recém criada, a importância de 798 mil e 500 reais para a manutenção da Secretaria, e mais 269 mil e 508 reais para investimentos em turismos na nossa Capital. É pouco. Muito pouco. Mas vejam que nós podemos fazer com parcerias, por exemplo, o nosso cais do porto. O nosso caís Mauá, de responsabilidade do Estado, mas de imenso reflexo para Porto Alegre, está sendo colocado à disposição da iniciativa privada para, num projeto de parceria, que pode ser público-privado, transformar-se em pólo de grande atração turística para a nossa Capital; tudo com recursos privados. Esse investimento vai atrair o turismo para Porto Alegre; somente esse investimento, sem nenhum recurso público; com o recurso da atividade privada, desde que o seu investimento seja sustentável, evidentemente.

Então, essa é a forma que nós temos de investir também na Cidade, às vezes, com inteligência, com poucos recursos públicos, mas que venha trazer benefícios para nossa população.

Nós temos, aqui, algumas coisas previstas para o ano que vem, por exemplo: a construção do Centro Popular de Compras, o Shopping Popular, o Camelódromo, que já está em construção. Esperamos que isso melhore esse sistema de circulação no Centro e também regule esse comércio informal que existe, fortemente, em Porto Alegre. É claro que nós gostaríamos que os ocupantes do Shopping Popular sejam também levados, em um certo prazo, a regularizar a sua situação, a se formalizar, a se tornar empresas, a pagar impostos; mesmo que seja como microempresa ou no Simples, mas que sejam formalizados. Essa é a intenção da nossa municipalidade.

Temos também, justamente, o aceleramento das atividades do Porto Seco, extremamente importantes.

E hoje nós estamos sabendo da breve instalação, no Parque Industrial da Restinga, de mais uma empresa, Ver. João Antonio Dib, a Usibiosul, que irá transformar o óleo comestível, resultante das frituras provenientes de cozinhas e dos grandes restaurantes, em biodiesel. Isso é um fator de grande respeito ao meio ambiente e poderá ser um bom negócio em breve - isso já vamos ter lá no nosso Parque Industrial da Restinga.

São assuntos que estão em andamento, e, com o Projeto que nós vamos votar aqui, daqui a pouco, de financiamento para a implantação do tratamento do esgoto cloacal em Porto Alegre, que irá tratar mais 50% dele, teremos uma cidade muito melhor, para breve! É o que nós esperamos com a concretização do nosso Orçamento de 2008. Muito obrigado, Srª Presidenta.

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Neuza Canabarro): Obrigada, Ver. João Carlos Nedel.

O Ver. José Ismael Heinen está com a palavra para discutir a Pauta Especial. (Pausa.) Ausente. O Ver. Márcio Bins Ely está com a palavra para discutir a Pauta Especial.

 

O SR. MÁRCIO BINS ELY: Exma Srª Verª Neuza Canabarro, presidindo os trabalhos desta Sessão em que se discute, na Pauta Especial, o Orçamento, eu gostaria de saudar, na pessoa de V. Exª, os demais Vereadores e Vereadoras desta Casa; público que nos assiste nas galerias e pela TVCâmara, senhoras e senhores.

Venho a esta tribuna fazer uma reflexão a respeito do que os Vereadores que me antecederam também abordaram: o tema que envolve a questão do investimento para que se possa instituir, em Porto Alegre, o tratamento de mais de 70% do esgoto. Realmente, esse é um grande Projeto e diz respeito a um investimento que vai trazer um retorno significativo para a qualidade de vida. O comprometimento da qualidade de vida das futuras gerações também depende desse Projeto, porque nós sabemos que apenas cerca de 27 a 30% do esgoto de Porto Alegre é tratado hoje, e, por meio desse investimento, vamos ter um avanço significativo.

Os nobres Pares, aqui, sabem também do importante período da minha caminhada, em que estive frente à Secretaria de Esportes, Recreação e Lazer do Município, no ano passado, mais especificamente no período de maio a novembro, e eu gostaria de falar um pouco a respeito de um orçamento que está sendo destinado ao Projeto Proesporte. Inclusive, tivemos a oportunidade de, cerca de uns 20 dias atrás, votar a reedição, para o ano que vem, dos valores que significarão e serão investidos ou que poderão ser abatidos, melhor dizendo, do orçamento da Secretaria Municipal de Esportes, Recreação e Lazer e que significam um percentual para essa legislação. Ela é uma legislação muito importante, e tenho certeza de que, talvez, tenha sido - e será - a maior contribuição do Governo Fogaça em relação ao Esporte para a Capital dos gaúchos, e é, com certeza, pelo volume que representa.

Trago aqui um Arrazoado, que, inclusive, foi-me repassado pela assessoria do Secretário João Bosco Vaz, construído inclusive com o Dr. Zélio Hocsman, Presidente do Conselho Municipal de Desportos de Porto Alegre, e que traz, portanto, os números atualizados. O Decreto nº 15.542, de dezembro de 2006, estabeleceu como orçamento para o ano de 2007 um montante a ser abatido do investimento daqueles que teriam que pagar ISS e IPTU, e que, ao invés de pagarem esses recursos, poderão investir em esportes e abater um percentual desses recursos. Vamos agora discorrer a respeito desse tema. O montante é de um total de 965 mil e 838 reais; portanto, quase um milhão de reais em investimentos para o esporte na nossa Capital. Aí, cabe o nosso reconhecimento, porque, realmente, quando se fala em esporte, fala-se em inclusão social, porque a criança que está brincando, que está jogando, que está competindo, que está se esforçando está com a cabeça no esporte, na competição sadia, está desenvolvendo o seu corpo, está interagindo nos esportes coletivos, enfim, não está nas sinaleiras; e a gente percebe um esforço muito grande desse Governo do Secretário João Bosco, no sentido de instituir o Bonde da Cidadania, para tirar as crianças das sinaleiras, trabalho justamente desenvolvido com foco na inclusão social, por intermédio do esporte.

Eu tenho aqui os dados a respeito do número pontual de projetos encaminhados. Esta é uma avaliação feita pelo Conselho Municipal de Desporto, por meio de câmaras constituídas para avaliar cada projeto. Ele é um Projeto fiscalizado pela estrutura do Conselho, e não pela estrutura do Poder Executivo, porque o Conselho, neste caso, funciona como órgão isento, dá mais transparência e credibilidade, inclusive para a própria legislação.

E só para que os senhores tenham idéia, Ver. Ervino, dos dados quantitativos, até setembro de 2007, foram encaminhados 96 projetos. Desses 96 projetos encaminhados de incentivo ao esporte, 65 foram aprovados; apenas 13 foram negados. O valor total aprovado para benefícios foi de 537 mil, 341 reais e três centavos. Vejamos, é mais de meio milhão de reais para incentivar o esporte na nossa Cidade. Mas vejam quão significativo é esse valor e o que ele representa para o esporte em nosso Município. Que outro setor poderia vincular tamanho benefício para a área do Esporte? Qual a outra empresa? Provavelmente, nenhuma outra empresa, nenhum outro segmento da Economia teria investido tanto no esporte em nossa Cidade, não fosse o Projeto Proesporte. O Projeto prevê um percentual de até 70% de abatimento do imposto relativo ao montante total do Projeto, ou seja, em números redondos, se o projeto custar cem mil reais, o investidor poderá abater, a partir da Lei do Proesporte, apenas setenta mil reais; os outros trinta mil reais representam o investimento a mais para o esporte. E o valor total aprovado para benefício, portanto, se considerarmos também essa diferença, totaliza um milhão, 481 mil e 967 reais. Olha, realmente, nós temos certeza de que, provavelmente, nunca se investiu tanto em esporte na nossa Cidade como se está investindo agora em função desse benefício. Primeiro, por quê? Porque aquelas empresas que já investem no esporte e que já vinham investindo no esporte agora têm um incentivo a mais através do Orçamento, porque a Secretaria Municipal do Esporte tem o seu orçamento planejado para o ano que vem, em números redondos, de aproximadamente cerca de 10 milhões de reais; é previsão orçamentária para investimentos no esporte, recreação e lazer, para cuidar dos parques e equipamentos públicos. Nós temos o Ginásio Tesourinha, o Araribóia, Tamandaré, todos os campos de futebol, todos esses parques esportivos, todo esse complexo esportivo que envolve toda a responsabilidade do Poder Executivo com a questão esportiva da Capital dos gaúchos, cerca de 49 campos de futebol, muitas quadras poliesportivas, enfim, mais toda a estrutura e todos equipamentos vinculados também a algumas escolas, onde se concentram os centros e muitos deles em que estão instaladas as nove piscinas públicas que Porto Alegre dispõe, enfim, todo esse envolvimento de cerca de 300 profissionais da área de Educação Física, mais os funcionários, mais os estagiários do montante do coletivo dos funcionários da Secretaria de Esportes, desse montante que totaliza 10 milhões de reais de investimento e que representa, aproximadamente, do valor total do Orçamento para o ano que vem, meio por cento do Orçamento da Prefeitura, desses 10 milhões de reais, a Secretaria abre mão de um milhão de reais e transfere para o Proesporte. O valor de um milhão de reais é investido em esporte, nos esportes coletivos, nas lutas, enfim, em toda atividade, eventos, organizações, congressos, seminários, simpósios, os mais diversos tipos de iniciativa que dizem respeito ao esporte, às práticas esportivas, às técnicas, ao aperfeiçoamento, ao aprimoramento dos profissionais da área da Educação Física; eles podem ser incentivados e aprovados por essa importante iniciativa de lei que foi aprovada por este Governo, neste Governo, neste período.

E nós, pelos dados que são apresentados aqui e pelo número de projetos aprovados e encaminhados, temos certeza de que, talvez, estejamos presentes e presenciando o momento em que mais se tenha investimentos na área do Esporte, em que aquelas pessoas que buscam a sua oportunidade de competir, a sua oportunidade de participar de um grande evento, no Exterior, em nível nacional, no continente americano, ou trazer uma grande atividade para Porto Alegre, têm condições de se organizar, têm tempo para montar um grande projeto, para fomentar um emprego, para fomentar atividades, para trazer jovens, para trazer, realmente, um clima que possa instituir a prática e o movimento em cima de mais ações, em cima de um fomento com estrutura para a questão esportiva na nossa Capital.

Eu gostaria realmente de fazer essa ressalva, para concluir, Presidenta, dizendo que, realmente, é bom podermos incluir no Orçamento de Porto Alegre esse percentual que nada mais é do que um percentual relativo ao Orçamento da Secretaria de Esportes, que está sendo aberto. Abre-se mão, ele sai do caixa único do Orçamento, para que a iniciativa privada, através daqueles que, por iniciativa própria, pediram o apoio, em vez de pagar o ISS, em vez de pagar o IPTU diretamente para os cofres públicos, possam investir no esporte.

Então, fica aqui o nosso reconhecimento e a nossa reflexão com relação a esse tema, neste período de Pauta Especial, em que se discute o Orçamento de 2008. Muito obrigado, Presidenta.

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Neuza Canabarro): Obrigada, Ver. Márcio Bins Ely.

Apregôo o Memorando nº 398 (Lê.): “Do Gabinete da Presidência. Assunto: Representação. Informamos que o Ver. Newton Braga Rosa estará representando esta Câmara Municipal na cerimônia da entrega de Prêmios Santander aos finalistas de Empreendedorismo e de Ciência e Inovação, a realizar-se no dia 24 de outubro de 2007, às 19h30min, no Santander Cultural, Rua Sete de Setembro, nº 1028, nesta Capital.” Assina a Verª Maristela Meneghetti, 1ª Vice-Presidenta em exercício da Presidência.

Memorando nº 402 (Lê.): “Do Gabinete da Presidência. Assunto: Representação. Informamos que a Verª Margarete Moraes estará representando esta Câmara Municipal no Vernissage do Salão SESI de Artes Visuais do Trabalhador, a realizar-se no dia 24 de outubro de 2007, às 19h, no Vestíbulo Nobre da Assembléia Legislativa do Rio Grande do Sul, Rua Duque de Caxias, nº 968, nesta Capital.” Assinado pela Verª Maristela Meneghetti, 1ª Vice-Presidenta em exercício da Presidência.

Passamos à

 

PAUTA - DISCUSSÃO PRELIMINAR

 

(05 oradores/05 minutos/com aparte)

 

1ª SESSÃO

 

PROC. Nº 6604/07 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 194/07, de autoria do Ver. Elói Guimarães, que reconhece o Grupo de Diálogo Inter-religioso de Porto Alegre – Dirpoa – como entidade cuja finalidade é prestar assistência espiritual e litúrgica – celebrativa – em eventos oficiais e não-oficiais, no Município de Porto Alegre, e dá outras providências.

 

PROC. Nº 7104/07 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 213/07, de autoria do Ver. Newton Braga Rosa, que institui o Dia da Guarda Municipal, a ser comemorado anualmente, no dia 3 de novembro, que passa a integrar o Calendário Oficial de Eventos do Município de Porto Alegre.

 

PROC. Nº 7201/07 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 229/07, de autoria do Ver. Nilo Santos, que institui o Dia da Marcha para Jesus – Caminhada dos Evangélicos pela Paz, a ser realizado anualmente, no primeiro sábado do mês de outubro, que passa a integrar o Calendário Oficial de Eventos do Município de Porto Alegre.

 

PROC. Nº 7421/07 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 235/07, de autoria da Verª Sofia Cavedon, que denomina Rua dos Piás o logradouro público não-cadastrado, conhecido como Rua P – Jardim Cascata –, localizado no bairro Cascata. (Este projeto com parecer favorável das Comissões Permanentes pelas quais tramitar será considerado aprovado, salvo requerimento de 1/6 dos membros da Câmara.)

 

PROC. Nº 7782/07 – PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 020/07, que cria Subseção III na Seção II do Capítulo III e acrescenta art. 47-A na Lei nº 8.986, de 02 de outubro de 2002, e dá outras providências. (quebra de caixa/PREVIMPA)

 

2ª SESSÃO

 

PROC. Nº 4592/07 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 145/07, de autoria do Ver. Nereu D’Avila, que denomina Rua Arahy Borges Ortiz o logradouro público cadastrado, conhecido como Rua 2987 – Loteamento Verdes Campos-, localizado no bairro Mário Quintana. (Este projeto com parecer favorável das Comissões Permanentes pelas quais tramitar será considerado aprovado, salvo requerimento de 1/6 dos membros da Câmara.)

 

PROC. Nº 6994/07 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 207/07, de autoria da Verª Clênia Maranhão, que denomina Rua Jesiel Iomar Baumgarten o logradouro público não-cadastrado, conhecido como Rua 7055 – Loteamento Hípica Boulevard. (Este projeto com parecer favorável das Comissões Permanentes pelas quais tramitar será considerado aprovado, salvo requerimento de 1/6 dos membros da Câmara.)

 

PROC. Nº 7090/07 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 212/07, de autoria do Ver. Ervino Besson, que denomina Rua Generino Dalla Valle o logradouro público cadastrado, conhecido como Trecho Praça Aratiba, localizado no bairro Cavalhada. (Este projeto com parecer favorável das Comissões Permanentes pelas quais tramitar será considerado aprovado, salvo requerimento de 1/6 dos membros da Câmara.)

 

PROC. Nº 7142/07 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 224/07, de autoria do Ver. Nereu D’Avila, que inclui no Calendário Oficial de Eventos do Município de Porto Alegre a Festa e a Procissão da Paróquia São Judas Tadeu, a serem realizadas anualmente, no dia 28 de outubro.

 

PROC. Nº 7267/07 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 232/07, de autoria da Verª Neuza Canabarro, que denomina Rua Dr. Érico Maciel Filho o logradouro público cadastrado, conhecido como Rua 7048 – Loteamento Lagos de Nova Ipanema. (Este projeto com parecer favorável das Comissões Permanentes pelas quais tramitar será considerado aprovado, salvo requerimento de 1/6 dos membros da Câmara.)

 

3ª SESSÃO

 

PROC. Nº 6173/07 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 181/07, de autoria do Ver. Mario Fraga, que obriga os veículos utilizados para atender a contratos estabelecidos com a Administração Municipal, direta e indireta, a possuírem o Certificado de Registro e Licenciamento de Veículo – CRLV – expedido no Município de Porto Alegre.

 

PROC. Nº 6741/07 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 198/07, de autoria do Ver. Haroldo de Souza, que institui, no Município de Porto Alegre, o Dia do Atleta Paraolímpico, a ser comemorado anualmente, no dia 21 de setembro, que passa a integrar o Calendário Oficial de Eventos do Município de Porto Alegre, e dá outras providências.

 

PROC. Nº 7015/07 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 208/07, de autoria do Ver. João Carlos Nedel, que denomina Rua Élvio Antônio Filipetto o logradouro público não-cadastrado, conhecido como Avenida 1937, localizado no bairro Rubem Berta. (Este projeto com parecer favorável das Comissões Permanentes pelas quais tramitar será considerado aprovado, salvo requerimento de 1/6 dos membros da Câmara.)

 

PROC. Nº 7200/07 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 228/07, de autoria do Ver. João Carlos Nedel, que denomina Rua Dr. Eduardo Viana Pinto o logradouro público cadastrado, conhecido como Rua 34 – Loteamento Presidente Costa e Silva-, localizado no bairro Rubem Berta. (Este projeto com parecer favorável das Comissões Permanentes pelas quais tramitar será considerado aprovado, salvo requerimento de 1/6 dos membros da Câmara.)

 

PROC. Nº 7261/07 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 230/07, de autoria do Ver. João Carlos Nedel, que denomina Rua Dr. Ivo Spolidoro Tellini o logradouro público cadastrado, conhecido como Rua 38 – Loteamento Presidente Costa e Silva-, localizado no bairro Rubem Berta. (Este projeto com parecer favorável das Comissões Permanentes pelas quais tramitar será considerado aprovado, salvo requerimento de 1/6 dos membros da Câmara.)

 

PROC. Nº 7262/07 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 231/07, de autoria do Ver. João Carlos Nedel, que denomina Rua Dr. Frederico Lamachia Filho o logradouro público cadastrado conhecido como Rua 42 – Loteamento Presidente Costa e Silva-, localizado no bairro Rubem Berta. (Este projeto com parecer favorável das Comissões Permanentes pelas quais tramitar será considerado aprovado, salvo requerimento de 1/6 dos membros da Câmara.)

 

PROC. Nº 7335/07 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 233/07, de autoria do Ver. João Carlos Nedel, que denomina Rua Nossa Senhora das Dores o logradouro não-cadastrado, conhecido como Rua G – Vila da Páscoa-, localizado no bairro Rubem Berta. (Este projeto com parecer favorável das Comissões Permanentes pelas quais tramitar será considerado aprovado, salvo requerimento de 1/6 dos membros da Câmara.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Neuza Canabarro): A Verª Margarete Moraes está com a palavra para discutir a Pauta.

 

A SRA. MARGARETE MORAES: Srª Presidenta, Verª Neuza Canabarro; Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, neste momento preliminar de Pauta, eu quero comentar o PLL nº 194/07, de autoria do Ver. Elói Guimarães, em 1ª Sessão, que reconhece o Grupo de Diálogo Inter-religioso de Porto Alegre - Dirpoa - como entidade cuja finalidade é prestar assistência espiritual e litúrgica - celebrativa - em eventos oficiais e não-oficiais no Município de Porto Alegre, e dá outras providências. Nós já conhecemos esse Grupo Inter-religioso aqui nesta Casa mesmo; eles têm um dia no Calendário da nossa Cidade, proposto pelo Ver. Todeschini. Eu lembro que uma vez eu fui num Gre-Nal, e havia um clima de tensão, e eles estavam todos lá, assim como eles vêm aqui no Dia das Mães, em vários dias nesta Casa. Eu creio que a Prefeitura também os convida há muito tempo. Eles já contam com o reconhecimento da Cidade, mas é importante sempre valorizá-los. Ver. Elói, parabéns!

E já que estamos falando em paz, em pluralidade religiosa, nós temos o PLL nº 229/07, de autoria do Ver. Nilo Santos, que institui o Dia da Marcha para Jesus, Caminhada dos Evangélicos pela Paz, a ser realizado anualmente, no primeiro sábado do mês de outubro. Deve ter um sentido essa data - primeiro sábado do mês de outubro -, mas também é algo que diz respeito à paz, e, nesses tempos de tantas guerras - “o senhor das guerras”, que é o Presidente dos Estados Unidos -, todas essas datas são sempre importantes.

O Ver. Mario Fraga tem apresentado bons projetos, boas idéias para esta Casa, e eu queria comentar o PLL nº 181/07, de sua autoria, que obriga os veículos utilizados para atender a contratos estabelecidos com a Administração Municipal, Direta e Indireta, a possuírem o Certificado de Registro e Licenciamento de Veículo, expedido no Município de Porto Alegre. Mais uma vez, ele aperfeiçoa o sistema democrático vigente no Município, no Estado e no País e confere transparência às instituições como um princípio da boa administração pública.

O último Projeto a que eu quero me referir é o PLL nº 231/07, de autoria do Ver. João Carlos Nedel, que denomina Rua Dr. Frederico Lamachia Filho o logradouro público cadastrado, conhecido como Rua 42 - Loteamento Presidente Costa e Silva -, localizado no bairro Rubem Berta. Eu conheci o Dr. Frederico Lamachia Filho, que, infelizmente, não está mais conosco; é o pai do atual Presidente da Ordem dos Advogados do Rio Grande do Sul. Quando fui Secretária da Cultura, ouvi falar muito nele como um inovador na área da cultura, uma pessoa que acreditava que a arte existe em todos os lugares, nos locais institucionais ou não, e que as pessoas têm capacidade de criação, independendo dos governos. Seja bem-vinda, Carmem Marins, uma grande poetisa; Flávio Stefani também.

Então, junto com a Professora Zilah Totta, na época, Ver. João Antonio Dib, com outros funcionários como André Bono, que trabalhou comigo na Secretaria da Cultura, eles instituíram, nos Centros Comunitários, oficinas, espaços de arte e cultura para aquelas populações periféricas que não tinham acesso à arte e à cultura. Quando nós instituímos, na SMC, o Projeto de Descentralização da Cultura, sempre reconhecemos esse trabalho inicial do Prof. Dr. Frederico Lamachia Filho, que começou esse trabalho da descentralização, mas não utilizava essa terminologia. Tenho certeza de que nós aperfeiçoamos esse trabalho dele, que, infelizmente, hoje vem decaindo na cidade de Porto Alegre, e ele deve ter outras tantas razões, como gestor público, para ser lembrado em logradouro público da nossa Cidade. Obrigada.

(Não revisado pela oradora.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Neuza Canabarro): O Ver. João Antonio Dib está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Srª Presidenta, Verª Neuza Canabarro; Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, em Pauta, hoje, nas três Sessões - primeira, segunda e terceira -, 17 Processos. Fico satisfeito que há uma preocupação, um sentimento de religiosidade muito grande, hoje, nos 17 projetos aqui apresentados. Ver. Elói Guimarães com seu Grupo de Diálogo Inter-Religioso de Porto Alegre; o Ver. Nilo Santos com o Dia da Marcha para Jesus; o Ver. João Carlos Nedel denomina Rua Nossa Senhora das Dores; o Ver. Nereu D’Avila quer estabelecer, no Calendário Oficial, a Procissão a São Judas Tadeu.

Eu tenho profundo respeito por aqueles que têm religiosidade no fundo do seu coração, que acreditam realmente naquilo que pregam, naquilo que falam. E eu sempre confiei naqueles que são religiosos convictos; sempre confiei e não me decepcionei nenhuma vez, quando há convicção. Não há nenhuma religião que ensine o indivíduo a ser mau, a não ser correto. Em 17 projetos, em três dias de Pauta, dez, exatamente dez, se referem à denominação de logradouros, logradouros que homenageiam pessoas importante como o Professor Frederico Lamachia Filho, que foi lembrado pela Verª Margarete; o Dr. Eduardo Viana Pinto; o Dr. Jesiel Iomar Baumgarten; O Dr. Érico Maciel Filho; o Dr. Ivo Spolidoro Tellini, entre outros. Mas o problema sério da nossa Cidade é a falta de identificação dos logradouros. Nós denominamos e, quando nós denominamos, colocamos as placas, nós conseguimos que as placas sejam colocadas, porque a Prefeitura não tem feito isso. Ontem mesmo, no Programa Guerrilheiros da Notícia, o Antônio Carlos Baldi, mais uma vez, me cobrou a falta de identificação dos logradouros municipais. Olhando a Proposta Orçamentária, eu não identifiquei nada que pudesse dizer: “Aí é para a colocação das placas que estão faltando nas ruas da Cidade”. Não identifiquei. Também não vou fazer emenda ao Orçamento nesse sentido, porque já fiz uma vez, contrariando o meu jeito de ser; eu fiz. O Prefeito Tarso Genro havia aprovado um Projeto que considerava o ano de 1995 o Ano da Identificação dos Logradouros, e eu, então, achei que podia fazer uma Emenda dentro dos recursos da SMOV - era a SMOV que fazia a colocação das placas - de 150 mil reais. Foi aprovada a Emenda, foi sancionada a Emenda, e as placas não foram colocadas. Portanto, eu não vou mais fazer emendas, ainda que 2007 tenha novamente sido declarado o Ano de Identificação de Logradouros. Eu acredito no que diz o autor do livro que eu ofereci, Fábio Nogueira Lemos. Diz ele para o Vereador: “Seja um fiscal consciente do dinheiro público. Essa é a mais importante responsabilidade do Vereador”. Eu diria que não é do Vereador, do Legislador; é do Senador, é do Deputado Federal, do Deputado Estadual e do Vereador. Por isso eu não vou fazer emendas ao Orçamento, mas eu gostaria que houvesse uma Rubrica especifica no Orçamento para a colocação de placas identificadoras dos logradouros denominados; seriam alguns milhares, mas isso não custaria tanto para o Município. Saúde e PAZ!

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Neuza Canabarro): O Ver. João Carlos Nedel está com a palavra para discutir a Pauta. (Pausa.) Ausente.

A Verª Sofia Cavedon está com a palavra em Tempo Especial.

 

A SRA. SOFIA CAVEDON: Verª Neuza Canabarro, presidindo os trabalhos, ao cumprimentá-la, cumprimento os colegas Vereadores. Eu queria relatar, aqui, a reunião em que estive representando a Presidente desta Casa, que foi convocada a dar explicações sobre o Plano Municipal de Educação, no Ministério Público Estadual. No processo que tramita no Ministério, há informações verdadeiras de que o Plano, de fato, veio a esta Casa no final de 2004 e foi arquivado, a pedido do Executivo Municipal, em fevereiro de 2005.

O Ministério Público é sabedor de que o Plano Nacional de Educação de 2001, Ver. Dib, determinou aos Municípios e Estados que realizassem os seus planos municipais e estaduais de educação, estabelecendo metas para os dez anos da educação, e assim também está determinado em nosso sistema municipal de ensino, que é uma lei municipal votada por esta Casa, determinando que o Plano seja feito através de congressos de educação, e votado na forma de lei, aqui nesta Casa. Ora, o Ministério Público está acionando a Câmara e Prefeitura Municipal e perguntando por que Porto Alegre ainda, em 2007 - portanto, seis anos depois da promulgação do Plano Nacional de Educação -, não tem o seu próprio Plano. E, designada pela Presidente, levei todos os movimentos que esta Casa fez através da Comissão de Educação, durante o ano de 2005 e 2006, para que o Plano voltasse à Casa desde uma audiência pública da própria Comissão até um seminário aberto, sugerido por esta Vereadora, quando o Ver. Adeli era Presidente, do qual a própria SMED participou, com todas as entidades que elaboraram o Plano que tinha vindo para cá, e o Plano continua engavetado.

Em 2006, a Presidenta da Comissão, Verª Manuela d’Ávila, também em várias reuniões com a SMED, construiu um seminário conjunto, que aconteceu em agosto de 2006, nesta Casa, quando a SMED, de novo, dizia: “Nós temos discordância, nós queremos atualizar.” Em 2005, dizia: “Nós queremos fazer avaliação dos ciclos”. Fizeram avaliação. Em 2006, ainda tinham questões que queriam colocar no Plano, questionar. O Prefeito Municipal, em reportagens nos jornais, se comprometeu. Levei todas essas reportagens, todos os documentos, os seminários, e entregamos ao Ministério Público. Ou seja, Porto Alegre não tem um Plano Municipal de Educação ainda, porque o Prefeito Fogaça e sua Secretária de Educação o engavetaram e não disseram ainda qual a discordância. Não aceitaram; todos os movimentos participaram, mas não deram seqüência a todas as ações que esta Câmara realizou, através da sua Comissão de Educação. Então, na deliberação da reunião, hoje, pelo Ministério Público, muito claramente firmada em Ata, a Dra. Sinara expressou que o Ministério Público não concorda com uma abertura de nova discussão e determina que o Congresso, que elaborou o Plano, seja respeitado. Determinou e acertou com as partes uma reunião para a próxima quinta-feira, onde a SMED deverá trazer proposta de calendário e dizer quais são, de fato, as suas posições em relação ao Plano.

Então, ficou muito claro que esta Câmara cumpriu o seu papel - levei todos os documentos - e que, na verdade, o Executivo não está sendo responsável com o Plano Nacional de Educação que determina realizar, e nem sendo respeitoso com o processo que a Cidade fez, com as adequações que quer fazer. O apelo que fiz, em nome, tenho certeza, da Presidenta desta Casa, é que a SMED se pronuncie e diga se concorda ou não e mande o Plano para cá com as suas modificações, porque a Cidade, com a história que tem de participação direta, de legislação em Educação com sistema próprio, com eleição direta, com o Conselho Municipal ativo, não pode ficar sem um Plano Municipal de Educação, porque a Secretaria não se organiza, não se posiciona. Acho que foi muito importante a ação do Ministério Público, e, na próxima quinta-feira, estaremos representando a Presidenta e esperamos trazer notícias mais concretas para esta Casa avaliar e, finalmente, votar o seu Plano Municipal e estabelecer para a Cidade diretrizes para a Educação. Obrigada, Verª Neuza.

(Não revisado pela oradora.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Neuza Canabarro): O Ver. Guilherme Barbosa está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. GUILHERME BARBOSA: Verª Neuza Canabarro, que preside a nossa Sessão; colegas Vereadores e Vereadoras, neste período, quero comentar dois Projetos, um da Verª Clênia Maranhão, que denomina a Rua Jesiel Iomar Baumgarten um logradouro público não-cadastrado conhecido como Rua 7.055, no Loteamento Hípica Boulevard. Quero comentar esse Projeto porque conheci o Engenheiro Jesiel Iomar Baumgarten - o Ver. Dib também -, e era uma grande pessoa, um grande engenheiro, com muita experiência na nossa profissão; portanto, considero como devida e adequada a homenagem que pretende fazer a Verª Clênia. Como militante do Sindicato dos Engenheiros por muito tempo, já coroa, como se diz no dia-a-dia, ele não precisava, pessoalmente e financeiramente, ter uma atividade associativa que tomava seu tempo, mas estava lá batalhando pela nossa categoria, e vale dizer também, pela sociedade porto-alegrense.

Outro Projeto que eu gostaria de comentar e debater é o do Ver. Elói Guimarães, que reconhece o Grupo de Diálogo Inter-religioso de Porto Alegre - Dirpoa - como entidade cuja finalidade é prestar assistência espiritual e litúrgica - celebrativa - em eventos oficiais e não-oficiais, no Município de Porto Alegre, e dá outras providências. Ver. Elói, não consegui captar exatamente o objetivo do Projeto, porquereconhecer o grupo, mas que ele também seja para prestar assistência espiritual e litúrgica”, o que significa? Eu gostaria de ouvir Vossa Excelência.

 

O Sr. Elói Guimarães: Ver. Guilherme Barbosa, inicialmente agradeço a generosidade de V. Exª em permitir o aparte, na medida em que, posteriormente, faria uma análise da questão. Esse diálogo inter-religioso, hoje, já está inserido na vida da cidade de Porto Alegre, inclusive reconhecido por atos administrativos das Secretarias do Município, inclusive com o Projeto do Ver. Carlos Todeschini, já aprovado, criando o dia. É toda uma nova concepção democrática no campo religioso, é constituída de todas as religiões. Então, nós entendemos que, embora, na Justificativa, nós separemos o Estado da Igreja, afinal, o Estado é separado da Igreja, não é?

 

O SR. GUILHERME BARBOSA: Deve ser.

 

O Sr. Elói Guimarães: E o é. Então, nós entendemos de ver da possibilidade de um Projeto de Lei, do reconhecimento sem nenhum vínculo, sem nenhum link à Administração, é nesse sentido.

 

O SR. GUILHERME BARBOSA: Muito obrigado; já me esclarece um pouco.

 

O Sr. Carlos Todeschini: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Obrigado, Ver. Guilherme. Foi aprovado nesta Casa, já é Lei sancionada pelo Prefeito, que institui, no dia 27 de outubro, o Dia do Diálogo Inter-Religioso, que é a expressão do reconhecimento da pluralidade, da tolerância religiosa, do espírito democrático que governa Porto Alegre. Muito obrigado.

 

O SR. GUILHERME BARBOSA: Obrigado. Eu acho que os dois apartes ajudam a esclarecer o objetivo do Projeto. Muito obrigado.

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Neuza Canabarro): Obrigada, Ver. Guilherme Barbosa.

O Ver. Carlos Comassetto está com a palavra para discutir a Pauta. (Pausa.) Ausente. O Ver. José Ismael Heinen está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. JOSÉ ISMAEL HEINEN: Exma Srª Verª Neuza Canabarro, nossa Presidenta da Sessão de hoje; nobres Vereadoras e Vereadores; público que nos assiste, quero fazer considerações ao Projeto de Lei do Legislativo nº 198/07, de autoria do Ver. Haroldo de Souza, que institui no Município de Porto Alegre o Dia do Atleta Paraolímpico, a ser comemorado, anualmente, no dia 21 de setembro.

Eu quero fazer referência a um Projeto que foi aprovado nesta Casa, nesta Legislatura, pelo Ver. Dr. Pinto, 1º Suplente da coligação PSDB/Democratas; Projeto esse que foi aprovado e sancionado, um Projeto belíssimo: uma paraolimpíada em Porto Alegre. Quer dizer, teríamos uma semana, talvez um mês, de atividades paraolímpicas em nossa Cidade. O Projeto foi aprovado, sancionado, mas, infelizmente, foi esquecido. Foi aprovado há mais de dois anos, e a Secretaria de Esportes de Porto Alegre, ou a Prefeitura, ou o Executivo, simplesmente sancionou, mas ignorou. Entramos naquela que o nosso colega Ver. João Antonio Dib fala: temos leis, leis, e não adianta fazermos mais leis se nós não cumprirmos as leis existentes. Eu sou muito favorável ao desenvolvimento esportivo não somente para essa categoria dos deficientes físicos, que é sumamente importante, mas também para outras, para todos os cidadãos e jovens desta Cidade. Deveríamos ter uma olimpíada municipal, principalmente para detectarmos novos valores, novos atletas, novos destaques, porque é através desse estímulo que a gente dá à sociedade, aos nossos filhos, oportunidades; e também economizamos, com certeza, muitas vidas que hoje se entregam às drogas, aos vícios por falta de perspectiva, por falta de confiança, falta de desenvolvimento de auto-estima. Agora, o Poder Público tem que oferecer essas alternativas aos nossos jovens. Uma olimpíada em Porto Alegre, interbairros, com certeza, seria uma festa anual, para a qual, durante todo o ano, os jovens estariam se preparando. E para se preparar, para ser um atleta, ele estará longe do cigarro, estará longe da bebida, longe das drogas; senão, ele não obtém resultados. E isso não é uma despesa, seria um investimento que, com certeza, traria retorno à sociedade, com lucros, inclusive, para as despesas municipais. A olimpíada, poderia, inclusive, ser toda patrocinada pelos nossos empresários da Cidade, que, com certeza, gostariam até que seus filhos participassem desses eventos também. Então, aproveitando a apresentação deste Projeto, lembrei-me do Projeto que nós temos aprovado, o qual acho que temos de pedir para ser colocado em execução, porque eu creio que projeto que não se consegue colocar em execução teria de ser revogado, e não deixá-lo escondido numa gaveta, não dando a devida importância ao que é debatido, nesta Casa, pelos representantes do povo - que estão aqui a discutir os problemas, a aprovar as resoluções que, de repente, não levam a nada. Nós somos muito bem pagos para fazer Projetos e, principalmente, para fiscalizarmos os Projetos aprovados. E este é um Projeto que considero de grande relevância para a nossa comunidade, que não pode ficar engavetado e com relação ao qual a Secretaria de Esportes deveria dar uma resposta a respeito dessa olimpíada muito salutar, de resgate, de inclusão social dos necessitados da nossa Cidade. E, de repente, nós, aqui, trocando de idéia, poderemos estendê-la para toda a cidade de Porto Alegre. Eu agradeço a atenção dos senhores Pares e agradeço, também, à nobre Presidência da Casa. Muito obrigado.

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Neuza Canabarro): Obrigado, Ver. José Ismael Heinen.

O Ver. Márcio Bins Ely está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. MÁRCIO BINS ELY: Exma Srª Presidente, Verª Neuza Canabarro; na pessoa de V. Exª, quero cumprimentar os demais Vereadores e Vereadoras desta Casa, o público que nos assiste nas galerias e pela TV Câmara, as senhoras e os senhores. Venho a esta tribuna, no período de Pauta, para falar a respeito de três Projetos de Lei que entendo oportunos, que podemos abordar, dando o nosso parecer, a nossa opinião desta tribuna. O primeiro deles é de autoria do Ver. Haroldo de Souza, que institui, no Município de Porto Alegre, o Dia do Atleta Paraolímpico, a ser comemorado, anualmente, em 21 de setembro, e passa a integrar o Calendário Oficial de Eventos do Município de Porto Alegre.

Primeiramente, eu gostaria de dizer que nós sabemos de todas as dificuldades que existem para as pessoas portadoras de deficiência superarem as suas limitações pessoais. Realmente, quando nós percebemos que um determinado cidadão ou cidadã, mesmo com a deficiência, enfrenta e supera aquela dificuldade física, pessoal, e se predispõe a disputar uma modalidade, a participar de uma olimpíada, a participar de jogos, de competições, essa pessoa é, realmente, uma vencedora, é uma pessoa que se superou, que enfrentou preconceitos, dificuldades, uma série de questões que giram em torno das pessoas portadoras de deficiência. Acho que é oportuno que possamos registrar esse dia, porque, realmente, nos orgulha muito e nos emociona quando nós assistimos, lá na televisão, aos cadeirantes, pessoas, porventura, mutiladas, enfim, pessoas que estão ali batalhando, lutando, representando o seu País, a sua bandeira, numa modalidade específica; e vão lá, conquistam uma medalha, conquistam um espaço, um lugar no pódio - realmente temos que reconhecer todo esse esforço. Nós sabemos do compromisso deste Governo com a questão das pessoas portadoras de deficiência, compromisso esse materializado na criação da Secretaria de Acessibilidade. A criação da Secretaria demonstra a responsabilidade e o respeito que o Governo tem com a questão das pessoas portadoras de deficiência, e acho que o Projeto do Ver. Haroldo de Souza é oportuno e, com certeza, terá o nosso apoio.

Quero também fazer menção ao Projeto de Lei de autoria do Ver. Mario Fraga, que obriga os veículos utilizados para atender a contratos estabelecidos com a Administração Municipal, direta e indireta, a possuírem o Certificado de Registro e Licenciamento de Veículo, expedido no Município de Porto Alegre. Nada mais justo do que nós podermos, também, fazer uma política bairrista. Em muitos Estados, em muitos Municípios, essa guerra fiscal que se estabeleceu Brasil afora tem, inclusive, levado algumas divisas do nosso Estado e da nossa Capital, fundamentalmente, para Municípios vizinhos, circundantes, da Região Metropolitana, que possuem algumas alíquotas de impostos mais baixas. Acho que temos, sim, que começar a pensar dessa maneira, como o Ver. Mario Fraga, que encaminhou esse Projeto de Lei, que procura, através de algum mecanismo, de alguma ferramenta legal, fazer uma amarra, para que, realmente, os impostos que são arrecadados, que são investidos na contraprestação de serviços, através de licitações e da legislação que existe, sejam deixados aqui ao longo da caminhada; que aquelas empresas que se predispuserem a fazer o seu serviço aqui na Capital também nos deixem um pouco do imposto devido por uma série de fatores que envolvem a prestação de serviço, para aquelas que se utilizarem de veículos, que nós possamos, sim - por que não? -, fazer um Projeto de Lei que dê preferência àquelas pessoas que têm um Certificado de Registro licenciado aqui na Capital.

Quero também fazer menção, para finalizar, ao Projeto de Lei de autoria da Verª Clênia Maranhão, que denomina Rua Josiel Iomar Baumgarten um logradouro público não-cadastrado.

Josiel Iomar Baumgarten, avô falecido da minha esposa, casualmente, sempre filiado ao Partido Comunista, o Partidão, realmente foi uma figura que contribuiu na sua caminhada; foi um engenheiro que fez mais de duas mil obras no Estado, teve um envolvimento político com a causa de esquerda no período da ditadura, tem um significado muito importante para todos aqueles que lutaram com ele e acreditaram que era possível vencer aquele período da ditadura. Realmente, ficamos todos muito contentes com a iniciativa da Vereadora, que dizia, ainda esta semana, que fez três Projetos de Lei, dando nomes de rua. Que bom ver ser reconhecido o engenheiro Josiel, que, inclusive, foi candidato à Vice-Governador e que hoje se encontra no Oriente Eterno.

Então, eu gostaria de fazer este registro e um agradecimento à Vereadora pela sua iniciativa, pois é uma justa homenagem que se presta a esse engenheiro que deu uma grande contribuição à política e, principalmente, ao movimento de esquerda do nosso País. Muito obrigado, Presidente.

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Maristela Meneghetti): Obrigado, Ver. Márcio Bins Ely.

O Ver. José Ismael Heinen está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. JOSÉ ISMAEL HEINEN: Exma Srª Presidenta; nobres colegas, trago à consideração uma coisa que nós todos estamos sentindo no bolso: imposto, imposto e imposto, e, agora, somam-se mais tarifas bancárias muito escorchantes, escorchantes mesmo. Vejamos: nos últimos cinco anos, as tarifas bancárias aumentaram 954% contra uma inflação, calculada pelo INPC, de 50,6%.

Há algum tempo, eu me lembro bem que nós éramos procurados para depositar nossas economias na rede bancária, e nós não pagávamos nada por isso; muito pelo contrário, recebíamos juros pelo dinheiro que deixávamos na conta bancária.

Vejam os senhores que, em 1994, os bancos tinham muito mais funcionários nas agências; hoje, o quadro funcional das agências é diminuto, pois elas estão quase que totalmente automatizadas. Naquela época - e quanto mais o tempo passa, maior a diferença -, em 1994, as tarifas bancárias pagavam 25% da folha de pagamento, mas, agora, em 2005, as tarifas bancárias pagam toda a folha de pessoal dos bancos. Ou seja, 102% da folha de pagamento são pagos com a arrecadação das tarifas bancárias - e os bancos ainda têm lucros -, sendo que a inflação, nesse período, foi de 50,6%.

Falando na inflação do período, de 50,6%, por dever de justiça, eu tenho que me referir à minha classe, à classe dos militares, das Forças Armadas, e lembrar que o Governo Lula está nos devendo esses 50,6% de reajuste e mais o que ele prometeu, ou seja, o percentual de 1,5% acima da inflação. O Governo Lula apenas pagou em quatro prestações o que foi acertado no tempo do Fernando Henrique. Em compensação, os CCs aumentam cada vez mais, principalmente os ligados ao Governo Federal.

 

(Aparte anti-regimental do Ver. Carlos Todeschini.)

 

O SR. JOSÉ ISMAEL HEINEN: Eu gostaria que o nobre colega viesse ao plenário e não ficasse atrapalhando os discursos, já que eu não costumo fazer isso.

Isso é uma reivindicação de uma classe. Eu não sei por que o Ministro do Exército, que nunca quis botar farda, hoje está colocando farda, está sendo o Tarzan da Amazônia; ele tem que se preocupar é com o bem-estar da sua tropa, com a auto-estima da sua tropa, porque o militar tem família, tem filhos, tem esposa, tem pai, tem mãe. Esse revanchismo que está vindo para cima da classe dos militares tem muito a ver também com a família dos militares, esta que, em primeiro lugar, nós defendemos. Direitos iguais, meus amigos!

E, aliás, um Presidente da República que tem postura não faz o que o nosso Presidente faz, ou seja, pega um Partido da oposição e desmerece, chamando de “demos”. Não tem problema nenhum, não nos atinge de maneira nenhuma, porque havia Os Demônios da Garoa, um belíssimo conjunto. Agora, o Sr. Presidente da República abre um precedente muito forte, para que possamos dizer...

 

(Aparte anti-regimental do Ver. Carlos Todeschini.)

 

O SR. JOSÉ ISMAEL HEINEN: Srª Presidenta, eu quero colocar, perante V. Exª, a descompostura de um colega em plenário, se dirigindo, inclusive, a V. Exª de uma maneira pejorativa a respeito do meu pronunciamento, que é sério; não é brincadeira! O Ver. Carlos Todeschini está se manifestando de forma pejorativa para com este Parlamentar, neste momento sério de usar a tribuna.

 

A SRA. PRESIDENTA (Maristela Meneghetti): O seu tempo está assegurado e está correndo, Vereador.

 

O SR. JOSÉ ISMAEL HEINEN: Então, eu acredito que nós tenhamos que ter a educação de colega para colega num momento como este.

E eu faço esta reivindicação em nome de todas as Forças Armadas, porque nós queremos segurança, e não queremos pagar o agente de segurança; nós queremos saúde, e não queremos pagar a professora, que é um agente de saúde. Agora, dinheiro para outras coisas tem, e tem muito. No ralo da corrupção, vai um monte de dinheiro que é arrecadado através dos impostos do povo brasileiro. Muito obrigado, Srª Presidenta.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. DR. GOULART (Requerimento): Srª Presidenta, solicito um minuto de silêncio. Gostaria de um minuto para fundamentá-lo. Nós todos, que lidamos com política, conhecemos bem uma grande liderança da Zona Norte, Angelita de Souza, conhecida como Perversa, que concorreu a Conselheira Tutelar. É uma promotora legal pública e teve ontem o pior dia de sua vida: foi a perda do seu único filho, o nosso querido amigo que se acidentou, que sofreu o abalroamento de um caminhão, comprovando a quarta causa de morte no Brasil, no geral, e a primeira causa de morte de jovens, no Brasil, que são as causas externas. O filho da Perversa faleceu, vai ser enterrado hoje no Cemitério da Paz, às 16 horas. É com muito pesar, com muita tristeza, irmanando-me com essa querida amiga e relembrando dos meus filhos que, vivos, estão por aí, que eu peço ao nosso Plenário, num sinal de um grande respeito pelo trabalho de uma mulher pobre, lutadora e batalhadora, um minuto de silêncio pela sua tristeza, pela perda de seu querido filho, Nicolas de Souza Furtado.

 

A SRA. PRESIDENTA (Maristela Meneghetti): Acolho e defiro de imediato.

 

(Faz-se um minuto de silêncio.)

 

A Verª Clênia Maranhão está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

A SRA. CLÊNIA MARANHÃO: Srª Presidenta, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, eu queria falar de dois temas que envolvem o processo de democracia na nossa Cidade.

Tive a oportunidade e o privilégio de, nesta semana, participar do lançamento deste livro, que é um livro que, inclusive, foi distribuído para o conjunto das Sras. Vereadoras e dos Srs. Vereadores desta Casa. (Mostra livro.) É um livro que se chama Observando o Orçamento Participativo de Porto Alegre, de autoria do Doutor em Sociologia Luciano Fedozzi. Este livro é uma publicação da Prefeitura de Porto Alegre, do ObservaPOA, instrumento que foi criado no nosso Governo, com o apoio da Rede Urbal, dentro do conceito de capacitação e de aprimoramento dos instrumentos de participação da população.

Eu fiz questão de usar o tempo de Liderança da minha Bancada para falar do resultado da pesquisa que está expressa neste livro, porque tive a oportunidade de ouvir o debate e as discussões apresentadas pela Secretaria de Governança, pelo Prefeito José Fogaça e pelo Dr. Plínio Zalewski, que é o Coordenador do Observatório.

É muito importante nós podermos tomar conhecimento dos dados desta pesquisa, que, apresentada de uma forma extremamente simples, faz um acompanhamento do processo de implantação do Orçamento Participativo, da implantação dos novos instrumentos de aprimoramento; trata da questão do Observatório, que, inclusive, nós, os Vereadores e as Vereadoras, todos usamos muito, porque está numa página da Internet. Através dele, de uma forma georreferenciada, nós podemos acompanhar a evolução do processo de participação direta e compreender todos os avanços que são feitos, hoje, pela Prefeitura, no sentido de qualificar essa participação, considerando que a questão da informação é uma questão fundamental para a qualificação e o aprimoramento do processo de participação das comunidades.

Eu acho que ainda vale a pena destacar, nesta pesquisa, a questão da compreensão que devemos ter, quando se trata de democracia representativa e participativa, da importância que é, para os agentes de participação, apropriar-se do conjunto das informações para que a sua decisão não seja uma decisão setorializada, mas que seja, cada vez menos, atrelada às posições oficiais e, cada vez mais, se aproprie dos instrumentos da participação e do conjunto da informação, inclusive da realidade dos demais conselhos, dos demais instrumentos de participação do nosso Município, e que se possa fazer isso de uma forma muito mais qualificada.

Eu quero ainda dizer que todos nós, Vereadoras e Vereadores, recebemos, sistematicamente, convites para eventos da Prefeitura, e já recebemos, entre os diversos convites desta semana, um para participarmos de um seminário que ocorrerá na próxima sexta-feira, no horário da manhã, no City Hotel, onde será feito, exatamente, um diagnóstico da situação da pobreza na nossa Cidade. Eu queria destacar esse assunto, porque nós, Vereadores e Vereadoras desta Casa, como representantes da população, teremos oportunidade de nos apropriar, nesse debate com grandes teóricos, com o mundo acadêmico, com os professores da Universidade, da realidade das populações da nossa Cidade dos pontos de vista regional, setorial e territorial. Além de professores da nossa Universidade, estarão também presentes professores da Universidade de Cambridge, que, juntamente com a UFRGS e a Prefeitura de Porto Alegre, têm procurado, nesse espírito de governança, definir as políticas públicas, respaldadas no conhecimento técnico-científico das universidades.

Eu quero reforçar esse convite, enviando-lhes a programação mais detalhada, porque acho que essa é uma importante oportunidade que pode subsidiar, qualificar e aprimorar o trabalho também deste Parlamento.

(Não revisado pela oradora.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Maristela Meneghetti): Obrigada, Verª Clênia Maranhão.

O Ver. Dr. Goulart está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. DR. GOULART: Srª Presidenta, muito querida Verª Maristela Meneghetti; Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, que coisa interessante como se modernizaram os encaminhamentos dos direitos das pessoas e dos direitos das instituições! E o mais engraçado é a maneira como se modernizaram. Dentro dos Direitos Humanos, sabem muito bem os senhores que, dentro dessa luta, venceu quem bate, e não quem apóia; venceu quem mata, não quem morre. É claro que eu acho que os Direitos Humanos fazem tudo direitinho como têm que fazer, mas a resultante não é legal, não é boa.

Que engraçado! Para que se elegem Parlamentos? É aí que eu quero chegar. Para que se elegem Parlamentos, se os Governos trabalham por medidas provisórias, se os Governos trabalham sem ouvir o que diz o Parlamento?

Hoje, está para ser votada a esperada, por quatro anos, regulamentação da Emenda nº 29, da Constituição, por intermédio do Projeto de Lei Complementar nº 01, de 2003, em que a União tem que botar 10% de tudo o que arrecada no Brasil; o Estado tem que botar 12%, e o Município, 15%. E já cumprimento o Município que está botando mais do que 15%, mas não cumprimento o Município - e não o Governo Fogaça -, mas o Governo, que, desde o primeiro dia em que sou Vereador, jamais regulamenta as leis da Saúde aqui votadas. Eu acho que, no tempo que me resta como Vereador, um ano e dois meses, eu terei que falar isto todos os dias: não se regulamentam as leis que os Vereadores aprovam aqui e que são sancionadas pelo Governo ou aqui pela Presidenta. Vamos lembrar uma: a Lei do Médico Socorrista, que os senhores me ajudaram a aprovar, por unanimidade, nesta Casa; o Prefeito da época vetou, e nós, por unanimidade, derrubamos o Veto, inclusive com a Bancada do Prefeito. A Lei do Médico Socorrista é aquela Lei em que o médico, numa emergência, vendo que pode salvar uma pessoa e que, em não havendo um leito de UTI, pode mandar para os hospitais privados, e essa diária de UTI deve paga pelo SUS. E por que os hospitais privados têm que dar um número de leitos para que isso aconteça? Porque eles têm filantropia, meus irmãos. O que significa filantropia? Eles não descontam INSS e, com isso, lucram muito, mas alguma coisa tem que voltar para a sociedade! E não é um banco de olhos lá na praia, porque não é Porto Alegre; não é um hospitalzinho no Interior, porque não é Porto Alegre. Eles têm que renunciar fiscalmente em favor do Município que lhe concede isso! E eu quero saber por que não regulamentaram a minha Lei. Por que não regulamentaram a Lei? Por quê? Explique por quê! Eu não sei por que não regulamentaram a Lei do Médico Socorrista. No entanto, quando uma pessoa precisa de uma internação psiquiátrica, sabem o que é feito, há muitos anos? Essa pessoa vai para um hospital privado, e são pagas as diárias de hospital privado! Sabem como é o nome disso em serviço público, em direito público? Prevaricação dos governos. Isso vem acontecendo nos últimos dez anos - nos oito últimos anos é certo que vem acontecendo, porque estou aqui acompanhando. Estou dizendo isso, queridos, porque os senhores me ajudaram a aprovar, por unanimidade, a possibilidade de uma mulher pobre - quando é mulher do SUS, eu imagino que ela é pobre - fazer pré-natal em um posto de saúde, ter o direito de fazer, pelo menos, duas ecografias durante sua gravidez. Ou seja, o SUS tem que dar para as mulheres fotografias do seu nenê dentro da barriga; é fundamental para a saúde do nenê e da mãe também.

Mas, quando isso será regulamentado, ex-Prefeito João Dib, que poderá me explicar bem direitinho como funcionam esses meandros? Por quê? Porque S. Exa., a Prefeita em exercício, Mercedes Rodrigues, sancionou a Lei - a Lei n° 10.255 - que está valendo! Mas não se distribuem ecografias pelos postos de saúde do SUS, porque esta Lei não está regulamentada. Como se regulamenta uma lei? Diga-nos, depois, como se regulamenta uma lei. Eu quero que se regulamentem leis, principalmente as que nós aprovamos aqui. O Ver. João Antonio Dib tem 999 dias como Prefeito - informou-me um dia o Ver. Brasinha, que faz essas contas -, ele há de nos dizer.

Então, para encerrar, nobre Presidente, Verª Maristela Meneghetti, eu falei só de duas leis que não foram regulamentadas, só duas; tenho mais umas vinte para comentar. E, aos poucos, eu vou dizendo: regulamentem-se, em respeito ao Parlamento Municipal, as leis que daqui saírem e forem aprovadas!

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Maristela Meneghetti): Apregôo a Emenda n° 01 ao PLE n° 021/07 - ampliação, restauração e manutenção de parques esportivos, de salas do módulo do Parque Alim Pedro, de autoria do Ver. Elói Guimarães.

Apregôo a Emenda n° 02 ao PLE n° 021/07 - ampliação, restauração e manutenção de parques esportivos, reforma na cancha de bocha do Parque Alim Pedro, também de autoria do Ver. Elói Guimarães.

Apregôo o Memorando nº 404, que informa que o Ver. João Carlos Nedel estará representando esta Câmara Municipal na abertura da Feira da ConstruSul - Acabamentos e Iluminação -, a realizar-se no dia 25 de outubro de 2007, às 14 horas, no Centro de Eventos da FIERGS, nesta Capital. Subscrevo eu, Vice-Presidenta desta Casa, exercendo a presidência.

O Ver. Guilherme Barbosa está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. GUILHERME BARBOSA: Verª Maristela Meneghetti; colegas Vereadores, Vereadoras, demais pessoas que nos acompanham, eu tenho trazido, permanentemente, um assunto a esta tribuna que pensava que fosse apenas da minha rua, mas, depois, vi que era da Cidade inteira. Hoje tive a comprovação. Há uma página quase completa do jornal Zero Hora, a página 38, (Mostra matéria.) que se refere à coleta de lixo na Cidade. O jornal Zero Hora diz: “Coleta de lixo em marcha lenta”, e “Prefeitura reconhece problema maior na Zona Sul da Capital”. Lembro de todas as vezes que falei aqui da minha rua, a Landell de Moura, sobre os horários de recolhimento de lixo: era às 9 da manhã; passou a ser recolhido às 11h, ao meio-dia, às 15h, às 17h, e já foi recolhido, uma vez, na madrugada do domingo! Ora, como não houve nenhum aviso de que o horário havia mudado, as pessoas do meu edifício continuaram colocando lixo antes das 9h. Portanto, os cachorros e, às vezes, os mendigos abrem os sacos, e o lixo é espalhado pela rua. Está aqui demonstrado em um jornal - onde o Prefeito já trabalhou - que tem uma certa simpatia pela Administração Fogaça, mas que não consegue mais esconder.

Coincidentemente, hoje, na página do jornal Zero Hora, há também uma matéria (Mostra matéria.): “Parada de ônibus ou de lixo?” E é na Av. A. J. Renner, quase esquina com a Av. Farrapos. Então, é Zona Sul, Zona Norte, é na Cidade inteira.

Estamos com o terceiro Diretor-Geral do DMLU. O primeiro saiu numa situação complicadíssima, acusando o Prefeito e vice-versa. O segundo saiu por outro tipo de problema, muito sério, mas aparentemente era só com ele; e o terceiro, que não consegue resolver. Mas será que é só com o lixo, com a coleta? Não! Há problema com a iluminação pública, problema com os buracos; a Saúde, com certeza, piorou, nunca conseguimos que fosse maravilhosa, mas piorou bastante, e assim vai. É um problema gerencial da Administração Fogaça, aliás, uma administração sem símbolo - a gente verifica isso; sem símbolo, as pessoas falam isso para a gente, mesmo aqueles que votaram no Prefeito Fogaça. Aliás, nós tivemos o símbolo da participação popular, o símbolo do Fórum Social Mundial, o símbolo da inversão de investimento na Cidade. Essas marcas ninguém nos tirará. A questão do Orçamento ficou tão forte que, antes, a centro-direita, na Cidade, batia, batia, mas, nas últimas eleições, tiveram que dizer que ia continuar. Continua, mas meio enfraquecida. Foi inventada a Governança Local, que é para enfraquecer o Orçamento, mas ele continua porque é muito forte.

O Governador Britto tinha um símbolo: o símbolo da privatização. Mas qual é o símbolo do Prefeito Fogaça? Não há! É um Governo muito fragilizado, muito ruim de gerenciamento, Ver. Sebastião. Dou outro exemplo a V. Exª Historicamente, sempre, a Prefeitura publicava, até o mês de março, o Relatório de Atividades do ano anterior; sempre, sempre. Era a mesma equipe do quadro da Secretaria da Fazenda que coletava todos os dados. Pois bem, hoje é dia 24 de outubro, e os números de 2006 não surgiram, não foram divulgados; outubro de 2006! Qual é a conclusão e a desconfiança? Que os números de 2006 são muito ruins; o desempenho é muito ruim. Portanto, não saiu ainda aquilo que sempre foi publicado até março de cada ano.

Então, estou trazendo vários exemplos da fragilidade da Administração, e não venham as carpideiras do Paço Municipal dizer que isso é porque foi encontrado déficit. Sim, deixamos um déficit, foi anunciado pelo Prefeito João Verle, que chamou a imprensa para dizer que íamos ter problemas financeiros. Mas dois anos e dez meses! Só chorando! Chega! Chega! A questão é esta, é uma fragilidade gerencial e administrativa brutal que leva à perda de qualidade dos serviços da Prefeitura. Muito obrigado.

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Maristela Meneghetti): O Ver. Luiz Braz está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Srª Presidenta, Verª Maristela Meneghetti; Srs. Vereadores, Sras Vereadoras; senhoras e senhores, eu acredito que, dentro das funções que tem o Vereador, as mais salientes, aquelas que nós realmente devemos mais prezar é a de fiscalizar - nós não podemos criticar ninguém por estar dando números dentro da sua necessidade do direito de fiscalizar -, e também a de legislar.

Agora, Ver. Sebastião Melo, existe um defeito nos Executivos - não é neste; é nos Executivos em geral -, ou seja, eles não gostam, realmente, de cumprir as leis que são feitas na Casa, de autoria de Vereadores. Há dificuldade de o Executivo cumprir as leis que são feitas por Vereadores; não é só este Executivo; os outros também. Acho que isso tem que mudar! Nós, muitas vezes, acabamos nos autocastrando no nosso direito, no nosso dever de legislar. Tenho visto, Ver. Sebastião - cito V. Exª, porque é um advogado como o Ver. Márcio, como tantos outros Vereadores aqui desta Casa que militam nessa área do Direito -, pareceres da Comissão de Constituição e Justiça dando como inconstitucionais projetos que, na verdade, não deveriam ser trancados por aquela Comissão, e simplesmente usando os argumentos, Ver. Sebastião, do art. 94 da nossa Lei Orgânica, como se o art. 94 da nossa Lei Orgânica fosse, todo ele, um limitador do Vereador com relação à sua iniciativa para as leis. Existe apenas, Verª Margarete Moraes, um inciso no art. 94 que limita o Vereador, porque dá ao Executivo o direito à iniciativa das leis. Só ele que pode ter a iniciativa das leis com relação ao inciso VII do art. 94, que diz: “Promover a iniciativa de Projetos de Lei que disponham sobre criação e aumento da remuneração de cargos, funções ou empregos públicos da Administração direta e autárquica. Regime jurídico, provimento de cargos, estabilidade e aposentadoria dos servidores públicos. Criação e estruturação de Secretarias e órgãos da Administração Pública.” Só o que está escrito neste inciso é que, na verdade, cerceia o Vereador de poder ter iniciativa neste tipo de Projeto. O Vereador, por exemplo, não pode criar uma Secretaria, não pode criar nenhum tipo de estrutura dentro da Administração Pública, isso não pode fazer, mas ao Vereador cabe legislar sobre matéria tributária, sobre matéria orçamentária, sobre matéria financeira, porque não existe vedação nem na Lei Orgânica, e nem na Constituição. Os legisladores fizeram a Constituição de 1988, que foi uma constituição feita para terminar com o tempo da ditadura e para começar um tempo em que o Legislativos seria, a partir de então, o maior dos poderes. Mas nós continuamos nos autocastrando. E, aqui na Casa, eu pediria, por favor, que os membros da Comissão de Constituição e Justiça pegassem a Lei Orgânica do Município e vissem, lá o art. 94, que apenas o inciso VII - que fala da iniciativa privativa de iniciar a leis - na verdade, nos cerceia, nos limita. Mas eu vejo que, de repente, os Vereadores que estão dando pareceres, muitas vezes, lá na Comissão, começam a ver todo o art. 94, e fica, praticamente, quase impossível o Vereador iniciar leis aqui, ter iniciativa em projetos de lei. Eu acho que nós devemos, exatamente, seguir aquilo que mandou a Constituição de 88, que é fortalecer o Legislativo, que o Legislativo possa propor ao Executivo medidas que possam realmente melhorar a nossa sociedade. Eu acredito que nós ainda estamos falhando com relação a isso, e esta falha, muitas vezes, se deve a certas castrações que acontecem na Comissão de Constituição e Justiça da Casa.

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Maristela Meneghetti): Registro a presença do ex-Prefeito de São Jerônimo, o Sr. Urbano Knost.

O Ver. Sebastião Melo está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. SEBASTIÃO MELO: Srª Presidenta, Verª Maristela Meneghetti; meus colegas Vereadores e Vereadoras; senhoras e senhores, eu acho que a democracia tem que ter um bom contrapeso da oposição. Pobre de um País que não tem oposição! É o que nós estamos vivenciando hoje no nosso Brasil. Muito ruim para a democracia e para a Pátria. Então, quando eu vejo a Bancada do PT - e, neste caso, Ver. Sebenelo, vem aqui o Ver. Guilherme, experimentado, homem que já exerceu funções relevantes na municipalidade -, fazendo críticas, eu acho que isso eleva o debate, porque não é uma crítica pessoal.

Agora, eu quero analisar com esta Casa algumas questões. Veja bem, o PT administrou a Cidade por 16 anos e merece o nosso respeito. Ganhou e ganhou a eleição. Chegou ao final dos 16 anos num modelo que estava desgastado, aquilo que nós chamamos “fadiga dos metais”, e ascendeu ao Poder uma outra forma de governar, que encontrou uma Prefeitura - o que não é novidade, mas tem que ser resgatado - que estava no SPC, que estava no vermelho. É como se eu fosse comprar no Magazine Luiza: “Não, Sr. Sebastião, o senhor não pode comprar o ferro elétrico, porque o senhor está no SPC”.

E Porto Alegre, que sempre foi uma cidade que teve capacidade de investimento razoável, deixou, nesses últimos dois anos... E, quando eu ouço, no debate do Orçamento, dizerem que tem menos investimento, é verdade. Mas, por que é verdade? Porque os investimentos internacionais, meu caro Ver. João Carlos Nedel, somente serão possíveis agora - e o exemplo vai ser daqui a uma hora, quando votarmos a autorização para contratar 160 milhões. Isso podia ser feito no ano passado, Verª Sofia Cavedon? Não. Podia ser feito em 2005? Não.

Agora, querem enfrentar, sim, a questão do lixo, da limpeza da Cidade. Nós achamos que esse serviço precisa ser qualificado, tanto é, que, daqui a alguns dias, a Prefeitura assinará contrato com três empresas para recolhimento do lixo. E uma coisa que nós precisamos rever, Ver. Mario Fraga, é que a PRT que presta serviço não vem ganhar a nova concorrência. E o que é que está fazendo? Corpo mole. Não paga os funcionários em dia, não cumpre horários. A PRT que foi contratada no Governo Tarso Genro, através de licitação, sim, depois de centenas de meses de contratos emergenciais, cujo valor pago era de quase 40 reais a toneladas, e foi contratada por 28 e pouco. E o Tribunal de Contas já condenou o gestor a pagar um milhão e 300 mil. Também há 11 réus respondendo processo, devido à Ação Civil Pública do Ministério Público.

Nós vamos assinar o contrato. A gestão da Prefeitura vai colocar alguns milhares de lixeiras na Cidade. Agora, por que não se fala das creches que estão sendo inauguradas? Por que não se fala das obras que foram entregues, da Vila dos Papeleiros? Por que não se fala da continuidade do Entrada da Cidade? Por que não se fala da Perimetral, essa obra que foi iniciada lá, mas que teve continuidade? Portanto, tem o ponto e tem o contraponto. E me agrada muito esta discussão, porque ela sai da pessoalidade. Eu acho que o Parlamento é um dos lugares privilegiados para enfrentar este debate. Agora, cá para nós, o Governo, a Prefeitura, como de resto, as Prefeituras do Brasil inteiro, vivem o seguinte dilema: têm enormes responsabilidades das políticas públicas, minha cara Presidenta Maristela, mas têm um recurso deste tamanhozinho. Aliás, Porto Alegre não elegeu um santo milagreiro, nós sabemos que os desafios desta Cidade são enormes, mas que os recursos são extremamente diminutos, e, dentro desses diminutos recursos, a Prefeitura vem fazendo uma gestão radicalizada na transparência, com muita participação popular, com a Governança Solidária, que eu acho que é um avanço além do Orçamento Participativo; acho que enfrentamos algumas questões de transversalidade, que é muito melhor que no Governo anterior, mas ainda temos problemas nessa área. Por isso, eu quero dizer, Ver. Guilherme, muito especialmente a V. Exª, que fez as críticas e as fez fundamentadas e merece o meu respeito, que este debate é um debate que qualifica o debate da Câmara porque é um debate de posições sobre gestão pública. Muito obrigado, Srª Presidenta.

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Maristela Meneghetti): O Ver. João Antonio Dib está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Srª Presidenta, Verª Maristela Meneghetti; Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, o Ver. Luiz Braz, há muito tempo, defende para a Câmara Municipal a iniciativa de uma série de projetos de lei. Este Vereador tem dificuldades em apoiar o ponto de vista do Vereador Luiz Braz, mas acho que é chegado o momento de a Câmara fazer um estudo e definir, de uma vez por todas, se é ou não possível o Vereador tomar a iniciativa de uma série de projetos que o Ver. Luiz Braz acha que pode, e eu acho que não, porque aqui diz, no art. 56: “Os assuntos de competência do Município sobre os quais cabe à Câmara Municipal dispor - não legislar -, com a sanção do Prefeito, são, especialmente”(...); legislar é uma coisa, dispor é outra. O Prefeito manda um projeto de lei, e eu posso, então, dispor sobre ele; estarei dando uma contribuição à legislação, mas não estarei iniciando a legislação. Então, tenho minhas dúvidas. Mas, se queremos dar força à Câmara Municipal, aos Vereadores, não entendo por que, até hoje, ainda não foi votada a Emenda à Lei Orgânica proposta por este Vereador. Não foi discutida e já foi colocada na Ordem do Dia várias vezes e, por alguma coisa, retiram-na. Eu não entendo por que o Procurador-Geral do Município pode exercer o cargo de Prefeito Municipal, porque a Comissão de Justiça, numa falha gritante - mas gritante mesmo! - substituiu um verbo que não tinha por outro que ela desejava, e, mesmo que tivesse, não podia. A legislação municipal foi fraudada quando não foi respeitado o interstício, e a Câmara não toma providências. O que eu estou propondo é que o exercício da Prefeitura seja por alguém que foi votado: pelo Presidente da Câmara, pelo Vice-Presidente da Câmara, pelo 1º Vice e pelo 2º Vice-Presidente da Câmara, e, agora, pelo 1º Secretário.

Ora, parece-me que essas três pessoas que hoje estão impossibilitadas de exercer a Prefeitura ou de responder pela Prefeitura têm mais condições do que o Procurador-Geral, que, às vezes, nem é servidor do Município. E eu não tenho nenhuma dúvida - mas nenhuma mesmo - de que seria muito mais correto, muito mais lógico que a Prefeitura fosse exercida por um Vereador, até porque, quando o Procurador, no passado, exerceu a Prefeitura, no dia 14 de maio de 2002, mandou fazer um Decreto como Procurador, aprovou o Decreto como Prefeito e reestruturou toda a Procuradoria do Município. Não tem no processo nada indicando como é que foi feito. Eu mandei buscar uma cópia do processo, por intermédio de um Pedido de Informações e recebi; não tem nada como foi feito. E o Projeto apresentado pelo Ver. Elói Guimarães dizia que era para responder pelo expediente da Prefeitura o Procurador-Geral do Município. Eu, como Secretário do Governo, respondi pelo expediente geral da Prefeitura, sem nenhuma dificuldade, durante 20 dias. O Prefeito Villela viajou para o Exterior, ficou 20 dias fora, e eu respondi 20 dias pelo expediente da Prefeitura. Não podia assinar leis, não podia ter a iniciativa de leis, não podia assinar decretos, mas podia responder pelo expediente, por aquelas coisas da área administrativa que precisam continuar, que não podem parar, essas quem responde pelo expediente pode fazer; está, sem dúvida nenhuma, autorizado a fazer. Agora, exercer a Prefeitura como se Prefeito fosse, como se tivesse tido votos? Só na Câmara Municipal de Porto Alegre para fazer um Projeto de Lei desse tipo, onde o Vereador propôs que o Procurador respondesse pelo expediente, e a Comissão de Justiça mudou na Redação Final. Não foi aprovado em Plenário; foi lá na Redação Final, e eu não consigo fazer com que seja discutido. Já foi colocado na Ordem do Dia e foi retirado da Ordem do Dia. Dei todas as chances para acertar. Eu acho que nós estamos perdendo autoridade quando não discutimos matéria da mais alta relevância, de seriedade, de responsabilidade e discutimos, às vezes, documentos que propõe solidariedade, repúdio com muita intensidade; dez discursos para fazer uma moção que não sentido nenhum. Eu sempre digo quer moção, às vezes, causa emoção, tensão e agressão. Então, nós temos que estudar essas coisas. Eu acho também que deve ser examinada a proposição do Ver. Luiz Braz, para que a Casa tenha uma definição. Eu acho que o Ver. Luiz Braz está equivocado, mas ele tem um argumento forte que acho que temos que examinar. Saúde e PAZ!

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Maristela Meneghetti): O Ver. Márcio Bins Ely está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. MÀRCIO BINS ELY: Exmª Srª Verª Maristela Meneghetti, Presidente dos trabalhos, na pessoa de V. Exª, quero cumprimentar os demais Vereadores e Vereadoras desta Casa, público que nos assiste nas galerias e na TVCâmara, senhoras e senhores.

Falo em nome do meu Partido, o PDT, composto, nesta Casa, pelos Vereadores Nereu D’Avila, Ervino Besson, Neuza Canabarro e Mario Fraga. Inicialmente, convido todos os Srs. Vereadores a assistirem um filme, um tributo a Leonel Brizola, na Assembléia Legislativa, no Auditório Dante Barone, a partir das 20h30min, projeto realizado pela Petrobras, que faz menção aos grandes líderes do nosso País. Para nós, é um orgulho muito grande poder ter, na pessoa do nosso querido Governador Leonel Brizola, que hoje se encontra no Oriente Eterno, essa justa homenagem que lhe é feita. Tenho certeza de que aqueles que puderem comparecer nesse Ato serão abrilhantados pela qualidade do trabalho.

A Juventude Nacional do PDT realizará um congresso para eleger a sua Direção Executiva Nacional, agora, no mês de novembro, mandato que se renovará por mais dois anos. Atualmente, a Juventude Nacional do nosso Partido é presidida pelo companheiro Deputado Federal Brizola Neto, Presidente Nacional da Juventude do nosso Partido. A nossa Juventude, que tem um organograma e um estatuto próprio, é um órgão partidário, onde a militância é organizada em nível municipal. A partir das eleições municipais, cada Juventude Estadual, a cada cinco presenças de delegados, na sua convenção, elege um delegado para a Executiva Nacional do Partido. Desde 1997, participo dos trabalhos da Executiva Nacional da Juventude, respondendo pela Secretaria de Relações Internacionais e tenho certeza de que nós temos um grande desafio para a próxima gestão, que é o de proporcionar aos jovens trabalhistas de todo o Brasil e aos que ainda não optaram por uma filiação partidária a leitura do nosso programa, dos nossos estatutos e que eles possam estar-se somando à nossa caminhada, segurando a bandeira trabalhista.

Quero, também, fazer menção ao trabalho da Comissão de Saúde e Meio Ambiente. Ontem, nós recebemos aqui, sob a Presidência do Ver. Dr. Raul, a equipe dos responsáveis pelo SAMU em Porto Alegre. Quero dizer que, de 1995, conforme os dados nos trazem, até os dias de hoje, esse serviço proporcionou o salvamento de muitas vidas na nossa Capital. Realmente, é um serviço de emergência e de urgência, que é prestado através das ambulâncias do SAMU; é um serviço não só do Poder Executivo e da iniciativa do Governo, mas também da organização da iniciativa privada, através do atendimento de ambulâncias o pronto-atendimento, que tem um percentual muito consubstanciado e muito representativo no efetivo salvamento de vidas quando desse pronto-atendimento, através da UTIs móveis e do trabalho que é realizado pelos profissionais da área da Saúde nesse atendimento.

Chamou-me a atenção, entretanto, Ver. Aldacir Oliboni, que é Vice-Presidente da Comissão, o fato de as pessoas utilizarem o número 192, o telefone para chamamento das ambulâncias, para fazer trote, brincando com uma coisa tão séria, que é a questão da Saúde. Ontem, nos relatava o Dr. Luciano que um único número de telefone chegou a fazer 250 ligações de trote. Por isso nós não podemos nos calar, nesse momento; são 300 mil ligações anuais de trote para um serviço de pronto-atendimento, deslocando médicos, profissionais da área da Saúde, ambulância, uma UTI móvel e tudo que isso representa. Precisamos fazer um grande combate com referência a essa questão; não podemos compactuar com esse tipo de prática na nossa Cidade.

Também gostaria de reforçar o convite do Instituto do Câncer Infantil cuja representante esteve hoje aqui, por nossa iniciativa, para que, no domingo, possamos estar abrilhantando a Corrida pela Vida, no Parcão, ajudando o Instituto do Câncer Infantil, que tem recuperado cerca de 70% das crianças que enfrentam o tratamento contra o câncer. Esse é um percentual médio muito alto.

Eu queria aproveitar e fazer um registro dos nossos cumprimentos, nós, que estamos fazendo esse trabalho junto à Comissão de Saúde desta Casa, por delegação partidária, mas também por opção própria, e dizer que realmente esse é um trabalho que vale a pena apoiar. Os que puderem ter o desprendimento de comprar uma camiseta por dez reais e estarem lá participando da corrida tenho certeza de que vão dar sua colaboração e vão ganhar o domingo.

E, por fim, gostaria de concluir, Srª Presidenta, dizendo que, na condição de Diretor da SPAAN, Sociedade Porto-Alegrense de Auxílio aos Necessitados - eu estou fazendo parte dessa gestão pelos próximos dois anos -, foi com muita alegria que nós recebemos a notícia de que a nossa entidade, que cuida, aqui na nossa Capital, de cerca de 150 velhinhos com a idade média de 80 anos - idade média dos “jovens idosos” que estão na SPAAN! - será agraciada com o Prêmio Líderes e Vencedores da Assembléia Legislativa do Rio Grande do Sul.

Então, para nós, realmente, é uma grande alegria podermos receber esse reconhecimento ao lado do Projeto Pescar e da Associação de Moradores da Vila Tronco, na categoria Destaque Comunitário. Realmente estamos fazendo um trabalho muito intenso; há muitos velhinhos com diabetes, com muitos problemas de pressão alta, alguns óbitos também, mas temos batalhado muito para manter a nossa entidade erguida. A entidade ocupa cerca de quatro hectares aqui no bairro Nonoai, e nós precisamos, sim, desse reconhecimento, para que a tenha a divulgação necessária para continuar caminhando no sentido de dar esse acolhimento aos nossos velhinhos na nossa querida SPAAN. Muito obrigado, Presidenta.

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Maristela Meneghetti): Obrigada, Ver. Márcio Bins Ely.

Havendo quórum, passamos à

 

ORDEM DO DIA

 

Em votação as Atas disponíveis nas Pastas Públicas do correio eletrônico: Atas das 77ª, 78ª e 79ª Sessões Ordinárias. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que as aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADAS.

Em votação o Requerimento de autoria das Lideranças da Casa, para a apreciação das seguintes matérias constantes na Ordem do Dia: em primeiro lugar, o Veto Total ao PLL nº 212/05, e, logo após, o PLE nº 019/07. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO NOMINAL

 

(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com aparte;

encaminhamento: bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

PROC. Nº 4464/05 – VETO TOTAL ao PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 212/05, de autoria da Verª Margarete Moraes, que permite ao idosos, portadores de deficiência, gestantes e obesos ingressarem no transporte coletivo pela porta traseira, sempre que os lugares a eles reservados estiverem ocupados.

 

Pareceres:

- da CCJ. Relator Ver. Valdir Caetano: pela manutenção do Veto Total;

- da CUTHAB. Relator Ver. Sebastião Melo: pela manutenção do Veto Total;

- da CEDECONDH. Relator Ver. Carlos Todeschini: pela rejeição do Veto Total.

 

Observações:

- para aprovação, voto favorável da maioria absoluta dos membros da CMPA – art. 77, § 4º, da LOM;

- votação nominal nos termos do art. 174, II, do Regimento da CMPA;

- incluído na Ordem do Dia em 24-10-07.

 

Na apreciação do Veto, vota-se o Projeto:

SIM – aprova o Projeto, rejeita o Veto;

NÃO – rejeita o Projeto, aceita o Veto.

- Trigésimo dia: 24-10-07 (quarta-feira).

 

A SRA. PRESIDENTA (Maristela Meneghetti): Em discussão o PLL nº 212/05, com Veto Total. (Pausa.) A Verª Margarete Moraes, autora do Projeto, está com a palavra para discutir o PLL nº 212/05.

 

A SRA. MARGARETE MORAES: Srª Presidenta, Verª Maristela Meneghetti, eu fiquei absolutamente surpresa e espantada com o Veto aposto pelo Prefeito José Fogaça, porque essa postura do Prefeito revela o descumprimento de uma obrigação constitucional. Todo Poder Público, Legislativo ou Executivo, tem a obrigação de defender sempre o interesse público, e esse Veto contraria o interesse público. O Prefeito alega a questão da bilhetagem eletrônica, assim como alegou aqui o Ver. Sebastião Melo, quando discutimos, no entanto, é preciso dizer que, com ou sem a bilhetagem eletrônica, esse direito permanece na Constituição Federal, esse direito, Srª Carmem Marins, que nos acompanha desde às 14 horas, é um direito exclusivo para deficientes, idosos, gestantes, obesos, pessoas que têm necessidades especiais momentâneas ou permanentes, além da gratuidade - Ver. Brasinha, eu gostaria que o senhor me ouvisse - que já existe. Portanto, não estou pedindo nenhuma isenção. Esse livre acesso deve se estender em qualquer ponto da Cidade, em qualquer ponto da Cidade essas pessoas podem acessar o ônibus, e esse livre acesso garante que elas podem sentar onde houver lugar, antes ou depois da catraca. Em nenhum momento da Lei, está escrito que eles devem entrar apenas pela porta da frente, eles podem sentar em qualquer lugar. Portanto, trata-se de um Projeto muito singelo, simples, e, se o Veto for derrubado, e eu acredito que sim, vai facilitar a vida de muitas pessoas, desses usuários, sobretudo dos idosos, das pessoas da terceira idade, para que, mesmo havendo lugares desocupados na parte de trás, eles não precisem ficar amontoados, espremidos na parte da frente do ônibus, onde eles ficam em pé, desequilibrados, com risco de cair e de se machucar, sem conforto e sem segurança. Essa é a essência muito simples desse Projeto.

Eu li, com muito carinho, o Parecer do Ver. Sebastião Melo e do Ver. Valdir Caetano, que não se debruçaram sobre o Veto, apenas concordaram com o Prefeito José Fogaça. Eu li, com muita atenção, o Parecer do Ver. Carlos Todeschini, e tem uma excelência do Parecer que analisa o mérito e analisa a legalidade da questão. Então, foi aprovado pela Procuradoria da Câmara Municipal de Porto Alegre, não houve óbice; foi aprovado pela CCJ, pela CUTHAB, pela CEDECONDH; foi aprovado, no plenário, pela maioria dos Vereadores e Vereadoras desta Casa; trata-se de um tema de interesse local que não fere - isso é importante -, não atinge a iniciativa do Executivo como se referiu, em outro Projeto, o Ver. Luiz Braz. O que há é a falta, e, portanto, a necessidade de um regramento em relação a essa questão. A realização, a execução desse Projeto não pode jamais ficar restrita ao bom humor, à boa vontade do governante de plantão.

Então, se seguirmos as regras atuais da bilhetagem eletrônica, conforme as próprias razões e as próprias palavras do Prefeito, nós podemos dizer que cabe ao cobrador a fiscalização da catraca. E nas páginas da web da Prefeitura de Porto Alegre e da EPTC, diz que cabe ao cobrador realizar a fiscalização do uso dos cartões que têm o benefício, e a identidade, Ver. Todeschini, conforme o seu Parecer, fica garantida e comprovada pela fotografia do usuário. Então, é uma operação simples, e eu quero perguntar a quem serve a Prefeitura Municipal de Porto Alegre.

Mas quero confiar no espírito público, na coerência dos Vereadores e Vereadoras desta Casa, que já aprovaram este Projeto, na derrubada desse Veto, pelo mérito, pelo significado justo desse Projeto, pela legalidade comprovada na presente proposição. Nem o Prefeito alegou que ele era ilegal; é uma operação muito simples, muito fácil de realizar, e consta, lá, no sistema de transporte público de Porto Alegre, nas páginas da EPTC, nas páginas da Web, que cabe ao cobrador realizar essa fiscalização. Trata-se de um Projeto muito singelo, muito simples, mas de grande alcance social, porque vai chegar às pessoas que mais precisam, que são os obesos, as gestantes - que é momentâneo -, os idosos, as pessoas da terceira idade, que não podem mais ficar amontoadas na parte da frente, quando há lugar na parte de trás.

Recebi uma série de e-mails - na ocasião do encaminhamento, eu quero ler - de pessoas que são usuárias do transporte coletivo em Porto Alegre e que não compreendem essa postura de um Prefeito que falava que iria governar para os que mais precisam e assina um Veto dessa natureza. Muito obrigada.

(Não revisado pela oradora.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Maristela Meneghetti): Obrigada, Verª Margarete.

O Ver. Carlos Todeschini está com a palavra para discutir o PLL nº 212/05, com Veto Total.

 

O SR. CARLOS TODESCHINI: Srª Presidenta, Verª Maristela Meneghetti; Sras Vereadoras, Srs. Vereadores; público presente e assistência do Canal 16, Verª Margarete, autora da Lei que foi aprovada por esta Casa e que recebe o Veto Total do Poder Executivo, tive a função, pela CEDECONDH, de fazer o relatório na direção de que seja rejeitado o Veto do Sr. Prefeito, porque há, como em outros Projetos, uma “forçação de barra” muito grande por parte do Executivo, que faz questão de não entender o sentido humanitário, o sentido respeitoso, o sentido universal, Verª Margarete, que o Projeto de V. Exª propôs à cidade de Porto Alegre. E, como muito bem diz V. Exª, este Projeto é para defender os interesses da Cidade e de seu povo, e não os interesses de Governo ou os interesses de aliados. Nós não toleramos ver as humilhações por que as pessoas passam, quando, por exemplo, um jovem tem de rastejar por baixo da roleta, muitas vezes, com a camisa escolar, para ter o direito à gratuidade. Isso degrada, isso deprime, isso constrange e gera um mal-estar para nós, que assistimos a essas cenas. Neste caso, os idosos estão apenas buscando, no Projeto, a garantia do direito de não passarem por humilhações, de não passarem por constrangimentos, de não enfrentarem a dificuldade de ter de se deslocar ao longo de um carro coletivo, muitas vezes atopetado, muitas vezes em movimento, o que gera desequilíbrio físico na pessoa, o que gera quedas, o que dificulta a convivência numa cidade mais civilizada. E não é verdadeiro o argumento, muito forçado por parte do Executivo, de que, com a implantação da bilhetagem eletrônica, não será possível fazer esse controle. Não! Há um acordo, sim, e há o sentido de que, com a implantação da bilhetagem eletrônica, vai continuar existindo a figura do cobrador, porque ele vai auxiliar nas questões de segurança, vai auxiliar também nas questões da humanização do transporte. Então, é um apelo que se faz, aqui, à Bancada do Governo, porque isso não tira nenhum pedaço, nem do Governo, nem dos empresários, mas reconhece uma situação mais digna para os usuários, para as pessoas, para os idosos, especialmente para aqueles que têm, pelo andar da idade, dificuldades físicas talvez um pouco maiores. Portanto, muito lúcida e oportunamente, a Verª Margarete faz esta proposição, que, se não estou enganado, foi aprovada por unanimidade nesta Casa.

Eu não sei, inclusive, Verª Margarete, se o Prefeito está ciente, se ele leu; talvez não tenha lido, porque o Prefeito muito falou da acessibilidade, falou do transporte, muito falou do respeito às pessoas, e agora onde é que está isso? Está esquecido? Ele não leu? Falaram, fizeram o Veto, e ele assinou sem ler? É isso?

A Verª Neuza, no ano passado, fez um Projeto similar, inclusive aquele da entrega dos remédios na casa dos idosos, e teve o mesmo tratamento, Verª Neuza. O Executivo lhe usurpou a autoria depois, porque fez um projeto semelhante. Então, isso não é valorizar a Câmara. Valorizar a Câmara é respeitar a inteligência, o esforço e a iniciativa dos Vereadores. É nesse sentido que pedimos a derrubada do Veto, porque não tem nada de mais aqui; é apenas uma questão de respeito ao bom trabalho da Verª Margarete e o respeito a todos nós, que aprovamos o Projeto. Muito obrigado.

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Maristela Meneghetti): Obrigada, Ver. Todeschini.

O Ver. Aldacir Oliboni está com a palavra para discutir o PLL nº 212/05, com Veto Total.

 

O SR. ALDACIR OLIBONI: Nobre Presidente, Verª Maristela Meneghetti, presidindo os trabalhos na tarde de hoje; Sras. Vereadoras, Srs. Vereadores, público que acompanha o Canal 16, fiquei também muito surpreso, conforme disse à Verª Margarete, autora do Projeto, com a atitude do Governo, quando ele dá a impressão de que cessa a acessibilidade das pessoas, isto é, o ir e vir das pessoas, porque, à medida que eu determino que o cidadão só pode entrar pela porta da frente, estou fazendo uma discriminação. Não deixa de ser uma discriminação. O cidadão que foi isento da passagem deve entrar - por uma questão de direito - pela porta da frente ou pela porta de trás; tanto entrar como descer. Isso é uma coisa óbvia, mas a interpretação do Veto, aqui do Governo, está dizendo que isso já é possível, na medida em que tem um fiscal da EPTC junto! Vejam só a incoerência! Será que, em todos os lugares em que subir, no ônibus, um cidadão que é deficiente, que é obeso ou que é gestante, vai haver um fiscal da EPTC para dizer que a parte da frente está lotada e que deverá entrar na porta traseira? É impressionante as pessoas terem a coragem de dizer isso num Parecer!

Então, acho que é de extrema importância apelar para a sensibilidade dos Vereadores - e tenho a convicção também de que o Prefeito não teve conhecimento da matéria -, porque esses cidadãos, sejam eles portadores de deficiência - que hoje atingem em torno de 18% da população brasileira - ou gestantes e idosos, para que, por uma questão de respeito por aquele cidadão que utiliza transporte coletivo, nós possamos derrubar este Veto. Aqueles cidadãos, Vereadores e Vereadoras, que já utilizam transporte coletivo e que presenciaram esse fato já levantaram do seu assento para disponibilizar esse espaço ao cidadão e à cidadã deficiente, ou idoso, ou gestante, ou obeso. Isso aconteceu comigo e pode acontecer com qualquer cidadão, por uma questão óbvia de respeito àquele cidadão que está ali com dificuldade de ficar, todo aquele tempo, de pé; pois, muitas vezes, por uma questão de saúde, ele não pode ficar.

Então, acredito que o Governo Municipal, nesse aspecto, errou profundamente. Creio que a votação aqui deveria ser por unanimidade, porque não teria sentido o Governo, por exemplo, criar a Secretaria de Acessibilidade e Inclusão Social e, agora, vetar uma política que deveria ser inclusa como proposta de Governo para a Secretaria de Inclusão Social. Inclusive, com o Conselho Municipal criado recentemente aqui pelas PPDs, foi, no Relatório que nós apresentamos aqui, Verª Neuza Canabarro, há mais de um ano, como proposta para que essa Secretaria e o Conselho Municipal das PPDs instituíssem como política de prevenção. E agora o próprio Governo - que diz que poderia fazer isso - diz não a um Projeto de uma Vereadora.

Então, é uma situação muito delicada como eu disse há pouco a alguns Vereadores; nós nos preocupamos com o cidadão e com a cidadã, fazemos projetos de inclusão social de enorme alcance social, mas, quando chega no Prefeito, ele tem a autonomia de dizer a nós, Vereadores, que tem que prevalecer a idéia dele. É um desrespeito, eu acredito, com os cidadãos, que, hoje, atinge, grosso modo, aqui, as três esferas, mais de 20% da população que já tem esse direito de entrar no ônibus, mas que não pode entrar pela porta traseira; ou poderia, se tivesse o fiscal da EPTC. Sinceramente, eu não entendi uma incoerência dessas; creio que temos que derrubar este Veto para poder dizer que nós trabalhamos, sim, pela inclusão social em Porto Alegre. Obrigado. (Palmas.)

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Neuza Canabarro): Obrigada, Ver. Aldacir Oliboni.

O Ver. Zé Valdir está com palavra para discutir o PLL n° 212/05, com Veto Total.

 

O SR. ZÉ VALDIR: Srª Presidenta, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, este Projeto da Verª Margarete Moraes é de uma singeleza muito grande, eu diria até que é um Projeto que não ousa além de tornar efetivo um direito constitucional, um direito fundamental, que está na Constituição; é isso. Ele não cria despesas, não isenta ninguém de tarifas; portanto, todas aquelas discussões que aqui na Câmara se faz, com muita propriedade, nenhuma delas se enquadra no Projeto da Verª Margarete Moraes; é a primeira questão. A segunda questão: por esse Projeto não ferir nenhuma legalidade, nenhum princípio legal, por não criar despesas, ele recebeu Parecer unânime de todas as Comissões - desde o Parecer prévio da Casa - de que era um Projeto sem nenhum óbice para tramitar e ser aprovado. A lógica seria que este Projeto fosse sancionado pelo Executivo com louvor, mas, para surpresa geral, veio um Veto do Prefeito! E o Veto do Prefeito é tão ridículo que o Vereador, que tem formação jurídica, o Ver. Sebastião Melo, deu um Parecer acanhado, envergonhado, um Parecer lacônico, em que ele não ousou dizer que este Projeto tinha alguma razão para ser vetado. O Vereador, que tem formação jurídica, sabe que o art. 66, parágrafo 1º da Constituição diz o seguinte: “Se o Presidente da República” - e, por simetria, vale para Prefeito e Governador também - “considerar o Projeto, no todo ou em partes, inconstitucional ou contrário ao interesse público, vetá-lo-á total ou parcialmente”. Não há nenhum desses dois argumentos para o Veto! O próprio Prefeito não diz isso, porque ele não encontra, porque não há! Não há, não fere o interesse público, e não há inconstitucionalidade ou inorganicidade, não há! Então, ele inventou uma categoria, ele inventou um critério para vetar o Projeto, e não existe. Ele fez duas inversões, e ele inventou, agora, uma hierarquia das leis ao contrário, em que a norma hierarquicamente superior deve-se submeter à norma hierarquicamente inferior, o que é um absurdo!

A primeira inversão é que ele diz que há uma Resolução, vejam bem, que já trataria da matéria. A Resolução, primeiro, não abarca a totalidade do conteúdo na matéria, porque diz que poderá entrar pela porta de trás se estiver acompanhado de um fiscal da empresa. Vejam bem, convenhamos, basta a empresa não colocar o fiscal, e não tem... Essa norma, essa Resolução se torna... Mas digamos que fosse igual o conteúdo. Desde quando uma Resolução, que é uma norma - e o Vereador, que é advogado, sabe disso -, que é uma lei material, se sobrepõe a uma lei formal hierarquicamente superior? Isso é um absurdo jurídico! Qualquer rábula sabe disso!

A segunda inversão é a respeito da bilhetagem, que foi tema de campanha. Iam fazer a bilhetagem, porque nós não fazíamos; nós deixamos tudo pronto, e já está no terceiro ano e não saiu. Iam botar, inclusive, metrô em Porto Alegre, tudo isso. Tudo isso está na campanha e está gravado. Agora, no terceiro ano, está terminando o terceiro ano, não tem bilhetagem, e o Prefeito diz o seguinte: “A bilhetagem está sendo implantada.” Se ela está sendo implantada, não é realidade. E, logo em seguida, ele critica a Lei, porque não se adaptou a essa realidade da bilhetagem. Ora, a bilhetagem, ele mesmo diz que está sendo implantada e, agora, já é uma realidade, na própria Lei.

Mas digamos que não fosse isso. Desde quando a bilhetagem, as leis, como essa Lei da Verª Margarete Moraes, que incide sobre direitos fundamentais do cidadão, que estão na Constituição, desde quando essas leis têm que se submeter à norma administrativa da bilhetagem? Mas isto é outra inversão. A bilhetagem, pelo contrário, é que tem que se submeter às normas, principalmente àquelas normas que visam a garantir, acentuar, efetivar garantias fundamentais que estão na Constituição.

Por tudo isso é que o Ver. Sebastião Melo, que é um grande Parlamentar, e, antes disso, um grande jurista, sabe disso e deu esse Parecer acanhado. Ele simplesmente historiou o que aconteceu na Câmara, inclusive historiou que, na primeira votação, aqui na Câmara, todas as Comissões deram Parecer favorável, e, depois, lá no fim, sem argumentar, sem dizer nada, ele diz: “Concordo com o Prefeito”. Vereador, eu, por um lado, o admiro, porque V. Exª não ousou cometer um absurdo, sancionar um absurdo como este Veto, mas, por outro lado, eu fico com pena de V. Exª por se submeter a isso. Muito obrigado. (Palmas.)

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Maristela Meneghetti): A Verª Sofia Cavedon está com a palavra para discutir o PLL nº 212/05, com Veto Total.

 

A SRA. SOFIA CAVEDON: Srª Presidenta, Verª Maristela Meneghetti; Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, eu quero partir da tese de que o Governo não tem credibilidade para dizer que a bilhetagem eletrônica vai resolver os problemas. Ela é uma iminente ação e, portanto, essa medida é inócua, ou precisa aguardar essa bilhetagem. Não tem credibilidade. Que pena que eu não estou com a matéria aqui, porque, em 2006, estava anunciada a bilhetagem; todo ano a pirotecnia da Prefeitura do Prefeito Fogaça anuncia a bilhetagem para o ano seguinte. Sobre essa bilhetagem, não se tem nem notícia. O Ver. Zé Valdir já falou aqui, mas vamos continuar repetindo: o Governo do PT foi criticado na campanha; o povo foi enganado, porque o Governo Fogaça os iludiu, falou que ia fazer e não fez. Nós explicamos e dissemos que constituímos todas as mudanças estruturais necessárias para a instalação da bilhetagem eletrônica. A ponta da Av. Baltazar, o acolhimento dos ônibus, o espaço... Dava para ter feito já a integração de tarifas, mesmo sem o sistema eletrônico, através de manejo humano. Isso já podia ter sido realizado, mas este Governo não é capaz de cumprir suas promessas e continua apresentando-se como o que mantém as conquistas e apresenta mudanças. Estamos todos os dias vendo os milhões utilizados em propaganda, tentando manter um discurso que se esfacela dia a dia. Portanto, argumentar que, com a bilhetagem eletrônica, não há necessidade do Projeto da Verª Margarete, é, de novo, querer enganar a população. Nós achamos que não sai essa bilhetagem eletrônica, não sai essa integração tão cedo. Portanto, os idosos estão sendo penalizados já há algum tempo com o problema de não poderem ingressar pelos dois lados. De promessas de quem só fala dos 16 anos já estamos cansados, Ver. Brasinha. Cansados, porque o Prefeito Fogaça vive da memória; gestão, que é bom, não estamos enxergando. Lembro muito bem das críticas à Saúde, e o desastre em que está a Saúde agora. Lembro muito bem das críticas, no primeiro ano, ao DMLU, de que era um órgão obsoleto, que estava um horror esta Cidade. Fizemos um diagnóstico, e está aí o estrago: a Cidade suja, não pode estar mais suja; com as bocas-de-lobo entupidas, a proliferação de ratos, de doenças. Há uma onda de leptospirose nas ilhas devido aos alagamentos que aumentaram por causa da ausência e da incompetência do trabalho do DMLU. Portanto, para argumentar com a bilhetagem o Governo Municipal não se credencia, não está credenciado, não apresentou credenciamento. Dá para a gente olhar todas as áreas. De manhã, vim de uma reunião na Ilha Grande dos Marinheiros, onde a população caminhou das ilhas até o Centro da Cidade, na segunda-feira, porque não só não implementam a APA, não só não encaminham as creches das Ilhas - porque, agora, já está regularizado o terreno onde pode ser construída -, como também reduziram as metas de atendimento do SASE naquela região. Não há Assistente Social, desde dezembro do ano passado, nas Ilhas, justamente onde todas as crianças estão em vulnerabilidade social. Então, não há credenciamento desta Prefeitura. “Deixem que nós vamos fazer esta política”, porque esta política está anunciada desde o primeiro dia do Governo Fogaça como todas as outras pirotecnias: o lugar da OSPA, onde queriam colocar a OSPA, e foi o grande presente de aniversário no primeiro ano. Então, este vai ser o Governo das promessas não-realizadas, do discurso para trás, do discurso da inadimplência suposta, e não da realização. Então, nós não aceitamos. O Governo Municipal não aceita as contribuições deste Legislativo. A Verª Margarete traz uma contribuição positiva, e não aceita. Quer dizer, além de governar mal, quer governar sozinho. Eu acho, Verª Margarete, que teria que ter um pouco de humildade este Governo, reconhecer que há muitas iniciativas dos Vereadores, não só da oposição, que ajudariam a minorar os problemas desta desastrosa gestão. Então, vamos derrubar este Veto, para, pelo menos, diminuir o prejuízo à população de Porto Alegre.

(Não revisado pela oradora.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Maristela Meneghetti): O Ver. Luiz Braz está com a palavra para discutir o PLL nº 212/05, com Veto Total.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Srª Presidenta, Verª Maristela Meneghetti; Srs. Vereadores; Sras Vereadoras; senhoras e senhores, com toda a certeza, quando a Verª Margarete Moraes legislou, no ano de 2005, quando elaborou o Projeto, nós tínhamos um cenário em Porto Alegre que dava todo o embasamento para que ela fizesse o Projeto de Lei e lutasse para que isso, realmente, pudesse acontecer. Os idosos eram praticamente amofinados num determinado canto; havia problemas com a passagem pela roleta de pessoas mais obesas; gestantes também tinham dificuldades, muito embora sempre se desse um jeito. Mas, com toda a certeza, o cenário que nós tínhamos era absolutamente favorável à legislação que estava sendo proposta pela Verª Margarete Moraes. O quadro atual, Verª Margarete, é diferente, porque, contrariando o que a Verª Sofia trouxe aqui na tribuna, esta tentativa de se conseguir financiamento para a implantação da bilhetagem eletrônica estava-se esbarrando em um obstáculo que realmente era difícil de ser transposto. A Administração anterior, a dos 16 anos da Verª Sofia, por não cumprir os compromissos assumidos, principalmente com entes financeiros internacionais, acabou inviabilizando a entrada de empréstimos estrangeiros em nosso território, para beneficiar Porto Alegre. Nós começamos, então, a trabalhar - e aí foi realmente mérito da Administração Fogaça - para poder recuperar aquele déficit que havia, para recuperar credibilidade junto aos organismos internacionais, a fim de que, dentro daquilo que é o mandamento legal, nós pudéssemos novamente ter o Município contratando empréstimos que realmente pudessem fazer com que grandes obras como é o caso, por exemplo, do Socioambiental, fossem realizadas aqui no Município de Porto Alegre. Então, agora nós temos um financiamento para a bilhetagem eletrônica que já foi assinado, nós já temos dinheiro internacional, que vem exatamente para patrocinar a implantação da bilhetagem eletrônica; ninguém mais segura, realmente, a implantação da bilhetagem eletrônica no Município de Porto Alegre. Com a implantação da bilhetagem eletrônica, essa legislação proposta pela Verª Margarete Moraes, que antes era realmente muito boa e merecia toda a atenção e apoio de todos nós, Vereadores, começou a cair num determinado vazio. Agora, Ver. Elói Guimarães, por que eu vou aprovar uma legislação que não vai ter eficácia? Ela vai ter eficácia, quando muito, por dois meses, Verª Margarete Moraes: novembro e dezembro, porque, com toda a certeza, em janeiro, já deverá estar sendo implantada a bilhetagem eletrônica. Então, não existe mais, desta Casa, aquela obrigação que a legislação proposta pela Verª Margarete Moraes nos impunha, de aprovarmos um Projeto de Lei que pudesse beneficiar essas pessoas que, no transporte coletivo, ainda sofriam com um confinamento.

Reconheço os méritos da Verª Margarete Moraes ao propor essa legislação, mas eu não tenho como tomar outra atitude, senão a de olhar a atualidade, aquilo que está acontecendo realmente, que é a implantação da bilhetagem eletrônica, já com financiamento, já com dinheiro garantido, já com obras que estão sendo realizadas. Tudo isso me leva a votar pelo acolhimento do Veto, porque, afinal de contas, eu não posso brincar, agora, de legislar. Eu não posso derrubar o Veto para que uma legislação possa durar - se durar - dois meses. Então, eu tenho que fazer com que haja um trabalho de apoio a esta Casa, para que a bilhetagem eletrônica possa ser implantada o mais rapidamente possível. Já não falta dinheiro. Dinheiro tem, já existe novamente o crédito do Município para buscar dinheiro internacional. Isso já foi superado, mas, infelizmente, esse obstáculo foi imposto ao nosso Município pelo Partido da Verª Sofia Cavedon, quando governou a nossa Porto Alegre.

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Maristela Meneghetti): Obrigada, Ver. Luiz Braz.

O Ver. Sebastião Melo está com a palavra para discutir o PLL nº 212/05, com Veto Total.

 

O SR. SEBASTIÃO MELO: Srª Presidenta, Verª Maristela Meneghetti; prezadíssima amiga autora do Projeto, Verª Margarete Moraes; meus colegas Vereadoras e Vereadores, quero dizer a esta Casa que vou manter a minha posição. Eu votei contrário a esta matéria, e muitos colegas da base do Governo votaram favorável. Quero dizer por que votei contrário e enfrentar, com muita tranqüilidade, a questão do Veto.

Primeiro, Verª Margarete, há uma Resolução sobre esta matéria de que, nos locais de finais de linha isso aconteça, Ver. Zé Valdir - e isso vem de 2003, nem é do Governo José Fogaça -, e, quando não há lugares na frente... Isso já é Resolução, já é uma realidade.

Segundo, é verdade, eu quero enfrentar que a bilhetagem eletrônica é uma matéria muito discutida na Cidade há muito tempo, mas ela evoluiu. O BNDES foi parceiro, são 32 milhões de reais; o Banrisul foi o agente financiador; a ATP assinou, está em fase de implantação; e. em março do ano que vem. esta matéria estará sendo implantada. E o que dizem os representantes das empresas de ônibus? Que esta matéria será resolvida na sua inteireza quando da bilhetagem. Eu disse isso quando votamos aqui esta matéria, e disse mais: em relação aos obesos, isso já acontece, porque não passa na catraca; então, vou manter a minha posição.

Acho que a matéria tem mérito, mas não podia ter sido prosperada inicialmente; foi, e o Prefeito vetou.

 

O Sr. Zé Valdir: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) A Resolução não tem a mesma amplitude da Lei da Vereadora, porque ela é só nos momentos de grande circulação e ainda dependendo da presença do fiscal. Portanto, a Resolução não pode ser argüida de que ela resolve o problema, de que ela substitui a Lei. Ela não substitui; se a substitui, ela o faz parcialmente. Então, não dá para argumentar com a Resolução.

 

O SR. SEBASTIÃO MELO: Agradeço V. Exª, mas esta é uma matéria que será enfrentada na bilhetagem eletrônica, ela está prevista e tem data marcada, até março do ano que vem! Então, eu vou manter, vou aprovar uma lei inócua? Não era inócua quando da sua proposição! Então, eu vou manter a minha posição, eu não estou mudando de posição; eu votei dessa forma. Quando veio esta matéria, que venceu por 14 votos “sim” a cinco votos “não”, um dos cinco “não” foi meu.

Eu quero aproveitar a oportunidade, Srs. Vereadores, para adentrar um pouco mais. Eu acho, Ver. José Valdir, que está na hora - isso já está maduro - de nos reunirmos, todas as Bancadas, e dizer o seguinte: a partir de hoje, não vamos conceder nenhuma isenção a mais. Não dá mais! Mas eu estou dizendo, estou fazendo um link de uma coisa que não tem nada a ver com isso aqui; eu acho que está na hora de não se dar nenhuma isenção a mais e se rever determinadas isenções, porque não pode, Ver. Haroldo, 30% não pagar, e quem paga a conta é a choldra, é o povão, é aquele que não tem carteira assinada, é aquele que vai buscar o emprego, é aquele que levanta de madrugada, é aquele que é camelô, é o informal, porque, para quem é isento, a passagem pode ser dez, e quem tem emprego formal recebe a fichinha. Isso está errado! Não tem dinheiro público, não tem orçamento para isso! E nós precisamos parar de fazer cortesia com o chapéu alheio!

 

O Sr. Alceu Brasinha: V. Exª permite um aparte?

 

O SR. SEBASTIÃO MELO: Gostaria de dar apartes, mas não tenho prazo. Não sei se V. Exª, Ver. Valdir Caetano, me concede uma inscrição.

 

A SRA. PRESIDENTA (Maristela Meneghetti): O Ver. Valdir Caetano se inscreve e cede seu tempo ao Ver. Sebastião Melo.

 

O SR. SEBASTIÃO MELO: Agradeço V. Exª pela gentileza e pela sensibilidade e, de pronto, dou o aparte ao Vereador, líder gremista, Brasinha.

 

O Sr. Alceu Brasinha: Maravilha, Ver. Sebastião Melo. Quero dizer, com todo o respeito que tenho à Verª Margarete Moraes, que eu também votei contra este Projeto e quero dizer que vou acompanhar o Veto.

 

O SR. SEBASTIÃO MELO: Bom, retomo a matéria, mas eu acho - Ver. Zé Valdir, V. Exª, que eu considero um bom tribuno, um Vereador muito qualificado, que sempre foi muito arguto aqui nas boas lutas da Cidade - que o nosso sistema de transporte coletivo, se por um lado, teve uma perda - e teve a da intervenção -, teve ganhos também, porque, quando V. Exas. assumiram o Governo e fizeram uma encampação do transporte coletivo durante o dia, sol bem claro, sol de brigadeiro, tiveram que entregar à noite, num dia bem escuro, por quê? Porque ficou uma conta muito alta para a população. Então, teve esse lado negativo, que foi o lado de o Poder Público não ter feito bem, e teve aí uma dívida que foi parar na Justiça, Sr. Presidente, e que custou caro; quem pagou foram os cofres da Prefeitura. Mas, por outro lado, foi um choque, Ver. Brasinha, um grande choque nos empresários, que se deram conta de que precisavam mudar. E o transporte coletivo de Porto Alegre, hoje, em relação ao Brasil, Ver. Claudio Sebenelo, tem uma qualidade superior. Agora, minha querida Presidenta e minha querida Verª Margarete, quando V. Exª fala em dar melhores condições aos idosos, aos obesos e deficientes, estendendo ao conjunto dos usuários de que nós precisamos rever - não aumentar - isenções, mas tem uma política nacional de não cobrar tributo dos insumos do transporte coletivo, porque isso vai possibilitar que a passagem baixe, porque o nosso povo não consegue mais pagar os dois reais. Nós estamos falando dos isentos, mas estou falando também para quem paga, e dois reais para quem paga, para quem está desempregado, para quem é camelô é muito dinheiro no final do mês, e nós sabemos que tem gente que vem do Belém Novo e que, para chegar ao Centro, tem que pegar uma caroninha, porque não tem dinheiro para pagar. Esse é o Brasil real. Por isso, eu quero encaminhar, dizendo que, primeiro, o Veto é uma disposição legal, lastreada na Lei Orgânica, que está em simetria com as leis maiores. Portanto, o Prefeito utilizou e usou da sua faculdade; ele não fez nenhum absurdo. Ele usou de uma faculdade que tem o Prefeito para analisar um Projeto, vetá-lo total ou parcialmente, ou sancioná-lo na sua inteireza. Segundo, ele sustenta, sim! Por que ele está dizendo que vetou o Projeto? É importante dizer isso. O Veto não é uma coisa que o vento levou, ele está dizendo que há duas razões. Uma delas é esta, que eu até concordo com V. Exª, porque a Lei da Verª Margarete Moraes é mais abrangente, mas existe uma Resolução que diz que, quando lotado está, nos locais onde há grande movimento, que tenha fiscais da EPTC ou que tenha os fiscais das grandes empresas de ônibus, já é permitido. Então, esta é uma das razões do Veto. É a única? Não. A razão maior do Veto, e esta é que sustenta, efetivamente, é porque a bilhetagem eletrônica - e me perdoe, Ver. Zé Valdir - é discutida desde 1988. E é verdade; eu sei que houve um esforço dos governos de V. Exª, mas não passou do discurso; não havia projeto. E agora há uma realidade, o convênio já foi assinado, nós já estamos em teste, já foi aberto, inclusive, o cadastramento aqui na Rua Uruguai - isso é uma realidade. E, portanto, em março, nós vamos ter a bilhetagem eletrônica não da Grande Porto Alegre com Porto Alegre, mas a de Porto Alegre, que já é um avanço. Então, portanto, razão pela qual mantenho a minha posição, mas cumprimento, maiusculamente, a Verª Margarete Moraes, que sustentou o seu Projeto, que o fez aprovar, que veio aqui na tribuna. E tenha a absoluta certeza, Verª Margarete Moraes, de que nem sempre aprovar uma lei é uma vitória, mas V. Exª pode ter certeza de que aquilo que V. Exª está trabalhando aqui, com certeza, fez com que também os setores do Governo se sensibilizassem para agilizar esse processo, porque a sua causa defendida é muito justa. Muito obrigado.

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Maristela Meneghetti): Obrigada, Ver. Sebastião Melo.

O Ver. Elói Guimarães está com a palavra para discutir o PLL nº 212/05, com Veto Total.

 

O SR. ELÓI GUIMARÃES: Srª Presidenta, Srs. Vereadores, Vereadoras, em especial, Verª Margarete Moraes, autora do Projeto, nós já tivemos a oportunidade de discutir e votar esta matéria da Verª Margarete Moraes, votando contra pelas razões que ali discutimos e por entender, Srª Presidenta e Srs. Vereadores, que o sistema de transporte coletivo em Porto Alegre atingiu um patamar razoável, bastante razoável, senão bom, mercê de uma compreensão dos governos, não só do atual Governo, mas, de resto, dos governos passados, a partir de uma determinada data, e conseguiu, por assim dizer, prestar um serviço qualificado.

Por outro lado, o sistema, e é bom que se diga, tem um impacto muito grande que não há em nenhuma cidade brasileira igual. Nós, hoje, temos mais de cem mil, vejam bem, mais de cem mil entre isentos idosos! Acima de 60 anos até 64, devemos ter, aproximadamente, 25 mil; e, acima de 65 anos, 80 mil, quase 90 mil idosos isentos no transporte coletivo, sem falar nos demais casos, sem incluir a questão da meia passagem, etc. e tal.

Então, nesse sentido, conversamos com a Bancada do nosso Partido, PTB, trocamos umas reflexões e entendemos que, em face de, em breve, se colocar a bilhetagem automática, isso irá, vamos dizer assim, igualizar, por assim dizer, dar o mesmo tratamento a todos, indiscriminadamente, porque, na realidade, hoje existe uma discriminação, e essa discriminação, na verdade, se dá na razão da excepcionalidade dos discriminados. Agora, é preciso ter controle. É absolutamente necessário ter controle: todos ingressam pela porta da frente. Qual será o controle? Quem fará o controle para o ingresso pela porta de trás? Então, vai-se criar um tumulto, no bom sentido, é bem verdade, não tem esse tamanho, mas vai criar, sim, uma desorganização no ingresso pela porta de trás. Afinal, quem vai fiscalizar? Ademais, há uma disposição, uma Resolução que regra em partes, Verª Margarete Moraes, não regra o todo, é verdade. Quando houver fiscais da empresa ou da SMT, é possível ingressar-se pela porta de trás. Por que a necessidade de um fiscal? Porque o fiscal tem que examinar! Afinal, é obeso ou não, tem essa ou aquela dificuldade.

Então, nós não podemos entregar o sistema, o processo, os controles, eu não diria ao deus-dará, não! Absolutamente, não! Mas é preciso ter controle. Não se discute aqui a profundidade do Projeto, mas ele deixa a desejar em termos de controle. A questão que se coloca é exatamente a do controle que precisa haver, porque a tarifa - todos sabemos e temos alguma experiência -, se assenta naquele que a paga. E tenho dito, reiteradamente nesta Casa, que quem paga a tarifa, quem dá a isenção não é o empresário, gente! Quem dá isenção é o “zé da marmita”, que paga a tarifa! É o “zé da marmita”, que levanta às 6h! Aquele que está ali pagando a tarifa, embora vale-transporte, Ver. Almerindo, é que isenta A, B ou C, cuja discussão não se faz, não se quer fazer. Eu acho injustiça que pessoas com determinadas dificuldades, etc., devam estar isentas, embora se cometam equívocos nas isenções. A isenção deveria ser na razão direta da capacidade financeira e econômica do passageiro. A isenção teria que ser na razão direta do ganho do passageiro, do ganho do usuário, porque uma pessoa pode ter 70 anos e ser extremamente rica. No entanto, essa pessoa não paga a passagem de ônibus, enquanto que aquele que tem 18, 20, 25 anos - é paupérrimo, pobre -, paga! Então, esse critério está equivocado. Mas esse não é o momento de discussão. O momento de discussão é a iniciativa da Verª Margarete Moraes, que tem mérito. As próprias razões do Veto são cuidadosas no trato do Projeto da Verª Margarete Moraes. Nesse sentido, discutindo com a Bancada, Verª Margarete Moraes, eu já havia votado contra o Projeto de Vossa Excelência - e eu tenho por V. Exª profunda admiração e sempre digo isso publicamente. Portanto, nós estamos discutindo pela manutenção do Veto.

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Maristela Meneghetti): Obrigada, Vereador.

 

O Ver. Zé Valdir está com a palavra para discutir o PLL nº 212/05, com Veto Total, por cedência de tempo do Ver. Dr. Goulart.

 

O SR. ZÉ VALDIR: Srª Presidenta, Srs. Vereadores, o Projeto da Verª Margarete Moraes permite aos idosos, portadores de deficiência, gestantes e obesos ingressarem no transporte coletivo pela porta traseira, sempre que os lugares reservados estiverem ocupados; aqueles que têm isenção vão continuar isentos, e aqueles que têm que pagar vão continuar pagando. Portanto, não estamos tratando aqui de nenhuma isenção! Essa é a primeira questão. Eu concordo com o Ver. Sebastião, quando diz que nós temos que fazer essa discussão, pois só existem duas formas de transporte coletivo, e todas as duas financiadas pelo cidadão: ou o transporte coletivo é estatizado, sai do Orçamento, portanto, dos impostos que todos pagam, ou ele é subsidiado, que também sai dos impostos. Quer dizer, é sempre a população que paga. A questão é discutir qual a melhor forma, mas nós não estamos discutindo isso aqui. Uma das questões que nós estamos discutindo é que se argumentou que a Resolução já estaria resolvendo a questão que a Vereadora traz. Não está! A Resolução foi feita num contexto histórico, numa ausência de iniciativa legislativa que agora a Vereadora está fazendo, e, portanto, a Resolução resolve só em parte, porque, para cobrir a matéria que a Vereadora aborda, a Resolução teria que ser muito mais ampla. Ela é uma resolução limitada, porque, para entrar pela porta traseira, tem que ter um fiscal fornecido pela empresa e tem que ser em determinadas situações; portanto, não é a mesma coisa. A bilhetagem eletrônica, quando entrar em vigor, também não contempla o que a Vereadora está colocando no Projeto de Lei. Portanto, persiste, mesmo após a bilhetagem eletrônica, a matéria que está contida neste Projeto.

E, do outro tema, o Ver. Sebastião Melo fugiu, de novo, como o diabo da cruz. É claro que é uma faculdade do Prefeito, do Chefe do Executivo, vetar, mas é só isso que diz a Constituição? Não, a Constituição estabelece duas regras, só em dois casos ele pode vetar: quando fere o interesse público ou por inconstitucionalidade. O próprio Prefeito, nas razões do Veto, não aponta isso, porque não há, não há contrariedade ao interesse público, não há inconstitucionalidade. O próprio Prefeito diz isso. Nós estamos dando uma carta branca para o Prefeito daqui para frente. Veja a gravidade, poder vetar e inventar motivo: “Ah, não gosto do Projeto, eu não gosto do Vereador; então eu vou vetar”. Inventa qualquer justificativa, como essa justificativa de que já existe uma resolução, como se uma resolução, uma lei material fosse superior a uma lei formal. Mas desde quando? As leis têm que se adaptarem à bilhetagem. Mas o que é isso? Uma ação do Executivo agora é maior do que uma lei que trata de um direito fundamental, que está na Constituição inclusive, que é o caso que a Verª Margarete está apenas querendo efetivar. Vejam a gravidade do que nós estamos a cometer aqui nesta Casa; nós estamos abrindo um precedente, para que o Executivo, a partir de agora, não vete mais pelas razões que estão contidas na Constituição. A Constituição é bem clara, só em dois casos pode-se vetar. E agora, já tem um terceiro, um quarto motivo, que não tem nada a ver com a Constituição. O Ver. Sebastião Melo sabe disso; por isso ele fugiu pela tangente, fugiu da discussão.

Outra questão: o Ver. Sebastião Melo disse que não havia Projeto, Vereador! Mas de onde saiu toda a negociação, no Governo passado, que resultou, inclusive, nessa garantia para os cobradores? Ver. Todeschini, foram dias e dias de discussão, durante meses, com os trabalhadores, para garantir isso que hoje é uma conquista: vai-se ter de continuar com o cobrador, garantir o emprego do cobrador. E a função do cobrador foi redimensionada - isso foi uma conquista de todo um projeto. Quer dizer, o mais difícil, que foi a interlocução com os trabalhadores, a interlocução com a sociedade, foi feito. Quando se debateu isso na campanha eleitoral, nós dissemos que não é simples como vocês estão fazendo. Prometeram, na campanha, que, para o dia seguinte, estaria aí a bilhetagem eletrônica. E prometeram, sim, que iam botar metrô em Porto Alegre! E a gente sabe no que deu.

Nós dizíamos: nós estamos seguindo passos, não é tão simples a questão. Agora, todo o projeto, que começou lá na Administração passada, e a parte mais difícil, que foi a negociação para garantir o trabalho dos cobradores com a bilhetagem eletrônica, foram feitos. Como é que não tinha projeto, Vereador? Como é que não tinha projeto? Ou o senhor pretende dizer que a história começou a partir do Governo Fogaça?

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Maristela Meneghetti): A Verª Clênia Maranhão está com a palavra para discutir o PLL n° 212/05, com Veto Total. (Pausa.) Desiste. O Ver. Professor Garcia está com a palavra para discutir o PLL n° 212/05, com Veto Total.

 

O SR. PROFESSOR GARCIA: Srª Presidenta, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, acho muito interessante, meus colegas Vereadores, que todos discutem, e, na hora em que eu vou discutir... E eu venho aqui justamente para fazer essa discussão, porque, no mérito...

 

(Aparte anti-regimental da Verª Sofia Cavedon.)

 

O SR. PROFESSOR GARCIA: Não, eu não vou defender o indefensável, e, se V. Exª me ouvir atenta, talvez até nós possamos ter os mesmos sentimentos. Primeiro, eu quero dizer que, no mérito, a Vereadora tem razão. Ao mesmo tempo, eu quero fazer algumas considerações para reflexões e gostaria que os Vereadores que têm posição contrária me ouvissem. Com a questão da bilhetagem eletrônica, já está acertado e acordado que o passageiro entra pela frente e não precisa ficar refém - vou usar esse termo -, antes da roleta; ele pode se dirigir a qualquer local dentro do ônibus. Então, quero já destacar isso.

Hoje, em Porto Alegre, há quase 100 mil idosos cadastrados com cartões diferentes: 60 anos a 64 anos e 11 meses é um tipo de cartão; acima de 65, outro tipo de cartão, porque a Constituição brasileira prevê que, acima de 65 anos, a pessoa é isenta de passagem, e nós, em Porto Alegre, temos uma legislação de 60 anos. Também os portadores de necessidades especiais, os deficientes, têm, para cada categoria, um tipo de cartão. E o que está sendo feito e proposto pela primeira vez em Porto Alegre? Vamos ter o perfil exato de cada um daqueles isentos. Hoje - é interessante esse dado, os Vereadores sabem, mas, muitas vezes, os telespectadores não sabem -, 30% dos passageiros, em Porto Alegre, não pagam a passagem, mas como está diluído no preço da passagem, os pagantes pagam também por aqueles que usam e são isentos.

Mediante isso, nós temos que fazer esse entendimento. Por que isso? Domingo, por exemplo - que não tem nada a ver com a questão da Vereadora -, aquele passageiro que, uma vez por mês, é isento, faz cálculo para também saber desse contexto. Ora, por que eu disse que o Projeto da Vereadora, no mérito, tem essa validade? Mas, com a questão da bilhetagem eletrônica, como todos estão sendo cadastrados, vai-se saber quem é quem. Eu volto a dizer: pela primeira vez, em Porto Alegre, vamos ter o senso de todos aqueles que são isentos, e vai-se poder catalogar e saber quantos estão na faixa de 60 anos a 64, 11 meses e 29 dias; quantos estão acima de 65 anos; quantos são portadores de necessidades especiais; quantos são os militares. Para cada titulação, para cada categoria de isentos, vamos ficar sabendo o número, e isso vai ser noticiado e publicizado. Então, é uma situação diferente.

Volto a dizer que nenhuma pessoa vai ficar refém; ela entra, se quiser sentar nos bancos preferenciais, ele senta, senão, ele atravessa a roleta e vai para qualquer lugar. Então, esse também é um fato novo. Mediante isso, volto a dizer que, no mérito, é bom, mas ele fica sem validade em função disso. Ora, se nós vamos ter, pela primeira vez, em Porto Alegre, a possibilidade de quantificar com todos os dados registrados, não podemos abrir mão disso. Por isso respeito a posição da Vereadora, mas não posso concordar e, por isso, encaminho para a manutenção do Veto do Sr. Prefeito. Muito obrigado.

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Maristela Meneghetti): Obrigada, Ver. Professor Garcia.

O Ver. Carlos Comassetto está com a palavra para discutir o PLL nº 212/05, com Veto Total.

 

O SR. CARLOS COMASSETTO: Verª Maristela Meneghetti, na presidência dos trabalhos; colegas Vereadores e Vereadoras, eu não poderia deixar passar esse tema, Ver. João Antonio Dib, como Presidente da Comissão de Defesa do Consumidor, Direitos Humanos e Segurança Urbana da Câmara Municipal de Porto Alegre, trazendo aqui a análise desse tema que trata das pessoas idosas, das pessoas com deficiências, das gestantes e obesos, a respeito do nosso sistema de transporte público de Porto Alegre. E aí não dá para querer fazer alguns contrabandos da discussão, Ver. Brasinha.

Com todo o respeito que tenho pelo nosso Suplente de Senador, Ver. Elói, não está em discussão aqui isenção tributária; portanto, a sua fala foi equivocada nesse sentido, querer trazer o contrabando da isenção. Os idosos, os obesos, as gestantes e as pessoas com deficiências já têm esse direito adquirido. Portanto, o Veto do Sr. Prefeito de que estamos tratando é simplesmente para eles poderem ingressar também pela porta de trás. Então, não está em discussão, neste momento, aqui, aumentar as isenções, e sim o direito já adquirido e que hoje já incide sobre a passagem, já incide sobre o “Zé da marmita”, como V. Exª falou.

 

O Sr. Elói Guimarães: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Eu estou acompanhando atentamente o pronunciamento de V. Exª Não fundamentei, na isenção, a discussão acerca do Projeto da Verª Margarete Moraes, apenas trouxe à colação, trouxe à discussão esse dado da isenção em Porto Alegre, que é a maior isenção do País; apenas trouxe, não como fundamento. Sou grato a Vossa Excelência.

 

O SR. CARLOS COMASSETTO: Muito obrigado. V. Exª foi tão enfático nesse tema, nessa tese, que eu estava lhe ouvindo atentamente e pareceu-me que estava usando esse argumento para constituir; mas, com seu esclarecimento, para mim, fica clara a sua opinião.

 

O Sr. Elói Guimarães: Todo fundamento das razões que fiz na tribuna, Ver. Comassetto, foi na questão do controle, tão-somente.

 

O SR. CARLOS COMASSETTO: Obrigado.

O segundo tema, que o Ver. Professor Garcia trouxe aqui para discussão é o da bilhetagem eletrônica. Bem, nós todos sabemos que esse tema da bilhetagem eletrônica já vem sendo construído há vários anos em Porto Alegre; inclusive, na nossa gestão, nós iniciamos a elaboração, as buscas dos subsídios, e ficaram esses projetos para a continuidade, para serem aplicados. Tanto que os próprios jornais anunciaram que, em 2006, seria implantada a bilhetagem eletrônica. Bom, se não foi implantada em 2006, certamente, neste ano, também não será implantada a bilhetagem eletrônica. Isso não invalida que, no momento em que for implantada a bilhetagem eletrônica, Verª Margarete Moraes, na forma de acesso ao ônibus, seja utilizado esse equipamento de modernidade para o transporte público da nossa Cidade; basta fazer a adequação desse Projeto. O que nós estamos aqui discutindo, a essência do Projeto da Verª Margarete é melhorar a qualidade do acesso aos veículos do transporte público do Município para as pessoas que já têm o direito adquirido de terem o acesso com gratuidade de passagem. É isso, Ver. Brasinha, que está em discussão aqui.

E esse tema não é de economia, não é um tema de engenharia, é um tema de direitos humanos. Ou seja, facilitarmos que todas essas pessoas - que são portadoras de alguma dificuldade, pela idade, por serem pessoas com deficiências, serem gestantes - possam ter uma maior tranqüilidade, ao subir nos ônibus, em sentar. Muitas vezes, quando nós usamos o transporte coletivo - e eu uso bastante o ônibus -, o que acontece? A parte da frente até a roleta é um espaço muito pequeno. Bom, e onde que se concentram as pessoas que ficam de pé? No centro do ônibus. Portanto, para um idoso ou uma gestante subir, passar pela roleta para ir até a parte de trás do ônibus, onde normalmente há um conjunto maior de assentos livres, gera uma dificuldade interna. Bem, portanto, com relação a esse tema, eu creio que não seja necessário haver um Veto do Prefeito sob o ponto de vista de uma conceituação de Cidade. Nós temos que defender aqui, Ver. Sebastião, para concluir, a Cidade que inclui e não a Cidade que exclui. E este Projeto é de direitos humanos, e não de economia do transporte público municipal. Muito obrigado.

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Maristela Meneghetti): O Ver. Guilherme Barbosa está com a palavra para discutir o PLL nº 212/05, com Veto Total.

 

O SR. GUILHERME BARBOSA: Verª Maristela Meneghetti, colegas Vereadores, Vereadoras, eu ouvi bastante os argumentos e tive a sensação, em determinado momento, Ver. Zé Valdir, que eu estava na mesma Sessão ocorrida há três meses, quando nós discutimos o Projeto que modificava a possibilidade do uso da isenção pelos brigadianos. Os argumentos são exatamente os mesmos! Agora, a tarifagem eletrônica passou a ser o “espantalho”; para qualquer coisa que se queira avançar na qualidade do atendimento para os passageiros, é dito: “Olha aí a bilhetagem eletrônica! Pára que a bilhetagem eletrônica vem aí!”. Em vez, como já foi dito, do diploma legal dizer como a bilhetagem deve ser estruturada, aqui o argumento é o contrário: a bilhetagem eletrônica que é, na verdade, uma iniciativa administrativa, vai regrar aquilo que se acha que deveria ser regrado pela Lei. E uma determinação administrativa pode ser modificada a qualquer momento. E eu vou provar, aqui, com este documento já lido, publicado no jornal Zero Hora do dia 19 de outubro de 2005: o Secretário Senna dizia, naquela ocasião, há dois anos exatamente, que a pessoa iria poder tomar mais de um ônibus, em Porto Alegre, Ver. Sebastião Melo - fala do Secretário Senna -, com a famosa bilhetagem eletrônica, só pagando uma passagem. Agora já está anunciado pelo Secretário Senna que não é bem assim; para o segundo ônibus, paga a metade da passagem. E já há informações, perguntem à estudantada se já não está no debate, da bilhetagem eletrônica para os estudantes, que só vão poder usá-la da casa para a escola e da escola para a casa, e que já está em discussão, com os trabalhadores, que só vai ser no horário do trabalho da pessoa. Essa discussão está colocada. Nós vamos ter que cuidar muito, porque, na atual Administração, na sua relação com a ATP, a bilhetagem eletrônica pode ser um grande retrocesso para a população de Porto Alegre. E aqui está sendo mostrado, porque nós não falamos só nos idosos, mas também nas gestantes e nos obesos, e a catraca vai continuar; a catraca eletrônica vai continuar, vai ter uma catraca no ônibus, Ver. Dib, e o problema continua com os obesos e com as gestantes. Como é que se resolve? O Ver. Zé Valdir já disse que há duas razões para Veto: ou pela inconstitucionalidade do Projeto, ou por motivo de ser contra a população, por interesse público. Agora, na verdade, está se inventando, porque, no argumento do Prefeito, não está colocado nenhum dos dois; inventou-se um terceiro que, para mim, não tem dúvida, é um Projeto contra o interesse da ATP.

 

O Sr. João Antonio Dib: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Nobre Ver. Barbosa, eu quero dizer que a bilhetagem eletrônica começou a ser estudada nas Administrações de V. Exª e continuou, apenas. E mais: há mais de 102 mil beneficiados pela legislação, inscritos na ATP. Esse é um problema a enfrentar. Por enquanto, ainda não chegou a totalização final, tem mais de 102 mil já.

 

O SR. GUILHERME BARBOSA: Eu realmente não entendi o seu argumento. Idosos, V. Exª quer dizer?

 

O Sr. João Antonio Dib: Sim, beneficiados pela legislação, idosos, enfim.

 

O SR. GUILHERME BARBOSA: Está bem. Mas o que é que vai modificar isso, Ver. João Dib, com relação ao Projeto da Verª Margarete Moraes? O que vai modificar? Os idosos vão poder sentar em qualquer lugar, mas os obesos vão continuar tendo o problema da catraca assim como as gestantes vão ter. E quantas pessoas serão essas, no dia-a-dia das viagens de ônibus, que vão colocar o medo - como foi colocado aqui - de que vai quebrar a ATP; de que vai quebrar as empresas. Por favor! Por favor! Repito, eu me lembrei de uma Sessão em que estavam os brigadianos, porque os argumentos eram os mesmos, mas as situações eram diferentes. É porque alguns acham que a ATP, sim, esta deve gerenciar o transporte em Porto Alegre, e a catraca eletrônica vai resolver tudo. Não vai! Porque, a cada momento, ela vai ser implementada de maneira diferente, e aqui eu mostrei: em 2005, o Secretário Senna falava uma coisa; agora, já fala outra. Muito obrigado.

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Maristela Meneghetti): Em votação o PLL nº 212/05. (Pausa.) A Verª Clênia Maranhão está com a palavra para encaminhar a votação do PLL nº 212/05, com Veto Total.

 

A SRA. CLÊNIA MARANHÃO: Srª Presidenta, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, vou encaminhar rapidamente, porque nós ainda temos um Projeto extremamente importante para votar na tarde de hoje, que é o Projeto que autoriza o empréstimo para o Socioambiental. Imagino que o nível de compromisso das Sras. Vereadoras e Srs. Vereadores desta Casa com as populações de baixa renda, que vivem o drama da falta de saneamento, vai nos levar a votar, logo mais, o Projeto que autoriza o empréstimo com o Banco Mundial para o Projeto Socioambiental de nossa Cidade.

Eu quero, rapidamente, dizer o motivo pelo qual estamos defendendo a manutenção do Veto ao Projeto da Verª Margarete Moraes. Evidentemente que a preocupação com os idosos e com as pessoas portadoras de deficiências é uma preocupação inquestionável; mas o que estamos discutindo aqui... E quero argumentar que é nulo o argumento da manutenção deste Projeto, porque o sistema de transporte de Porto Alegre vive hoje uma enorme modificação. Eu, inclusive, sugiro às Sras. Vereadoras e Srs. Vereadores que ainda não tiveram tempo que coloquem, nas suas agendas, uma visita à Central de Atendimento, que fica na Av. Uruguai, e, realmente, é um espaço de atendimento ao usuário, de Primeiro Mundo. Eu estive, já, várias vezes, naquela casa, bem equipada, confortável e que trata os usuários com absoluto respeito, que é a casa de atendimento, a casa das passagens, que atende exatamente os isentos, os estudantes, os idosos, os portadores de deficiências e as outras categorias isentas do pagamento do transporte público da nossa Cidade.

Hoje, e não é de hoje, quando nós assumimos a Prefeitura de Porto Alegre, o sistema existente no transporte público era um sistema que restringia o espaço das pessoas idosas. Não foi no nosso Governo que se estabeleceu isso, foi no Governo anterior, os idosos têm um espaço restrito dentro dos ônibus. Nós, evidentemente, não concordamos com isso, e este é um dos motivos entre muitos outros pelos quais nós estamos, hoje, implantando o sistema de bilhetagem eletrônica, onde todas as pessoas, além deste espaço, quando eles estiverem completos, podem circular livremente, porque se cria um novo sistema: o sistema de bilhetagem eletrônica que, inclusive, garante um controle muito maior do que atualmente. Essa foi uma herança nossa. Restringir o espaço dos idosos dentro dos ônibus existiu no Governo passado.

Nós estamos aprimorando o sistema de transporte urbano da nossa Cidade, e nós estamos democratizando espaço para os idosos e para os portadores de deficiência para que eles possam, assim como todos os demais usuários, ter acesso aos espaços, daqui para frente, democratizados dentro do transporte público de Porto Alegre. Então, este é fundamentalmente o motivo pelo qual nós estamos pedindo às Sras. e Srs. Vereadores a manutenção do Veto, lembrando que esta segmentação, esta restrição não é do nosso Governo, é do Governo passado. Mas eu acho que a Vereadora tem, legitimamente, o direito de recolocar, aqui, este debate.

Agora, eu fiquei muito espantada, não com o Projeto da Verª Margarete Moraes, que eu acho que é uma discussão interessante. Eu fiquei impressionada, porque parece que tem Vereador que nunca andou de ônibus, porque o Vereador sobe à tribuna para dizer que as pessoas isentas, Ver. Elói, passam por baixo da roleta dos ônibus. Eu não sei em que cidade esses Vereadores andam, porque, em Porto Alegre, efetivamente, não é. Os isentos são atendidos num programa com absoluto conforto, rapidez e eficiência, lá na Av. Uruguai, na casa de atendimento, que vende as passagens aos isentos. Passar por baixo da roleta pode ser em outro país; no Brasil, eu não conheço nenhuma Capital brasileira em que os isentos passem por baixo de roleta. Acho bom os Vereadores andarem de ônibus de vez em quando, alguns Vereadores que não sabem nem como funciona a política dos isentos e como funciona a questão das roletas. Então, eu acho que realmente não dá para debater, porque tem que entrar num ônibus, tem que sair dos seus carros e tem que conhecer a população que freqüenta os ônibus, que participa das atividades populares, que vão trabalhar nos ônibus, tem que saber como é que elas, efetivamente, entram nos ônibus de Porto Alegre. Ser Vereador sem conhecer ônibus, aí, realmente, fica difícil.

(Não revisado pela oradora.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Maristela Meneghetti): Em votação a prorrogação da Sessão por mais duas horas. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que a aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADA.

A Verª Margarete Moraes está com a palavra para encaminhar a votação do PLL n° 212/05, com Veto Total.

 

A SRA. MARGARETE MORAES: Srª Presidenta, Verª Maristela Meneghetti, Vereadoras e Vereadores, eu recebi muitas cartas de apoio a este Projeto, mas, em vez de lê-las, eu quero fazer uma homenagem à minha Bancada, porque eu fiquei muito feliz depois que ouvi a Bancada do Partido dos Trabalhadores. Eu quero fazer uma referência ao Ver. Carlos Todeschini, que disse que este Projeto não vai tirar pedaço de ninguém, nem da Prefeitura, nem dos empresários e ao Ver. José Valdir, que disse que não cria despesa, não isenta ninguém. É a mesma coisa que o Todeschini falou, que deveria ter sido sancionado com louvor pelo Prefeito de Porto Alegre. E agora eu acrescento: eu estou acreditando que se trata de um Veto político, de um Veto com a fotografia do Partido de quem propôs esse Veto. O Oliboni falou em inclusão social, muito bem. E também o companheiro Carlos Comassetto. A Verª Sofia falou que, além de governar mal, quer governar sozinho. E eu quero dizer e repetir pela última vez que, com ou sem bilhetagem eletrônica, ainda é algo virtual. Nós temos o jornal Zero Hora do dia 12 de outubro de 2005 (Mostra o documento.), que responde ao Ver. Elói Guimarães, quando ele diz que o problema era o controle. Aqui diz assim: (Lê.) “O cobrador não deixa de existir, pelo menos na fase inicial da implantação. Também será sua função orientar os passageiros e auxiliar a fiscalizar o uso dos cartões com benefícios, como os de idosos e estudantes identificados por fotografia”.

Eu vou ler um trecho de uma carta de uma senhora chamada Lenir, que diz: (Lê.) “Os cobradores dizem que não há lei que os obriguem a mandar as pessoas levantarem e dar lugar aos velhos, enquanto os jovens fingem dormir ou dizem, na cara-de-pau, que não levantam. Já ouvi de cobradores que eles que paguem e passem se quiserem sentar, na cara-de-pau. Os bancos são apenas preferenciais. O bancos de idosos, até hoje, são apenas uma farsa, e não preferenciais. A impressão que passa é de que os velhos são personas malvindas e, portanto, hostilizadas. As pessoas esquecem que os velhos têm menos força, menos equilíbrio e, muitas vezes, dores articulares e musculares, atrofias e muito mais. Parabéns aos que lutam por mais uma classe relegada ao desprestígio e ao escanteio”.

Por isso eu quero parabenizar a minha Bancada, a assessoria da Bancada do Partido dos Trabalhadores, através do Rogério e da nossa brava assistente jurídica. E quero dizer que, outra vez, infelizmente, as afirmações da Verª Clênia Maranhão não são verdadeiras. Quero pedir coerência aos Vereadores e Vereadoras desta Casa, porque é preciso ter coerência entre aquilo que nós falamos, aquilo que nós pensamos e como nós agimos no cotidiano. Portanto, é um Projeto que traduz algo muito singelo, mas que vai beneficiar a maioria da população de Porto Alegre. Que bom que Porto Alegre tem muitos velhos; quer dizer que a Cidade está melhorando, que as pessoas têm a possibilidade de viver mais, e cada vez haverá mais velhos no Brasil, embora o Projeto não seja exclusivo para a terceira idade. Nós, da Bancada do Partido dos Trabalhadores, sempre nos posicionamos contra as isenções de qualquer forma. Somos a favor das que existem, e, nesta Câmara, tergiversaram, Ver. Carlos Todeschini, falando em isenções, como se nós estivéssemos propondo novas isenções. Inclusive quero denunciar que muitos Vereadores da base aliada já propuseram isenções, Ver. Haroldo, estão tramitando os vários projetos que propõem isenções; nunca houve um projeto de algum Vereador do PT em relação a isso. Quero falar aos Vereadores e Vereadoras que, de acordo com as suas convicções, os que aprovaram na CCJ, na CUTHAB e na CEDECONDH e neste plenário, na primeira vez em que votamos este Projeto, que votem “sim” ao Projeto e “não” ao Veto, e que honrem as suas idéias e, sobretudo, honrem as suas posturas. Muito obrigada.

(Não revisado pela oradora.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Maristela Meneghetti): Não há mais quem queira encaminhar. Em votação nominal o PLL nº 212/05. (Pausa.) (Após a apuração nominal.) REJEITADO o Projeto por 11 votos SIM e 19 votos NÃO, considerando-se mantido o Veto a ele aposto.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com aparte;

encaminhamento: bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

PROC. Nº 7780/07 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 019/07, que autoriza o Poder Executivo a contratar empréstimo externo junto ao Banco Interamericano de Desenvolvimento – BID –, com garantia da União, para financiamento de obras de reurbanização, saneamento, drenagem urbana e gestão ambiental do Programa Integrado Socioambiental – PISA.

 

Parecer Conjunto:

- da CCJ, CEFOR, CUTHAB, CECE, CEDECONDH e COSMAM. Relatora-Geral Verª Clênia Maranhão: pela aprovação do Projeto.

 

Observações:

- para aprovação, voto favorável da maioria absoluta dos membros da CMPA – art. 122, III, da LOM;

- Parecer Conjunto nos termos do art. 50 do Regimento da CMPA;

- incluído na Ordem do Dia em 24-10-07.

 

A SRA. PRESIDENTA (Maristela Meneghetti): Em discussão o PLE nº 019/07. (Pausa.) O Ver. Carlos Todeschini está com a palavra para discutir o PLE nº 019/07.

 

O SR. CARLOS TODESCHINI: Srª Presidenta, Verª Maristela Meneghetti; Srs. Vereadores e Sras Vereadoras; público presente, assistência do Canal 16, nós estamos discutindo um Projeto de Lei do Executivo, autorizativo, que objetiva a contratação do maior projeto da história de Porto Alegre.

Estamos fazendo, hoje, esta discussão, Ver. Comassetto, porque, na semana passada, mais precisamente, na última quinta-feira, em Sessão das Comissões Conjuntas, levantamos um conjunto de dúvidas, dada a falta de informações contidas formalmente no Projeto. Pedimos vista ao Processo, de direito, por necessidade, porque os números apresentados nos permitiam fazer uma leitura dos motivos que elevaram o custo total do Projeto em quase 50, elevando de 345 milhões de reais para quase 500 milhões de reais o custo total do Projeto. E nós negociamos aqui a aprovação, na reunião conjunta das Comissões, de uma audiência com o Executivo antes desse debate do dia de hoje. Essa reunião aconteceu ontem, às 17 horas, com a presença do Secretário de Gestão e Planejamento, Secretário Clóvis Magalhães, mais a sua Assessoria, o Coordenador do Projeto e da Bancada do Partido dos Trabalhadores: este Vereador, mais o Ver. Guilherme Barbosa e o Ver. Carlos Comassetto, além do Ver. João Antonio Dib, do Ver. Professor Garcia e o Ver. Claudio Sebenelo, e nós recebemos, verbalmente, esclarecimentos que foram importantes, que nós precisávamos receber, porque nós não somos adivinhos e nem temos bola de cristal. Aliás, os Projetos do Governo têm que vir escritos e explicados como são, porque, dos 153 milhões de dólares anunciados, na verdade, os recursos do Município eram contabilizados também como parte os recursos advindos da Caixa Econômica Federal, do PAC.

 

O Sr. João Antonio Dib: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Nobre Ver. Carlos Todeschini, quero cumprimentá-lo pelo pronunciamento e também cumprimentá-lo pela nitidez, pela clareza com que questionou o Projeto ontem na reunião que tivemos para elucidar os problemas.

 

O SR. CARLOS TODESCHINI: Obrigado pela sua nobre contribuição, Vereador. Então, nessa parte, Ver. João Dib, na engenharia financeira, fiquei esclarecido verbalmente. Era isso o que queríamos. Agora, eu pedi que viesse formalmente aqui por escrito, questionei isso ao Secretário, não sei se chegou até agora. Eu peço que isso seja providenciado, porque eu quero votar. E da forma que me foi explicada a engenharia financeira, eu tenho acordo. Eu quero a descrição do Projeto através da justificativa, ajudar a memória para que eu saiba o que eu estarei votando; afinal, eu posso ter duas contas, como eu fiz não estava errado, posso chegar a 500 milhões de reais ou a 290 milhões de reais, e eu entendi que estamos votando 290 milhões de reais; agora, quero que isso fique por escrito, porque aqui o direito é garantido para quem escreve.

Mas fiquei surpreso com a saída de parte importante do Projeto, porque foram subtraídas 450 casas que estavam incluídas no Projeto. Tanto é que reduz de 1.650 para 1.200 casas. Aí, me explicaram que 200 casas vão ser executadas pelo programa do Shopping Barra Sul, dentro do projeto original, como havia sido pensado, há de dez anos. Porém, as 250 casas da Vila dos Sargentos foram retiradas, além do Parque Natural do Arroio do Salso, que é um Projeto importantíssimo, Ver. Professor Garcia, porque ele representa a preservação do maior manancial natural ainda em condições de preservação na cidade de Porto Alegre, uma veia que alimenta o nosso rio Guaíba. E por isso é que estava incluído nele um parque natural.

Agora, ficam outros questionamentos que nós precisamos aprofundar, que são acerca da concepção do Projeto de tratamento do esgoto propriamente dito, porque o Projeto foi alterado, não foi discutido nem com a comunidade técnico-científica, nem com a comunidade de Porto Alegre, muito menos com os órgãos ambientais. E nós queremos ter o direito de discutir o Projeto, porque já havia sido licenciado um projeto com a LP obtida na FEPAM, que, no nosso entendimento, era o que melhor podia atender às necessidades do povo de Porto Alegre.

Portanto, vamos aprofundar este debate, porque este é o maior Projeto da cidade de Porto Alegre. Muito obrigado pela atenção.

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Maristela Meneghetti): O Ver. Guilherme Barbosa está com a palavra para discutir o PLE nº 019/07.

 

O SR. GUILHERME BARBOSA: Verª Maristela Meneghetti, colegas Vereadores e Vereadoras, demais pessoas que nos acompanham, também estive presente, ontem, na reunião com o Secretário Clóvis Magalhães, e ficou claro que nós, quando fizemos os questionamentos na quinta-feira da semana passada, tínhamos razão em fazê-los, porque a Exposição de Motivos do Projeto que vamos votar daqui a pouco e o Projeto em si, que vamos realmente votar, não esclarecia tudo o que estava sendo encaminhado no que diz respeito a recursos financeiros. Ontem, então, se esclareceu que vamos ter um total de 153 milhões de dólares - inclusive havia uma misturada de moeda -, que o valor total do Programa Integrado Socioambiental é de 153 milhões de dólares. Desse total, 75 milhões de dólares serão financiados pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento, que é o Projeto que estamos discutindo agora; e os 78 milhões de dólares restantes, contrapartida da Prefeitura, teriam que ser abertos em duas parcelas, e isso nunca havia sido falado. A primeira parcela, bancada pelo cofre da Prefeitura - e agora já vamos falar em reais -, é de 53 milhões de reais, e a outra parcela, financiada pela Caixa Econômica Federal. Nada disso está no Projeto, Verª Sofia! Só ontem que foi esclarecido. Portanto, o nosso pedido de esclarecimento tinha razão, e nisso o Secretário Clóvis, inclusive, concordou conosco. E essa parte financiada pela Caixa Econômica Federal é o que foi assinado na segunda-feira entre o Prefeito e o Ministro das Cidades, Márcio Fortes. Então, a parada nossa foi absolutamente responsável, necessária e tinha base em cima da realidade.

Mas, como disse o Ver. Todeschini, nós queremos fazer, depois desse processo que vai se encerrar hoje no âmbito da Câmara, Ver. Sebastião Melo, uma discussão de conteúdo do Projeto, porque ele foi diminuído daquilo que se pensava antes e do que o próprio Governo Fogaça inicialmente encaminhou, e tem algumas diminuições, no meu ponto de vista, muito complicadas, daquilo que se chama Programa Integrado Socioambiental. Em primeiro lugar, se retirou do âmbito do Programa a possibilidade de melhorar a vida de 250 famílias da Vila dos Sargentos. Quem conhece a Zona Sul sabe, uma parte dessa Vila, quando eleva o nível do Guaíba, fica com muitas casas dentro da água. Isso saiu do Projeto, Ver. Sebastião Melo. A outra parte - é por isso que se chama Socioambiental -, a maior parte, a mais interessante, importante para a Cidade, é que havia, dentro desse Projeto, a determinação de se criar o que chamamos de Parque Linear, para fazer a proteção do segundo maior manancial da Cidade, o Arroio do Salso, que tem a maior bacia depois do Dilúvio, que é o menos poluído de todos, inclusive! Foi tirado do Projeto. E, por último, outro debate, esse técnico, profundo, masque nós queremos fazê-lo, que é a técnica do tratamento que foi trocado. Trocou-se um processo eminentemente ecológico por um processo baseado na química, no mecanismo de grandes máquinas e grandes motores, que vai custar, ao longo do tempo, muito dinheiro. Então, nós queremos fazer essa discussão.

Mas agora, esclarecida a questão financeira, nós nos sentimos à vontade para votar a favor, Ver. Garcia, mas, no desdobramento, vamos discutir o conteúdo do Projeto.

 

O Sr. Carlos Todeschini: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Nós solicitamos ontem a vinda e a inclusão formal das explicações do Projeto. Estou aqui examinando, e elas não vieram, o que eu lamento muito.

 

O SR. GUILHERME BARBOSA: Exato. Embora a gente considere que foi importante a vinda do Secretário, ainda faltam alguns dados. Encerro, dizendo que nunca foi interesse da nossa Bancada, porque nós nunca agimos assim. Nosso Líder Adeli, que está em licença hoje, sempre diz que já houve projetos aqui em que o Governo ia perder o prazo, e a nossa Bancada de oposição alertou a Bancada do Governo. Nunca foi interesse atrapalhar, porque sabemos da importância do Projeto. Mas faltavam dados, faltavam informações, e agora, uma parte já veio. Muito obrigado.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Carlos Nedel): Comunico aos Vereadores que há uma Sessão Solene marcada. Continua a discussão, embora não haja nenhum Vereador inscrito.

 

O SR. LUIZ BRAZ (Questão de Ordem): Sr. Presidente, V. Exª falou, se não me engano, em votação; V. Exª abriu a próxima fase?

 

O SR. PRESIDENTE (João Carlos Nedel): Não, eu não encerrei a discussão.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Desculpe.

 

O SR. PRESIDENTE (João Carlos Nedel): O Ver. Carlos Comassetto está com a palavra para discutir o PLE nº 019/07.

 

O SR. CARLOS COMASSETTO: Sr. Presidente, Ver. João Carlos Nedel; colegas Vereadores, colegas Vereadoras; senhoras e senhores que oportunizam, com a sua presença, o debate desse Projeto, que é o maior Projeto que Porto Alegre vai realizar, no campo do planejamento ambiental, em toda a sua história.

Portanto, Ver. Luiz Braz, todos virem aqui discutir um Projeto como esse não é demais, pois oportuniza que nós possamos entender qual a amplitude que tem um Projeto como esse. A responsabilidade é fazer com que os recursos venham para Porto Alegre, mas não basta virem os recursos, nós temos que zelar para que esses recursos sejam muito bem aplicados.

Existe uma equação, e eu quero aqui desafiar este Plenário, para saber se todos conseguiram entender a equação da quantidade de recursos que nós já aprovamos para o mesmo Projeto. E eu começo dizendo o seguinte, Ver. João Carlos Nedel: no dia 04 de abril de 2006, nós aprovamos um Projeto que se tornou a Lei nº 9.952, que autorizou o Executivo a pegar 103 milhões de reais do Governo Federal, do Programa Saneamento para Todos, do Ministério das Cidades, coordenado pelo nosso aliado político, o Ministro Márcio Fortes; anteriormente a essa data, nós aprovamos um outro Projeto no valor de 16 milhões, da Agência de Fomentos do Rio Grande do Sul para o saneamento; no dia 03 de abril, nós aprovamos o Projeto no valor de 35 milhões, do Banco do Estado do Rio Grande do Sul, para o saneamento de Porto Alegre; depois, no dia 18 de julho de 2006, nós aprovamos mais um Projeto, no valor de dois milhões de reais; e, por último, no dia 03 de abril de 2007, o Prefeito reenviou à Casa aquele Projeto que nós havíamos aprovado em março de 2006, o Projeto de 103 milhões, alterando ele para 133 milhões de reais, com a contrapartida do Município de 54 milhões de reais. Ontem foi dito para nós, nós não sabíamos, e aqueles Vereadores que ouviram, com certeza, não sabiam que esse dinheiro, os 180 milhões, que foi assinado na última segunda-feira pelo Ministro Márcio Fortes, no salão nobre da Prefeitura, o Executivo está utilizando numa operação cruzada para dar a contrapartida ao Banco Interamericano. Isso nunca foi dito aqui neste plenário, Verª Clênia Maranhão, e ontem nós ouvimos; nós, porque era eu, o Ver. João Antonio Dib, o Ver. Professor Garcia, o Ver. Claudio Sebenelo,o Ver. Carlos Todeschini e o Ver. Guilherme Barbosa, ouvimos verbalmente do Secretário. Por favor, isso teria que ter sido escrito na justificativa e trazido para esta Casa, para que nós pudéssemos entender e fiscalizar bem a aplicação dos recursos. Mas está bem; essa equação está resolvida.

Temos a segunda equação: qual é a abrangência deste Projeto? Eu tenho recebido um conjunto de indagações e pedi, Verª Clênia, por escrito, ao Secretário do DMAE, ao Clóvis, ao Presser, ao Marins, que coordena esse programa, que nos envie o mapa. Nós, que somos engenheiros, e também quem não é, podemos olhar o mapa para ver a abrangência territorial do saneamento que vai ser feito, porque eu tenho recebido algumas perguntas de comunidades, se elas estão ou não incluídas, e eu cito aqui o exemplo de algumas: Chácara do Banco, na Restinga; Beco do Stringhini, Cecílio Monza. Nenhuma dessas comunidades está incluída, e é dito que vai ser feito o saneamento de 100% da Restinga.

Portanto, nós precisamos, Ver. João Carlos Nedel, ter essas informações para poder aprovar um projeto com tranqüilidade e dizer se nós estamos contribuindo para um projeto de qualidade total da cidade de Porto Alegre. Portanto, nós iremos votar “sim”.

Eu quero concluir aqui fazendo um requerimento desta tribuna, junto com o Ver. João Antonio Dib, para ser enviado ao DMAE, solicitando que ele envie a esta Casa, se não o projeto de engenharia, o pré-projeto de engenharia, porque o pré-projeto é o que qualifica para se ter a grandeza de um projeto dessa magnitude, que nós possamos não só fiscalizar como ter a clareza.

Por isso que eu insisti em usar a tribuna ainda no debate, para fazer esses registros. Muito obrigado, Sr. Presidente; muito obrigado, colegas Vereadores e Vereadoras.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Carlos Nedel): Aguardo o seu Requerimento por escrito.

O Ver. Carlos Todeschini está com a palavra para discutir o PLE nº 019/07, por cedência de tempo da Verª Margarete Moraes.

 

O SR. CARLOS TODESCHINI: Ver. Nedel, presidindo os trabalhos; demais presentes e assistência a esta Sessão, tivemos uma reunião muito importante, ontem, esclarecedora, mas pedi formalmente ao Secretário Clóvis que nos enviasse os documentos, porque nós estamos votando, de novo, Ver. João Dib - o senhor presenciou o nosso pedido -, um texto, um texto que não está explicado, não está claro. Aliás, ele está extremamente confuso, e dele podem ser feitas leituras com várias decorrências. No Projeto original, eram 345 milhões de reais. O que está aqui, conforme foi explicado, reduz para 290 milhões de reais. É bem verdade que estão fora os 34 milhões que já foram aprovados para a coleta dos esgotos e emissários do Sistema Restinga, mais o Parque Natural do Salso, uma obra superimportante do ponto de vista ambiental, junto com a despoluição do Guaíba é a parte mais significativa, Verª Margarete. Isso está suprimido do Projeto. Na área social, o alto impacto recairá sobre o corte das 250 residências da Vila dos Sargentos. Isso não é pouco expressivo, porque aquela população é flagelada nas enchentes - é a borda mais próxima ao Guaíba -, vive numa situação de risco de inundação gravíssima, vive numa situação de insalubridade muito grave. Portanto, o Projeto é alterado, sim; ele sofre cortes e reduções. E eu não entendo por que esse corte, em função de que; com a possibilidade do novo desenho, Ver. João Dib, há possibilidade de a Caixa Econômica Federal financiar novamente o setor de saneamento, luta desenvolvida, vencida agora e afirmada pelo Governo Lula cujo Ministro, inclusive, é parceiro, é de seu Partido.

O Ministério das Cidades voltou a financiar o saneamento. Serão 40 bilhões aplicados nos próximos quatro anos, uma brutal revolução, se compararmos aos Governos anteriores. Portanto, o saneamento passa a ser prioridade, sim, assim como a habitação e assim como o transporte, para beneficiar a população carente.

Então, temos essa novidade de a Caixa Econômica tornar a realizar financiamento. Há a concretização da negociação com o BID, que começou na segunda Gestão do Governo Tarso, quando estávamos no DMAE. Foram anos de trabalho, e ela só permitiu progressos quando se obteve a concretização dos projetos básicos e dos projetos ambientais. São acúmulos e avanços importantes; a licença prévia foi obtida.

No entanto, surgiu-me a dúvida, que não me foi respondida pelo coordenador do Projeto, que, com a modificação, não houve a licença que deverá haver. Esse é um ponto que nós temos que discutir, e discutir muito, porque o Projeto impactará muito a Cidade, tanto ambientalmente como economicamente, porque as opções que vamos fazer podem significar mais conta de investimento de operação no sistema de esgotamento, ou menos contas para o bolso dos porto-alegrenses. E eu quero que a conta seja menor, eu quero que o ambiental seja maior e melhor. Por isso, ao longo de cinco anos, quando estávamos à testa do DMAE, produzimos um projeto que era o mais sustentável, que era o melhor tanto economicamente como ambientalmente. E essa idéia está sendo abandonada e substituída por uma outra idéia que, na minha opinião, como ex-dirigente do DMAE, como técnico também, tenho convicção de que não é a melhor, mas que precisa ser discutida. Aliás, essa discussão está sendo sonegada há mais de ano, e ela tem que vir para cá, para que seja de domínio público da Cidade, dos Vereadores, da comunidade, da sociedade civil, dos ambientalistas, de todos interessados na questão ambiental, na Cidade sustentável e num futuro melhor para todos os porto-alegrenses.

Quero deixar, aqui, declarado que votarei a favor assim como toda a nossa Bancada votará a favor, o meu protesto pela não-vinda dos termos explicativos, conforme solicitado, na reunião de ontem, ao Sr. Clóvis Magalhães, Secretário de Gestão. Muito obrigado pela atenção.

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Maristela Meneghetti): Obrigada, Ver. Carlos Todeschini.

A Verª Sofia Cavedon está com a palavra para discutir o PLE nº 019/07.

 

A SRA. SOFIA CAVEDON: Eu sei que nós todos estamos cansados, Verª Maristela Meneghetti, mas, mais do que isso, temos compromissos à noite, só que este é um tema bastante importante para a cidade de Porto Alegre, e nós estamos inseguros, essa é a verdade. Eu acho que cada Vereador aqui, eu sei que uns são mais aplicados nessa área, outros noutras, mas, todos os dias, temos um questionamento das comunidades que serão atingidas e não temos certeza do que podemos afirmar ou garantir para moradores, para estabelecimentos comerciais, para comunidades, para escolas. Estou aqui com um e-mail de uma professora da Escola Estadual Loureiro da Silva - que muitos de vocês receberam, porque estou vendo aqui com cópia para quem foi -, preocupadíssima, porque tem notícias de que haverá bacia de tratamento de esgotos e tal. E a Professora, militando com os seus alunos, já foi ao DMAE, não obteve resposta, e está dizendo aos Vereadores: “Por favor, vocês não me escutam!”

 

O Sr. João Antonio Dib: V. Exª permite um aparte? (Assentimento da oradora.) Nobre Verª Sofia Cavedon, eu também recebi essa mesma solicitação, sendo que, amanhã, vou pedir ao DMAE a planta que o Ver. Comassetto tanto solicita, eu acho justo, e aí nós até poderemos olhar e situar o problema da nossa Professora da Escola Loureiro da Silva, o maior Prefeito que esta Cidade teve.

 

A SRA. SOFIA CAVEDON: Então o Ver. Dib concorda com a Bancada do Partido dos Trabalhadores, é preciso abrir o Projeto, torná-lo transparente, porque a comunidade, de todos os lados, tem pedido informações, acontecem as reuniões, aí descobrem mais uma questão, e, na verdade, são ajustes que estão acontecendo antes ou que o Governo não quer antecipar para não criar resistências. Essa é a nossa avaliação, só que nós seremos responsabilizados, Vereadores Elói e Brasinha, pelas votações que fizermos aqui. No ano passado, nós desafetamos uma área perto do Fórum Central, e o Projeto que agora vem para nós são 25 andares. Bem, achamos que seria importante facilitar, pois o que nos vendiam era um estacionamento para os juízes, só que não era só um estacionamento, são cinco pavimentos de estacionamento e mais 17 pavimentos para o Fórum. Portanto, a gente, às vezes, no maior afã de facilitar e resolver as questões na Câmara Municipal e para não se tornar chato, como a Bancada do Partido dos Trabalhadores vem aqui todo o dia e pergunta mais informação, acabamos não cercando bem as políticas.

O Socioambiental, por exemplo, tinha, no primeiro Projeto, comprometido e claramente determinado a construção de uma creche que atenderia a Vila Hípica, a Icaraí 1 e 2, conquistadas no Orçamento Participativo. Há a área trocada com o Governo do Estado, votada na Assembléia, votada aqui, e não temos, Ver. João Antonio Dib, nenhuma palavra do Governo de que permanece no Socioambiental a construção da creche. Nós entendemos que tem que haver contrapartidas sociais para a melhoria da qualidade, para acomodação dos moradores, para o incentivo e motivação dos moradores para uma nova qualidade de vida ao haver investimento público, e a Irmã Conceição é uma das que está requerendo. Outros estabelecimentos, entidades educacionais, assistências, como ficam? Onde ficam? Qual é o grau de atenção que terão? Poucas respostas, insatisfatórias ainda.

 

O Sr. João Antonio Dib: V. Exª permite um aparte? (Assentimento da oradora.) Nobre Verª Sofia Cavedon, o Governo se colocou à disposição ontem, e a Bancada de V. Exª foi eficiente no questionamento. Eu acho que, se nós tivermos essa planta da abrangência do Projeto, nós teremos elucidado tudo. É por isso que acho importante votar e aprovar, porque o prazo se escoa.

A SRA. SOFIA CAVEDON: Muito bem, Ver. João Antonio Dib. Eu encerro aqui com os seus dois apartes, dizendo que, infelizmente, fui impossibilitada de participar dessa reunião ontem, mas nós vamos continuar acompanhando. Parece-me que essa planta, com todas as ações, é fundamental, porque nós, Vereadores, vamos ter que dar conta de algo que ainda é um cheque meio em branco, ele está sendo escrito, mas nós não podemos não-fiscalizar e não-garantir aos moradores que, de fato, esta Câmara, ao votar, ao acompanhar o Executivo, ouve e representa a população desta Cidade. Votaremos a favor e vamos acompanhar meticulosamente.

(Não revisada pela oradora.)

 

A SRA. PRESIDENTA (Maristela Meneghetti): Obrigada, Verª Sofia Cavedon.

Em votação nominal, solicitada por esta Presidência, o PLE nº 019/07. (Pausa.) (Após a apuração nominal.) APROVADO por 28 votos SIM.

Visto que cumprimos a nossa pauta exaustiva de hoje e já estamos 20 minutos atrasados para uma Sessão Solene proposta pelo Ver. Nereu D’Avila, encerro os trabalhos da presente Sessão.

 

(Encerra-se a Sessão às 19h22min.)

 

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